Não parece ser a mesma pessoa. Quando assistimos as trapalhadas do mais atabalhoado inspetor policial da história do cinema, não conseguimos conter gargalhadas em alto volume causadas pelas confusões que envolvem o Inspetor Clouseau, da franquia A Pantera Cor de Rosa. Quando nos deparamos com os óculos escuros do celerado protagonista do filme Doutor Fantástico, do diretor Stanley Kubrick, temos asco daquele capitão fanático que vê comunistas em todos os cantos durante a Guerra Fria. Mas esses dois personagens foram interpretados pelo mesmo ator, o britânico Peter Sellers, que nasceu em 8 de setembro de 1925 e que, apesar de ter morrido já há 45 anos, em 24 de julho de 1980, ainda é lembrado e considerado uma referência na arte de atuar com maestria e versatilidade. A morte precoce de Peter Sellers pegou o mundo do cinema de surpresa, causando choque e tristeza entre fãs e colegas de ofício. Afinal, ele vivia seu auge de popularidade. Ele havia acabado de disputar o Oscar de melhor ator por sua fantástica performance no belo Muito Além do Jardim, no qual dá vida a um bondoso jardineiro que, diante da perda de seu mundo particular, enfrenta novas situações que vão mudar não só a sua vida, mas a de todos que com ele convivem. Aquela era a terceira vez que concorria à estatueta dourada de Hollywood. Em 1965, ele também foi indicado a melhor ator por Doutor Fantástico. Antes, em 1960, esteve na disputa de melhor curta-metragem por produzir e codirigir a comédia experimental Correndo, Pulando e Parando, que custou menos de 100 libras.