Endereço roqueiro nas comemorações dos 90 anos de Goiânia, o Jardim América receve nesta quinta-feira (19) o show da banda paulista Ira!. A atração gratuita será na Praça C-232, ao lado do ginásio de esportes, na Avenida T-9, a partir das 19 horas, com abertura da banda e Shotgun.

Formada em 1981 por Nasi e Edgard Scandura, o Ira! completou 42 anos de estrada no dia 10 de outubro. O grupo, que anunciou seu término em setembro de 2007, mas retornou em 2014, segue vibrante como uma das bandas mais respeitadas do rock nacional.

Clássicos como Dias de Luta, Envelheço na Cidade, Flores em Você, Tarde Vazia, Eu Quero Sempre Mais, Vida Passageira e Rubro Zorro, não faltam em show algum, além de sucessos como 15 anos, Vivendo e Não Aprendendo e Longe de Tudo.

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Antes do Ira!, subirá ao palco a banda goiana Shotgun, que promete um repertório com muito hard rock. Composta por André Adonis no vocal, Rodrigo Miranda na guitarra, Luiz Gustavo Paniago no baixo e Mokinha na bateria, a banda faz tributo a grandes bandas de rock internacionais como ACDC, Guns N’ Roses, Led Zeppelin, Skid Row, Metallica e Scorpions, entre outras. Canções como Welcome to the Jungle e You Could be Mine , dos Guns N’ Roses, e You Shook Me All Night Long, do ACDC, são sucessos recorrentes apresentados pelo grupo.

O guitarrista da banda, Rodrigo Miranda, afirma que as expectativas para o show estão altas. “Dividir o palco com uma das bandas mais relevantes no cenário rock nacional é um grande privilégio para a Shotgun. Somos muito gratos pela oportunidade e com certeza será uma noite incrível!”

A programação gratuita de shows em comemoração ao aniversário do Goiânia é uma iniciativa da Prefeitura da capital, por meio da a Secretária Municipal de Cultura. Iniciada na semana passada, a ação conta com shows em diferentes pontos da cidade.

O encerramento será no dia 24 de outubro, data em que a capital completa 90 anos, com show do cantor Leonardo. O sertanejo irá se apresentar na Praça do Trabalhador. 
 
SERVIÇO 
Show das bandas Ira! e Shotgun 
Local:&nbsp;Praça C-232, ao lado do Ginásio de Esportes do Jardim América, na Av. T9 
Horário:&nbsp;a partir das 19 horas 
&nbsp;Entrada franca 
 
(Catarina Lima é estagiária do GJC em convênio com a PUC Goiás)

Banda Ira! faz show gratuito nas celebrações dos 90 anos de Goiânia

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Comemoração roqueira

Sandra de Sá e os roqueiros do Ira! estão confirmados na programação da 25ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), que será realizado entre os dias 11 e 16 de junho, na cidade de Goiás. Uma atração surpresa ainda deve ser anunciada pela organização do evento. Além dos shows nacionais, o Fica 2024 contará com 11 apresentações regionais e 16 locais.

As inscrições para artistas que queiram integrar a agenda artística e cultural do festival estarão abertas a partir desta quarta-feira (17) e segue até 30 de abril, podendo ser feitas, exclusivamente, pelo site oficial: fica.go.gov.br. Para efetivar a inscrição será necessário preencher o formulário on-line e enviar os documentos solicitados no regulamento disponível no site.

As atrações regionais selecionadas serão todas musicais e receberão R$ 10 mil cada uma. Já os artistas locais poderão se inscrever para apresentações musicais, vocalização de poesia, cultura hip-hop ou festejos da cultura popular (carnaval, capoeira, cortejo musical e apresentações circenses). Os cachês para os artistas locais serão de R$ 6 mil, exceto para vocalização de poesia, que será de R$ 2 mil.

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O show da carioca Sandra de Sá está previsto para o dia 14 de junho, numa sexta-feira, enquanto os músicos Nasi e Edgar Scandurra, do Ira!, em 15 de junho. A atração surpresa será responsável por encerrar a 25ª edição do Fica. O Fica é um evento promovido pelo Governo de Goiás em parceria com a Universidade Federal de Goiás e outras instituições. Além das atrações musicais, há também exibições de filmes e debates sobre questões ambientais.

Sandra de Sá e Ira! confirmados na programação do Fica 2024

Contagem regressiva

Estão abertas as vendas dos ingressos para o Um Festival, que será realizado no dia 9 de março de 2024, no Goiânia Arena. Cinco nomes de peso estão confirmados para fazer a alegria dos roqueiros goianos. Nando Reis, Os Paralamas do Sucesso (foto), Ira!, CPM 22 e Raimundos estão escalados e a ordem das apresentações será divulgada no Instagram (@vemproum). A abertura dos portões está prevista para as 15 horas.

Os artistas vão celebrar os tempos de ouro do rock nacional. Os ingressos já estão disponíveis no site www.ticket360.com.br, variando de R$ 70 (Arquibancada) até R$ 200 (Camarote Open Bar), nas opções de meia-entrada solidária e casos previstos por lei. Classificação 18 anos.

