A cidade de Goiás recebe neste sábado (16) a nova turnê da Banda Tonico do Padre, às 20 horas, no Teatro São Joaquim. A regência é do maestro Marcos Botelho e o repertório é dedicado a músicas tradicionais regionais e nacionais. A entrada é gratuita. O grupo é formado por professores da UFG, IFG e músicos da Orquestra Filarmônica de Goiás e da Sinfônica de Goiânia.&nbsp;

Depois da cidade de Goiás, a Banda Tonico do Padre se apresenta em Goiânia, no dia 19 de outubro, às 20 horas, no Centro Cultural UFG. O terceiro concerto será no espaço Catavento Companhia Circense, também na capital, em 16 de dezembro, às 19 horas. As entradas são gratuitas. &nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/festival-vaca-amarela-reune-50-atrac-es-com-mistura-ecletica-1.3065877" target="_blank">Festival Vaca Amarela reúne 50 atrações com mistura eclética</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/altas-horas-recebe-duplas-de-irm-os-famosos-neste-sabado-com-apresentac-o-musical-de-todos-1.3066241" target="_blank">Altas Horas recebe duplas de irmãos famosos neste sábado, com apresentação musical de todos</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/com-direito-a-declarac-o-de-amor-ferrugem-faz-show-no-palco-do-fantastico-1.3066246" target="_blank">Com direito a declaração de amor, Ferrugem faz show no palco do “Fantástico”</a></div>

O nome da banda presta homenagem ao compositor Antonio da Costa Nascimento, conhecido como Tonico do Padre, que viveu em Pirenópolis entre os anos de 1837 e 1903. Ele escreveu grande número de missas e outras peças sacras, além de Quadrilhas de Danças e outras tantas músicas profanas.

&nbsp;

Banda Tonico do Padre inicia turnê neste sábado (16) na cidade de Goiás

Magazine

Magazine - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Magazine

Gratuito

Um monumento de 9,20 metros de altura por 17 metros de largura feito com madeiramento de aroeira recuperada de demolições, aço corten com letras vazadas e garras de ferro na cor dourada. Último projeto deixado em vida pelo artista vilaboense Elder Rocha Lima, a Arcada Monumental foi pensada para ser instalada na rodovia GO-070 em homenagem aos 300 anos da cidade de Goiás.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

O amor pela primeira capital goiana e sua paisagem exuberante rodeada pela Serra Dourada fez com que Elder retornasse à antiga Vila Boa em seus últimos anos de vida. Morto em outubro, o artista deixou seu ateliê aberto com obras inéditas além do projeto da Arcada Monumental do Tricentenário, já desenhado e randomizado para apresentar às autoridades e realizar estudos de instalação na rodovia.

“Além de projetos e eventos festivos, Elder acreditava que as comemorações dos 300 anos da cidade de Goiás deveriam ter alguma marca para a posteridade. Foi quando pensou na Arcada Monumental”, conta o produtor PX Silveira, que, junto com o artista e representantes da antiga capital, criaram a Comissão do Tricentenário, grupo independente e sem fins lucrativos e apoio governamental para discutir e colher sugestões e subsídios para ações da data.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/palacio-conde-dos-arcos-recebe-projeto-de-literatura-e-artes-visuais-1.3199865" target="_blank">Palácio Conde dos Arcos recebe projeto de literatura e artes visuais</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/iphan-goias-lanca-portaria-com-criterios-de-preservac-o-do-patrimonio-art-deco-1.3193359" target="_blank">Iphan Goiás lança portaria com critérios de preservação do patrimônio Art Déco</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/tunel-no-teatro-goiania-confira-lendas-urbanas-que-assombram-goiania-1.3193692" target="_blank">Túnel no Teatro Goiânia? Confira lendas urbanas que assombram Goiânia</a></div>

No desenho original de Elder, a Arcada é apoiada nas extremidades por suportes de alvenaria e seria instalada no canteiro da GO-070, próxima à Capela das Areias. Historicamente, o local servia de ponto de chegadas e partidas: os habitantes da cidade saíam em comitivas até o ponto para receber os visitantes ilustres e, depois, deixá-los na hora das despedidas.

