Cantor, compositor, produtor musical e multi-instrumentista, Bell Marques tem como marcas registradas a bandana na cabeça e o sorriso perpétuo no rosto. A alegria e a energia do baiano são atrações deste sábado (27), no Puxadinho, a partir das 16 horas, no Music Stage, que fica em frente ao Passeio das Águas Shopping. A dupla Matheus & Kauan e o Netto DJ também estão escalados no show que faz parte da retomada consciente de eventos em Goiânia. Para Bell - após quase dois anos longe dos palcos devido à pandemia da Covid-19 -, o momento tem sido de reencontros com os fãs. “Preparei um repertório bem alegre. Durante a pandemia, vasculhei minhas músicas e de artistas amigos em busca daquelas canções que fazem as pessoas felizes”, explicou, em entrevista ao POPULAR. Aos 69 anos, o ex-vocalista do Chiclete com Banana esbanja vitalidade. No início do mês, Bell realizou o sonho de comandar um cruzeiro temático, o Vumbora pro Mar. O sucesso foi tão grande que a empreitada tem edição garantida para 2022. Na entrevista, o cantor falou sobre como foi viver esse período longe dos palcos e dos trios elétricos, as incertezas sobre o próximo carnaval em Salvador e da dor que sentiu ao receber, no camarim de um show, a notícia da morte da cantora goiana Marília Mendonça.Como tem sido esse reencontro com o público na retomada de shows pelo Brasil?Tenho vivido momentos incríveis. No primeiro show, lembro que estava indo para o palco muito tenso porque tinha perdido o costume de ver o sorriso no olhar das pessoas. As máscaras sempre estavam na frente. Quando cheguei e pude perceber a felicidade delas de estarem ali comigo, cantando as minhas canções, foi algo muito especial na minha vida. Qual lembrança mais marcante você vai guardar desse período em que teve de ficar longe dos palcos e dos trios?Foi muito estranho ficar quase dois anos longe dos palcos. Vivemos durante todo esse período, todos nós, uma sensação de solidão muito severa. Eu, um artista sempre muito ativo, achei que tinha inclusive desaprendido a tocar (risos). Mas depois percebi que estava tudo bem. Quando dei o primeiro acorde, que comecei a me movimentar no palco, a sensação, depois de um tempo, foi de que nada tinha acontecido. Tinha conseguido apagar tudo de ruim. Como é sua relação com os fãs de Goiás?Os fãs goianos sempre foram muito queridos e me receberam muito bem em Goiás. Tenho uma quantidade enorme de fãs e eles sempre tiveram um carinho diferenciado. Até porque muitos deles viajam o Brasil inteiro para curtir os shows. Isso é uma demonstração muito forte desse carinho e de como eles me escolheram como o artista do coração deles. Como foi a experiência de ter seu primeiro cruzeiro temático?O cruzeiro foi uma surpresa muito grande. Fizemos um repertório especial e pude ver a alegria das pessoas escutando canções que há muito tempo elas não ouviam. Foi um desafio enorme para toda minha equipe, mas tornou-se um projeto vencedor que veio para ficar. A ideia é resgatar o axé music de uma forma mais forte. Todos os meus amigos da Bahia estavam presentes. Foi uma grande festa baiana. Não tenho nem como descrever a forma como as pessoas se divertiram. O próximo será em novembro de 2022. Há ainda um clima de incerteza sobre o carnaval de rua de Salvador. O que você pode adiantar para aqueles que fazem questão de te acompanhar atrás do trio elétrico no carnaval?Realmente ainda não sei dizer nada sobre o carnaval. É algo que depende de uma decisão do governo da Bahia. Como artista que viveu a minha vida inteira em cima de um trio elétrico, cantando e colecionando momentos maravilhosos, não ter tido a experiência do carnaval de Salvador foi de uma tristeza enorme. Estou esperando a decisão deles e o que eles decidirem, vamos ter de atacar porque sabemos que ainda é um momento dificílimo. Temos de entender a situação que o País ainda atravessa. Você recentemente fez uma bela homenagem para a cantora goiana Marília Mendonça. Que legado você acha que ela deixa como artista no País?Foi incrível porque me emocionei demais. Quando recebi a notícia da morte dela, estava dentro do meu camarim no navio, pronto para fazer o show. Não tive como não fazê-lo porque estava todo mundo embarcado. O navio ficou todo em silêncio, todos muito comovidos. Foi uma coisa impressionante. A Marília era uma pessoa incrível, de um enorme carisma e gentileza. Fora o potencial musical. Ela conseguiu conquistar o coração das pessoas. Foi uma perda enorme para todos nós. A gente sabe que não tem controle sobre a vida, mas nossa vontade é que a Marília continuasse fazendo arte para a gente. De onde vem essa energia que parece inesgotável?Apesar de todo mundo dizer que ela é inesgotável, tem horas que ela se esgota (risos). Mas é difícil. Eu tenho realmente uma energia diferenciada, sinto isso. Acho que faço as coisas com tanto prazer que, quando subo no palco, aquilo me move por dentro, quero cantar, não quero parar. Saio do palco e trabalho muito também tanto na parte musical como empresarial. Meu dia a dia é muito puxado. Mas quando subo no palco, por mais cansado que esteja, sempre tenho algo a mais para apresentar para as pessoas. Quando estou atrás da cortina e olho aquela multidão gritando meu nome, eu agradeço a Deus e faço a pergunta do porquê eu ter sido escolhido para essa missão de levar alegria às pessoas. É por isso que me empenho muito para que elas saiam felizes dos meus shows.Sem esquecer os protocolosIdealizado pelos empresários e produtores de eventos Murilo Rodrigues e Juliano Carrilho, o Puxadinho faz parte de um movimento batizado como retomada consciente de eventos em Goiânia. Já foram realizados dois shows no espaço, que tem agenda cheia até janeiro. Israel & Rodolffo, Léo Santana e Barões da Pisadinha são alguns dos artistas escalados na grade de atrações.“Estamos seguindo os protocolos recomendados pelas autoridades competentes. Colocamos um grupo de colaboradores para cuidar da fiscalização, como por exemplo a necessidade da máscara, a instalação de pontos de álcool em gel e a necessidade de apresentação do cartão de vacina ou teste de PCR ou antígeno feito 48 horas antes de cada evento”, explica Murilo. A escolha de um local amplo - são 30 mil metros quadrados com capacidade de público de 5,5 mil pessoas - e arejado faz parte da estratégia de acomodar o público com conforto e segurança.SERVIÇOEvento: PuxadinhoAtrações: Bell Marques, Matheus & Kauan e Netto DJData: Sábado (27/11), a partir das 16 horasIngressos: R$ 130 (meia solidária com doação de 2 quilos de alimentos não perecíveis) e R$ 260. Valores sujeitos à alteraçãoLocal: Music Stage. Av. Goiás Norte, esquina com Perimetral Norte (em frente ao Passeio das Águas Shopping)Postos de vendas: Bahrem Bar Marista - 3645-0136/ Bahrem Eldorado - 3954-0024/ Riquinho Store - 98338-2454 e Tema Café e BistrôMais informações: www.vempropuxadinho.com