POP_ONLINE_PE_CAVALO_DADO_20_05_2019

<div attr-cid="policy:1.1802038" attr-version="policy:1.1802038" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.1802038" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.1802038', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.1802038">Imagem (1.1802038)</a></div><div attr-cid="policy:1.1802034" attr-version="policy:1.1802034" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.1802034" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.1802034', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.1802034">Imagem (1.1802034)</a></div>Brasileiro que é brasileiro ama um bom ditado, mas, em grande parte das vezes, os ditados vão sendo repetidos de maneira errada sem ninguém se dar conta disso. O Português Expresso desta segunda-feira (21) traz um destes ditados: cavalo dado não se olha os dentes.Sabia que, nessa frase, há dois erros de Português? O professor Carlos André Nunes explica e ensina algumas regras de concordância que faltaram neste dito.  Assista:

'Cavalo dado não se olha os dentes': ditado tem erros de Português; entenda

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Matéria - Magazine

Português Expresso

<div attr-cid="policy:1.3228381" attr-version="policy:1.3228381:1738878596" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3228381" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3228381', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3228381">Português Expresso (1.3228381)</a></div>

Pode isso, professor Carlos André?

Não deveria, mas pode sim. 
 
 
<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>&nbsp;

Explico:

Bem, com certeza, você já ouviu o termo celulódromo em razão da proibição do Governo Federal quanto ao uso de celulares em sala de aula pelos alunos.

As escolas logo acharam um jeito de acomodar o bendito aparelho dos estudantes e deram o nome do lugar de celulódromo.

Certamente, a invenção tem a ver com as palavras autódromo, kartódromo, sambódromo, camelódromo etc.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/literalmente-1.3223204" style="font-size: 12px;" target="_blank">Literalmente&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/obrigados-1.3220782" style="font-size: 12px;" target="_blank">OBRIGADOS&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/pessoa-humana-1.3218247" style="font-size: 12px;" target="_blank">Pessoa humana&nbsp;</a></div>

Será que essa relação está correta? Vamos lá!

Em grego, drómos,ou significa 'ação de correr, lugar para corrida, corrida'; espaço apropriado para a realização de corridas de qualquer espécie na Grécia antiga; pista de corrida.

Desse raciocínio, tem-se que, nas palavras autódromo e kartódromo, há uma lógica com o sentido original do grego: lugar de corrida de automóveis; lugar de corrida de kart.

Ocorre que a língua é viva e, no Brasil, é vivíssima!

Aqui, drómos passou a ter acepção apenas de lugar (sem que haja a ideia de ‘corrida’).

Veja, por exemplo, a palavra sambódromo, criada pelo grande Darcy Ribeiro, sociólogo e ex-vice-governador do Rio de Janeiro, para designar o conhecido projeto de Oscar Niemeyer. Não se pode pensar, nesse caso específico, exatamente na ideia de “ lugar de corrida de samba”. Outra palavra é “camelódromo”, conhecida de todos nós, que também não possui valor de lugar de corrida de camelôs. No Brasil, drómos quer dizer apenas de lugar: lugar de samba; lugar de camelô.

Pois bem, celulódromo, à tradição brasileira, surge como um neologismo para indicar lugar de celular, sem a ideia de corrida.

Será que essa palavra vingará e tornar-se-á aceita pela Academia Brasileira de Letras.

O tempo e o uso dirão.

Por enquanto, o uso é lógico, com base no português do Brasil.

Até a próxima

Fraterno abraço

Professor Carlos André

1samba + -o- + ―́dromo, hibr. criado por Darcy Ribeiro (1922-1997), então vice-governador do estado do Rio de Janeiro (1984), para designar essa construção projetada pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer (1907-2012)

CELULÓDROMO?!

Português expresso 

Vídeo

<div attr-cid="policy:1.3223210" attr-version="policy:1.3223210:1737662090" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3223210" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3223210', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3223210">Vídeo (1.3223210)</a></div>

Literalmente significa "de acordo com a letra", "de modo exato". Essa palavra não admite uso figurado e também não tem o sentido de intensidade.

Assim, quando alguém diz que está LITERALMENTE MORTO DE FOME, produz uma enunciação impossível. Quem está literalmente morto não fala, porque está morto de verdade. Cá entre nós, dá até medo, não é?

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Ademais, usar "literalmente", com o sentido de "muito" é também errado. Quando se diz que João está LITERALMENTE "ferrado", no sentido de que ele está muito "ferrado", erra-se por dois motivos: primeiro, porque literalmente não tem o sentido de "muito" e, segundo, porque João não pode estar literalmente (verdadeiramente) "ferrado", a não ser que João tenha sido marcado por ferro...

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/obrigados-1.3220782" target="_blank">OBRIGADOS</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/pessoa-humana-1.3218247" target="_blank">Pessoa humana</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/estar-de-ferias-ou-em-ferias-1.3215879" target="_blank">Estar de férias ou em férias?</a></div>

O bom uso de literalmente seria na seguinte frase:

Meu cliente está literalmente preso.

Note que a palavra "preso", nesse caso, possui o valor de "preso de verdade", "atrás das grades", "detido pela polícia". "Preso" não tem sentido metafórico, como tem em "preso de amor por ela".

Gostou? Entendeu?