<img attr-cid="policy:1.3201329" attr-version="policy:1.3201329:1732054479" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3201329/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Esboço do projeto original de Elder Rocha Lima (Acervo pessoal)

“O artista chegou a ir durante muitas vezes até a rodovia para estudar o melhor lugar para instalar o monumento. O primeiro lugar pensado foi perto da Capela das Areias e o segundo já no perímetro urbano da cidade”, explica PX, que acompanhou Elder nas démarches junto às autoridades para apresentar a ação do projeto. A ideia é que a Arcada fosse instalada e inaugurada antes mesmo da data do tricentenário, completado em julho de 2027.

Com princípios que passeiam pela arte, design e arquitetura contemporâneas, Elder construiu um monumento não pensado sob os moldes coloniais que tanto servem de simbologismo para Goiás. A ideia, segundo a sua viúva, Graça Fleury, presidente do Instituto Bertran Fleury, é que a Arcada refletisse o futuro da cidade histórica, dos 300 anos para frente.

“Elder tinha uma visão do futuro, por isso o desenho é tão contemporâneo, moderno. Ele fez vários estudos e, depois, elegemos o projeto final”, reitera Graça. Os próprios elementos e materiais construtivos brincam com a questão da contemporaneidade, a exemplo da iluminação toda de energia solar.

<h2>Execução</h2>

Com o projeto estruturado, PX busca apoios com organizações para que a Arcada possa ser executada entre 2025 e 2026. Outro desafio é conseguir o aporte da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) para autorizar a obra de instalação no canteiro da rodovia duplicada. “Uma vez autorizada pela Goinfra, a gente procurará junto a parceiros e patrocinadores uma forma de executá-la. Fizemos a análise da obra e ela custaria em torno de R$ 430 mil”, completa o produtor.

Toda a Comissão do Tricentenário e os projetos pensados pelo grupo são independentes e não há nenhum representante de órgão público, segundo PX. “A comissão foi criada para que Goiás chegue aos seus 300 anos bem cuidada em todas as frentes e sob todos os aspectos. A ideia é despertar e sugerir ações relevantes que representem ganhos permanentes para a cidade, a exemplo da Arcada Monumental”, destaca Siqueira.

Além de PX, outros nomes integram a Comissão como, por exemplo, Marlene Velasco, diretora do Museu Casa de Cora Coralina, a própria Graça Fleury, Leonardo Lacerda, presidente da Fundação Frei Simão, o frei Cristiano Bhering, e Sérgio Siqueira, presidente do Instituto Biapó. “O nosso desejo é fomentar discussões e promover ações diretas e permanentes”, finaliza o produtor.

<h3>Lá do alto da Serra Dourada</h3>

Mais ou menos um ano e meio antes de morrer, Elder Rocha Lima subiu a Serra Dourada. A paisagem sempre serviu de inspiração e mistério para as suas pinturas. Não por menos, o artista deixou uma série de pinturas sobre o local que deve se tornar exposição no próximo ano no Instituto Biapó, no centro histórico da cidade de Goiás.&nbsp;“As obras não retratam apenas as belezas do Cerrado, mas servem como um alerta às queimadas e destruição do meio ambiente. Elder sempre esteve ligado a esses temas que reverberam ano após ano”, comenta PX.&nbsp;

Além de obras, inclusive incompletas, Elder também deixou dois livros a serem publicados.&nbsp;De acordo com a viúva, Graça Fleury, uma das obras é formada por textos críticos de arte que foram publicadas no POPULAR e no Jornal de Brasília ao longo de décadas. “Ainda não há data para a publicação, mas queremos manter o legado e o trabalho com os quais o artista nos presenteou”, diz.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3201337" attr-version="policy:1.3201337:1732054750" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3201337/ELDER ROCHA LIMA ATELIE (21) FotoCarlosMonaretta (1).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
O artista deixa obras importantes para as artes de Goiás (crédito: Carlos Monaretta)

