Ele está ali, só não dá para ver. Escondido atrás de outdoors e propagandas, o art déco de Goiânia está expresso muito além dos prédios públicos tombados em nível nacional. Nas fachadas de predinhos comerciais de avenidas como Anhanguera e Araguaia, e em residências que mês a mês são derrubadas no Centro da cidade, o patrimônio resiste ao descaso e ao tempo. Em comemoração ao centenário do art déco no mundo, o POPULAR encerra nesta edição a série especial sobre as influências do movimento arquitetônico em Goiânia. Projetada nos anos 1930, a cidade incorporou o estilo em suas construções públicas e privadas, tornando-se uma das cidades brasileiras com maior número de obras nessa linguagem. Para a última reportagem da série, as perguntas que se fazem são: qual a realidade das políticas públicas para o patrimônio? Como fazer com que o art déco escondido sob outdoors possa ser descoberto e reverenciado? Como estará o art déco de Goiânia daqui a 100 anos? Para a arquiteta e urbanista Beatriz Otto de Santana, técnica do Iphan, a constituição de um Fundo Municipal de Preservação é um dos primeiros passos para a preservação.