Goiânia recebe festival de rock em 2024

Goiânia Arena

Nem o mais otimista fã do Ira! acreditava numa reconciliação de Nasi e Edgar Scandurra depois de sete anos de várias manchetes policiais, muito menos que pouco tempo após o improvável retorno da banda eles montariam um projeto acústico duo. É isso mesmo. Em formato intimista, calcado em voz, violão e guitarra, os roqueiros têm esse show como um dos produtos e será a vez de Goiânia receber a apresentação nesta terça-feira (29), a partir das 19h30, na retomada do segundo semestre do Flamboyant In Concert.&nbsp;

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No palco, eles repassam a trajetória de um dos grupos mais importantes do rock nacional. No repertório, grandes sucessos da carreira, como Flores em Você, Dias de Luta, Eu Quero Sempre Mais, Núcleo Base e também alguns lados B, como Mudança de Comportamento, Flerte Fatal, Mesmo Distante, Boneca de Cera e Vivendo e Não Aprendendo. Logo depois, será a vez de Toni Garrido subir ao palco para tocar ao lado do músico George Israel, ex-Kid Abelha. 
 
Em entrevista ao POPULAR, o vocalista Nasi falou sobre como será a apresentação, momentos marcantes da banda, além de uma situação inusitada que viveu em Goiânia. Confira:

 
Goiânia recebe o show Ira! Folk, projeto que repassa, em formato intimista, calcado em voz, violão e guitarra, a trajetória da banda. Como surgiu a ideia desse formato?

O Ira! Folk começou em 2016 com uma ideia nossa de ocupar espaços que são meio refratários para bandas de rock, como teatros. A proposta é levar nossas músicas ao seu formato primordial, o que é diferente do acústico MTV que são com nove músicos no palco. É uma apresentação com uma proximidade maior com o público porque as canções ficam mais nuas. Sem contar que a gente consegue selecionar faixas que geralmente ficam de fora dos nossos shows tradicionais, como Mesmo Distante, Boneca de Cera e Vivendo e não Aprendendo.

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São pouco mais de 40 anos de banda. Você imaginava seguir na estrada com sucesso por tanto tempo, ainda mais depois de chegar ao fim em 2007 e voltar novamente?

Não imaginava. Quando fizemos o primeiro show como Ira! em outubro de 1981 não tínhamos perspectiva de continuar porque nos juntamos para participar de um pequeno festival punk. Eu levava como um hobby de final de adolescência. É muito legal olhar para o nosso passado e ver tudo que construímos. Nunca tivemos uma agenda tão grande, tirando a época do Acústico, como nos últimos anos. Depois teve aquele fim que parecia ser definitivo para todos nós, mas o destino nos presenteou com uma reconciliação. Então, toda a minha geração começou de maneira despretensiosa, diferente de hoje em que as coisas são partes de uma modinha fabricada, como, por exemplo, artistas sertanejos que chegam de cara com uma grande produção, ônibus plotado e tela de led.

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Quais foram as três maiores glórias da banda durante esse período?

O Acústico MTV foi uma das nossas grandes glórias e em 2024 ele completa 20 anos e não descartaria uma turnê revival desse show. Outra, que é um dos maiores orgulhos que tenho na carreira do Ira!, é que ganhamos em 1999, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), o prêmio de melhor artista popular com o disco Isso É Amor. Isso daí para a gente que vai concorrer com nomes de excelência da música popular brasileira é uma baita de uma consagração. A terceira foi a apresentação no Rock in Rio em 2001. Tocamos numa noite concorrida com artistas como Guns N’ Roses e Oasis e fizemos um show energético. Eu nunca vou esquecer. Infelizmente, a organização do festival hoje ignora a importância do Ira! no rock nacional.

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Vocês viveram muitas coisas ao longo dessas quatro décadas. Brigas, polícia, tentativas de interdição. De que maneira ter passado por tudo isso ajuda numa convivência melhor da banda? Como está a relação de vocês hoje?

Banda de rock que não briga não é banda de rock. Claro, não precisava ser do jeito que foi a nossa, muito escandalosa (risos). No entanto, o tempo que ficamos separados serviu para nos aprofundarmos na carreira solo, que nunca conseguimos por conta da agenda de shows do grupo. Nós voltamos numa liderança bastante afinada porque naquele período todo mundo opinava demais. Banda de rock não pode ter muita democracia, tem de ir somente até a página 2. Hoje é ponto pacífico que quem lidera o Ira! somos eu e o Edgar, os fundadores.

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A década de 1980 foi o auge do rock. O final dos anos 1990 e o início dos 2000 voltou com toda força por conta do MTV Acústico. Passado esses dois períodos, como você enxerga o cenário do rock nacional atualmente?

O rock está muito bem para os sobreviventes das décadas de 1980 e 1990, casos de Ira! e Paralamas do Sucesso, por exemplo. O reencontro dos Titãs também foi algo colossal, eles colocaram 50 mil pessoas em três dias consecutivos. Duvido algum artista do sertanejo fazer isso. O rock está vivo, é referência para a rebeldia juvenil, é uma música consumida, mas é preciso de uma nova geração que consiga fazer um rock popular, não um rock pop, pop rock.