&nbsp;

Elder Rocha Lima deixa projeto em homenagem aos 300 anos da cidade de Goiás

PATRIMÔNIO

O cenário é o Palácio Conde dos Arcos, no centro histórico da cidade de Goiás. Já a ideia é a ocupação do prédio histórico com ações que envolvem literatura, artes visuais, fotografia e história. Trata-se do projeto realizado pela União Brasileira de Escritores - Seção Goiás (UBE-GO) que acontece neste sábado (16) e domingo (17), na antiga capital do Estado.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Durante todo o dia, o evento conta com uma programação que vai desde lançamento de livro até exposição de arte. O projeto recebe o premiado escritor Nicolas Behr, reconhecido como o “poeta de Brasília”, e autor dos famosos versos “Nem tudo que é torto é errado, veja as pernas de Garrincha e árvores do cerrado”. O escritor ministra uma conferência sobre Cora Coralina, destacando traduções de suas poesias em alemão.

A ocupação também oferece uma mesa redonda sobre artes plásticas, contando com a participação do pesquisador Fernando Santos e dos artistas Nancy de Melo e Valdson Ramos, que também integram a ação cultural com exposições artísticas respectivamente nas salas Goiandira do Couto e Veiga Valle. Tudo será mediado pelo escritor Ademir Luiz, presidente da UBE-GO.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/premio-jabuti-divulga-finalistas-de-2024-1.3195649" target="_blank">Prêmio Jabuti divulga finalistas de 2024</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/elder-rocha-lima-deixa-legado-imensuravel-para-as-artes-de-goias-1.3191485" target="_blank">Elder Rocha Lima deixa legado imensurável para as artes de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/goias-cidade-musical-apresenta-neste-sabado-16-shows-de-zal-sissokho-e-lucas-trigueiro-1.3199853" target="_blank">Goiás Cidade Musical apresenta neste sábado (16) shows de Zal Sissokho e Lucas Trigueiro</a></div>

Durante a noite, às 20 horas, o projeto promove o Concurso de Poesia Falada Yêda Schmaltz, com vinte poemas selecionados pelos escritores Lêda Selma, Solemar Oliveira e Carlos Willian Leite. O concurso será aberto com uma performance, fora da competição, da escritora e atriz Thaise Monteiro. A banca será composta por Nicolas Behr, Lêda Selma, Ubirajara Galli, Helissa Soares e Thaise Monteiro.

Já no domingo, serão revelados os vencedores de dois concursos culturais. A partir das 10h30 será realizada a revelação dos ganhadores, nas categorias prosa e poesia, além de algumas menções honrosas, todas da Bolsa de Publicações Leodegária de Jesus, idealizado pela Contato Comunicações em parceria com a UBE -GO.

Na sequência, a partir de 11 horas, o arquiteto e poeta Eliézer Bilemjian vai realizar uma fala sobre o fotógrafo Eduardo Bilemjian, destacando a exposição de alguns de seus trabalhos, que estarão expostos no saguão do Palácio Conde dos Arcos. Na ocasião, serão revelados os vencedores do concurso de fotografias em homenagem ao profissional renomado Eduardo Bilemjian.

Toda a ocupação cultural é patrocinada com recursos da Lei Aldir Blanc, gerida pela Secretaria de Cultura do Estado de Goiás e com curadoria do Conselho de Cultura do Estado de Goiás.

