André Luiz Roberto: “É como se eu fosse míope a vida toda e finalmente decidisse usar óculos para enxergar" (Wildes Barbosa / O Popular) “Tudo mudou. É como se eu fosse míope a vida toda e finalmente decidisse usar óculos para enxergar”, diz o estudante de farmácia André Luiz Ribeiro, de 25 anos, sobre o seu diagnóstico de autismo. “Eu aprendi como responder a estímulos e a usar protetores de ouvido para entrar em shopping. Comecei a trabalhar mais na minha independência social pelo ponto de vista de um autista, embora não seja nada fácil fazer com que as pessoas entendam quais são suas dificuldades”, continua. André, no entanto, teve um diagnóstico tardiamente, há cerca de um ano. Pouco antes disso, já havia sido diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mas sabia que o transtorno não englobava todas as suas dificuldades, principalmente de interação social. “Até os meus 18 anos eu não tive amigos além da minha família. Minhas habilidades de socialização eram bem limitadas, eu não olhava muito nos olhos das pessoas e recorria aos livros para evitar a socialização e o bullying diário durante meu ensino médio. Lia quase 120 livros por ano”, lembra.