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O último trabalho de inéditas da banda foi em 2020, depois de um período de 13 anos. Como anda o processo para um novo registro?

Isso por enquanto não está no nosso radar. Esse último álbum foi um dos mais elogiados da nossa carreira pela crítica especializada e pelo público. É preciso lembrar que ficamos 13 anos sem novidades porque também ficamos sete anos separados. Quando aparecerem novas músicas, sem pressa, vamos fazer. A gente brincava que éramos explorados pelas gravadoras, e realmente éramos, mas não tem comparação o que as gravadoras davam para a gente com o que o streaming dá. O streaming não grava disco, não paga hotel nem músicos. Você precisa produzir tudo e ganhar uma merreca.

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Como é a relação de vocês com os fãs goianos, já que o Ira! sempre toca em Goiás? Quais são as lembranças das últimas apresentações por aqui?

Goiânia tem todo esse estereótipo de capital sertaneja e não vou dizer que não é, mas quem conhece Goiânia sabe a cena roqueira que tem aí. Tem uma história engraçada, não lembro há quantos anos, acredito que foi na época do Acústico. Participamos de um festival com vários artistas, fizemos o show e quando ia para o camarim vi que a Rita Lee estava no palco e fiz algo que nunca fiz na vida. Eu invadi o palco dela sem ser anunciado, ela me olhou assustada e cantamos juntos. Foi demais isso, é algo que nunca vou esquecer. 
 
SERVIÇO 
Show: Ira! Folk, Toni Garrido e George Israel 
Data: Terça-feira, 29 de agosto 
Horário: 19h30 
Ingressos: Setor Azul esgotados. Setores Vermelho (a cada R$ 1.200 em compras no shopping) e Verde (a cada R$ 800 em compras) ainda disponíveis 
Local: Deck Parking Sul – Piso 1 do Flamboyant Shopping Center, Jardim Goiás 
Mais informações: 3546-2000

"Banda de rock que não briga não é banda de rock", diz Nasi

Flamboyant In Concert

Seria um disco do Ira!, um bom disco do Ira!, com as guitarras timbrando e as composições de Edgard Scandurra em plena forma criativa, mesmo nas métricas nem sempre polidas para a interpretação que Nasi conseguiu reinventar a si mesmo usando as limitações da própria voz. Um disco importante, lançado 13 anos depois do que havia sido o último de inéditas antes da confrontação entre os integrantes e o fim, Invisível DJ. Ira, o novo álbum, não por acaso sem o ponto de exclamação, já seria um marco importante se fosse lançado até janeiro de 2020, mas agora ganha ainda outra significância quando soa como se estivesse atendendo a um chamamento. No momento em que o País desmorona, o rock and roll, ou a parte de resistência que lhe restou depois da debandada conservadora, também pode soar como uma esperança.A esperança que soa em Ira, o primeiro disco da banda paulistana a levar seu próprio nome no título, não é das passeatas na Paulista, apesar de letras como O Homem Cordial Morreu trazer versos como “e se eu me distanciar do que clama meu interior/ que seja por um instante e que eu saia do torpor/ de ver tudo acabar, tudo o que se sonhou/ esperando por alguém que vá e lute por mim/ não pode ser assim/ que eu esteja ao seu lado/ lado a lado por favor”. A força de canções inteiramente novas - e o inteiramente não é pleonasmo no caso de canções - é uma quase milagrosa reação em si de uma banda liderada por dois homens de 58 anos dada por muitos como produtivamente extinta mesmo com um show redentor para milhares de pessoas na Virada Cultural de 2014, no pós-rompimento. Seu retorno às rotativas, sobretudo com músicas como O Amor Também Faz Errar, Mulheres à Frente da Tropa, A Torre e O Homem Cordial Morreu, acessa os matizes do Ira! sem acessar o velho Ira! E, quando um fã sente isso, ele percebe que, apesar de algumas baixas, muitos de seus heróis ainda caminham a seu lado.“O Ira sem acento é para traduzir os tempos da ira em que estamos vivendo, esse sentimento de confronto. Não tínhamos também nenhum álbum com o nome da banda”, explica Nasi. O disco já estava praticamente pronto quando a pandemia atropelou o mundo, por isso não entenda errado a frase da música Nossa Amizade quando ela diz “deixemos assim, alguns metros de distância, agora é assim. Atrás das paredes de concreto, deixamos assim”.Ao olhar para trás, Nasi diz o que vê. Ele não queria fazer o projeto Ira! Folk, foi resistente, mas acabou aceitando o argumento do irmão, Airton Junior, de que o formato o colocaria em teatros que nunca viram as bandas de rock com muito carinho. Sobre o disco Invisível DJ, de 2007, ele avalia com ressalvas. “Eu fui convencido a fazer, mas entendo que aquele é um disco mais ou menos do Ira!”