Serviço 

Evento:&nbsp;Ocupação cultural no Palácio Conde dos Arcos

Data:&nbsp;Sábado (16), a partir das 14h30, e domingo (17), às 8 horas

Local:&nbsp;Palácio Conde dos Arcos, Praça do Coreto, Centro

Entrada gratuita

Informações:&nbsp;3371-1200

Programação

Neste sábado (16) 
14h30 - Mesa redonda: Artes Plásticas com Nancy de Melo, Valdson Ramos e Fernando Santos 
16h - Conferência Cora Coração, com Nicolas Behr 
20h - Concurso de poesia fala Yêda Schmaltz

Domingo (17)&nbsp; 
08h - Exposições artísticas 
Sala Goiandira do Couto: Nancy de Melo 
Sala Veiga Valle: Valdson Ramos 
Saguão do Palácio Conde dos Arcos: fotografias de Eduardo Bilemjian 
09h30 - &nbsp;lançamento de livro 
10h30 - Revelação dos vencedores do concurso literário Bolsa de Publicações Leodegária de Jesus 
11h - Revelação dos vencedores do concurso de fotografia Eduardo Bilemjian 
12h - Encerramento da ocupação cultural

Palácio Conde dos Arcos recebe projeto de literatura e artes visuais

Cidade de Goiás

Um resgate histórico. Estreia literária da escritora, poetisa, folclorista e pesquisadora goiana Regina Lacerda (1919-1992), o livro Pitanga ganha uma nova edição, com lançamento nesta sexta-feira (15), a partir das 19 horas, na sede da Fundação Frei Simão, na cidade de Goiás. Publicada pela primeira vez em 1954, a obra reaparece em uma edição especial, resultado de uma parceria entre a Editora Trilhas Urbanas e a Leodegária Publicações. O título estará à venda no local por R$ 60.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

A nova edição, com cerca de 130 páginas, inclui poemas inéditos que Regina Lacerda havia presenteado à amiga, a pintora Goiandira do Couto (1915-2011), sob o título Pitanga – Segunda Safra, sinalizando a intenção da autora de expandir o livro original, algo que não chegou a se concretizar. Além disso, a edição incorpora outros poemas dispersos que foram publicados em jornais. A ilustração e a capa são assinadas pelo ilustrador Vinícius Yano.

Esses poemas inéditos, datilografados, fazem parte do acervo da Fundação Frei Simão e foram doados pela família de Goiandira do Couto. Cidade Feita à Mão, Velha Amizade, Aredo, Setembro, Aboio e Inverno foram incluídos na edição como Segunda Safra. Já Romaria, O Arirê-Cum-Cum, Inocência Louca, O Rio e Cantiga são os poemas dispersos. O projeto de reedição começou há cerca de dois anos, liderado pelo sobrinho da folclorista, Leonardo Lacerda, que obteve a autorização da família para a publicação.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/premio-hugo-de-carvalho-ramos-2024-anuncia-vencedores-1.3195720" target="_blank">Prêmio Hugo de Carvalho Ramos 2024 anuncia vencedores</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/autora-de-mais-de-40-obras-jacqueline-woodson-lanca-livro-no-brasil-1.3194502" target="_blank">Autora de mais de 40 obras, Jacqueline Woodson lança livro no Brasil</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/globo-reporter-revisita-machado-de-assis-nesta-sexta-feira-1.3194077" target="_blank">Globo Repórter revisita Machado de Assis nesta sexta-feira</a></div>

O projeto conta ainda com textos críticos do professor da UFG Antón Corbacho, do poeta e membro da Academia Goiana de Letras, Geraldo Coelho Vaz, e com notas bibliográficas de Leonardo Lacerda. “Minha tia talvez tenha sido uma das figuras que mais contribuíram para a reflexão sobre a goianidade. Ela tinha um interesse legítimo no tema. Era uma pessoa extraordinária, cada vez mais rara hoje em dia”, destaca Leonardo, presidente da Fundação Frei Simão.

Nos próximos anos, estão previstas outras duas reedições do legado literário de Regina Lacerda. Leonardo adianta que planeja relançar o segundo livro da carreira de Regina, Vila Boa – Folclore (1957), um clássico para os interessados na história da antiga capital, e a coletânea de contos Papa-Ceia, de 1968. “Ela não pode ser esquecida, pois é uma figura essencial para a cultura goiana”, complementa Leonardo.