&nbsp;

Até a próxima

Fraterno abraço

Professor Carlos André

Literalmente

PORTUGUÊS EXPRESSO 

video obrigados

<div attr-cid="policy:1.3220785" attr-version="policy:1.3220785:1737061161" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3220785" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3220785', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3220785">video obrigados (1.3220785)</a></div>

Ao final do show, os cantores Caetano Veloso e Maria Bethânia têm agradecido ao público com a palavra OBRIGADOS.

Isso está gramaticalmente correto?

A resposta é sim. Está.

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O adjetivo, usado como interjeição, OBRIGADO significa estar grato e, gramaticalmente, concorda com o gênero de quem fala. Assim, indivíduo do sexo masculino diz OBRIGADO, e do sexo feminino diz OBRIGADA.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/pessoa-humana-1.3218247" target="_blank">Pessoa humana</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/estar-de-ferias-ou-em-ferias-1.3215879" target="_blank">Estar de férias ou em férias?</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/portugu%C3%AAs-expresso/fim-ou-final-de-ano-1.3214136" target="_blank">Fim ou final de ano?</a></div>

Quando um homem agradece, em nome dele e de uma mulher, ou quando uma mulher agradece, em nome dela e de homem, tem-se o plural OBRIGADOS, no masculino e no plural. Foi exatamente isso que aconteceu no show de Caetano e Bethânia. Como o cumprimento foi em nome dos dois, veio o OBRIGADOS.

Bom lembrar que - se fossem duas mulheres a cumprimentar o público - o correto seria OBRIGADAS. Isso aconteceria, por exemplo, com a dupla sertaneja Maira e Maraísa.

Gostou? Entendeu?

Compartilhe com seus amigos.

OBRIGADOS

PORTUGUÊS EXPRESSO

<div attr-cid="policy:1.3218252" attr-version="policy:1.3218252:1736445747" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3218252" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3218252', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3218252">Vídeo (1.3218252)</a></div>

Muitos juristas e (acredite) até linguistas “apressadinhos” dizem que sim, “que é uma redundância, que é uma tautologia imperdoável, da mesma espécie de ‘acordo amigável’ e de sentença de primeira instância’’’, em razão da origem etimológica da palavra persona”

Mas…

Cuidado. Não seja como eles. “Vá devagar com o andor, que o santo é de barro.”

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Embora a etimologia leve você a um raciocínio de pleonasmo vicioso, já que “pessoa” e “humana”, na origem, significam a mesma coisa, a pragmática, que é a parte da gramática que estudo o significado contextual e prático das palavras, não considera apenas o significado literal dos signos linguísticos. A pramática analisa elementos da situação e da intenção que o locutor teve ao proferir o discurso.

Obviamente, o constituinte de 1988 sabia que “pessoa” e “humana” são sinônimos, basta abrir um livro de história e saber do nível de alguns parlamentares constituintes (caso de José Roberto Batochio) e do corpo técnico do Congresso Nacional… Você não é ingênuo a esse ponto…

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/estar-de-ferias-ou-em-ferias-1.3215879" target="_blank">Estar de férias ou em férias?</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/portugu%C3%AAs-expresso/fim-ou-final-de-ano-1.3214136" target="_blank">Fim ou final de ano?</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/portugu%C3%AAs-expresso/prefeitura-municipal-1.3212146" target="_blank">Prefeitura Municipal</a></div>

O constituinte escreveu pessoa humana, como reforço estilístico, por dois motivos:

<ul>
	<li>Primeiro: adjetivos podem ter valor pragmático. No mundo jurídico, os termos técnicos como “pessoa física” e “pessoa jurídica”, predominantemente ligados ao Direito Civil, não traduzem rigosamente o sentido constitucional e político do termo “pessoa humana”. Note que os adjetivos “física” e “jurídica” cumprem uma missão de socioletos profissionais, ou seja, termos ligados ao Direito. O adjetivo “humana” cumprirá outro valor, como hei de explicar abaixo, no segundo motivo. 
	&nbsp;</li>
	<li>Segundo: por consequência do primeiro motivo, a expressão “pessoa humana” é uma enunciação pleonástico-estilística, para consignar um termo técnico-jurídico indicativo de obediência a todos os valores advindos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, bem como de todo o arcabouço principiológica e legislativo antitotalitário. Pessoa humana é um terno técnico no Direito</li>
</ul>

Brasileiro, que afasta a República do flerte com ideais ditatoriais. Escrever apenas “pessoa”, no Art. 1º, III, da Constitucional Federal seria atécnico, pois não expressaria teleologicamente o objetivo da Carta de Ulysses Guimarães.

Estudar a gramática da língua portuguesa requer raciocínio cuidadoso e profundo. Ser “apressadinho” pode levar você a chegar a conclusões pouco inteligentes, do ponto de vista técnico-linguístico.

<h2>Em resumo:</h2>

A expressão “PESSOA HUMANA” está CORRETÍSSIMA no contexto da Constituição Federal Brasileira de 1988. Estudar a gramática da língua portuguesa requer raciocínio cuidadoso e profundo. Ser “apressadinho” pode levar você a chegar a conclusões pouco inteligentes, do ponto de vista técnico-linguístico.

&nbsp;

Até a próxima

Fraterno abraço

Professor Carlos André