<h2>Perfil </h2>

Nascida em 25 de junho de 1919, na cidade de Goiás, Regina Lacerda dedicou sua vida a reunir documentos, narrativas orais e outros elementos que ajudaram a construir um panorama abrangente sobre os patrimônios materiais e imateriais de Goiás. Publicou diversos livros e realizou inúmeras pesquisas folclóricas em periódicos goianos e de outras regiões. Foi membro ativo da Academia Goiana de Letras, da União Brasileira de Escritores - Seção Goiás, da Associação Goiana de Imprensa, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e da Academia Trindadense de Letras. Ela morreu em 1992.

Primeiro livro da carreira da folclorista Regina Lacerda ganha uma nova edição

Literatura

Em tudo que fazia, Elder Rocha Lima era um lorde. Por meio do trabalho com as artes visuais, o vilaboense narrou paisagens e personagens que encontrava pelo caminho. Como arquiteto, deu grandes lições de boa arquitetura em projetos sóbrios, elegantes e autênticos. Nos livros, foi um escritor de mãos afetivas. Morreu aos 96 anos na madrugada desta sexta-feira (25) após ter sido internado com um quadro de infecção urinária. O sepultamento aconteceu no cemitério Campo da Esperança, em Brasília (DF).

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

O Cerrado e suas cores, as formas da Serra Dourada, as personas que perambulavam pela antiga Vila Boa, sua cidade natal, e o contraste entre o bucolismo dos casarios coloniais de Goiás com os prédios enfileirados de Goiânia. Tudo ao seu redor servia de inspiração para o trabalho de Elder, desde a infância, quando cursava o primário no Grupo Escolar Mestra Nhola. O artista deixa a viúva Graça Fleury, fundadora do Instituto Piaget, e os filhos.

Os últimos anos de vida de Elder foram ilustrados pela rotina em seu ateliê, no Instituto Bertran Fleury, na cidade de Goiás. O artista ficava horas e horas do seu dia em projetos em constante ebulição. Um dos últimos trabalhos que o artista deixou foram as ilustrações do Calendário 2024 do Instituto Biapó-Museu Casa de Cora Coralina, que virou e-book editado pelo POPULAR. O livro pode ser baixado gratuitamente na <a href="https://especiais.opopular.com.br/biblioteca-o-popular">estante virtual</a>.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/elder-rocha-lima-morre-aos-96-anos-1.3191303" target="_blank">Elder Rocha Lima morre aos 96 anos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/ex-ator-mirim-da-globo-e-morto-a-tiros-aos-45-anos-na-bahia-1.3191245" target="_blank">Ex-ator mirim da Globo é morto a tiros aos 45 anos na Bahia</a></div>

“Eu sempre me surpreendo com a fisionomia dos rostos que pintei porque tenho a impressão que eu as conheço, convivi com elas. Eu não uso modelos e não fotografo. São imagens que surgem do inconsciente”, rememorou o artista em uma de suas últimas entrevistas ao POPULAR. Elder viveu grande parte da sua vida em Brasília, mas retornou à cidade natal onde dizia que a inspiração surgia espontaneamente, entre a natureza, as ruas e seus habitantes.

O profissional deixou ainda um projeto em andamento. Trata-se da criação da Arcada do Tricentenário, em homenagem aos 300 anos de sua cidade natal. A ideia é que o monumento de 9,20m de altura por 17m de largura feito de aroeira recuperada de demolição, aço corten e garras de ferro possa ser instalado no canteiro da Rodovia GO-070, na altura da Capela das Areias, onde habitantes da cidade vinham receber os visitantes ilustres e deixá-los na partida. O projeto busca parcerias para a realização.

<img attr-cid="policy:1.3191490" attr-version="policy:1.3191490:1729891944" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3191490/WhatsApp Image 2024-10-25 at 13.30.56.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Último projeto deixado em andamento de Elder Rocha Lima: Arcada do Tricentenário, em homenagem aos 300 anos da cidade de Goiás (Divulgação)

“Comedido, pensativo, proativo, emotivo, altivo, pontuante e pontual. São esses os elementos que fazem os grandes artistas, os que, como Elder Rocha Lima, deixam legado para seus contemporâneos e para as futuras gerações”, afirma PX Silveira, produtor cultural que acompanhava de perto as realizações de Elder. Os dois haviam combinado para 2025, por exemplo, uma exposição no Museu Histórico Dominicano Frei Nazareno Confaloni, na Igreja do Rosário.

Na cidade de Goiás, Elder era uma espécie de patrono das artes e sempre servia de inspiração para outros artistas e instituições culturais. “Vai ser para sempre lembrado. Contribuiu demais para a cidade, sempre estava envolvido com alguma coisa, além de deixar o livro O Guia Afetivo da Cidade de Goiás. É um clássico, muito bonito, uma declaração de amor”, lembra a secretária municipal de Cultura, Goiandira Ortiz.

No tradicional Carnaval do Largo do Rosário deste ano, Elder foi o homenageado de honra da folia. Para a produtora da folia e artista visual Rossana Jardim, a homenagem prestada foi uma espécie de recordação a sua trajetória e legado. “Um ser humano incrível, humanista na melhor definição da palavra. Elder tem um lugar especial nas nossas vidas e na nossa história”, comenta.

O fato é que Elder fez escola e contribui para o trabalho de tantos outros artistas que vieram depois, caso de Siron Franco. “Foi um amigo querido. Conheci ele aos 13 anos, lembro que o visitei em seu estúdio de arquitetura. Me apresentou tantos profissionais e ajudou a repensar as artes visuais. Viveu muito bem. É, com toda certeza, uma das figuras mais emblemáticas e importantes na trajetória artística de Goiás”, lamenta o artista.

As obras do artista estão espalhadas por todos os cantos de Goiás, como no foyer do Cine Teatro São Joaquim, com um conjunto de painéis em homenagem à Serra Dourada. “Foi com muita tristeza que recebemos a notícia da morte de Elder Rocha Lima. Ele foi pintor, desenhista, aquarelista, arquiteto, crítico de arte, artista gráfico e professor, sendo, ao lado de Frei Nazareno Confaloni, criador do curso de arquitetura da PUC Goiás. É uma perda grande para a cultura goiana”, disse em nota a secretária estadual de Cultura, Yara Nunes.

<h2>Veterano incansável&nbsp;</h2>

Em 2015, quando recebeu o troféu Jaburu no Palácio das Esmeraldas, Elder Rocha Lima discursou sobre o desejo incessante de criar, revelando o amor profundo que nutria pelo próprio ofício. Tendo grande parte de sua obra dedicada à natureza, o Cerrado é parte importante do seu trabalho, algo que o artista descreve como uma forma de apelo pela necessidade de preservação do bioma, chamando especial atenção para a beleza de suas árvores retorcidas, suas cascas ressequidas e a força de suas raízes.

“Quando pinto, não estou fazendo apenas uma homenagem ao Cerrado, estou chamando a atenção das pessoas que esse bioma precisa ser preservado porque ele está sendo sacrificado. Acredito que acaba sendo uma pequena colaboração minha aos ecologistas que não cansam de lutar pelo bem da nossa natureza”, disse o artista em entrevista ao POPULAR em 2021. Na ocasião, o vilaboense estava inaugurando uma exposição virtual de 42 obras. “A tecnologia ajuda nesse sentido de romper fronteiras”, exclamou então com 93 anos.&nbsp;

Para o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Carlos Willian Leite, a trajetória de Elder é marcada pela dedicação e um espírito incansável. “Foi muito mais do que um artista e arquiteto de renome; ele foi uma alma inteiramente dedicada a Goiás, comprometida com o Cerrado e com as raízes culturais que tanto valorizava. Um homem que sempre colocou o coração em cada traço, em cada escolha artística”, comenta.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3191484" attr-version="policy:1.3191484:1729891763" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3191484/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Elder Rocha Lima em seu ateliê, com destaque para pinturas que evocam o Cerrado (Carlos Monaretta)

&nbsp;