Luiz Spada

A vida de Tom Welling, que completa 44 anos de idade nesta segunda-feira, poderia ter tomado outro rumo. Ele começou a trabalhar como modelo, mas não estava feliz com a carreira. Ele queria atuar. E conseguiu. E tornou-se um rosto para lá de conhecido, já que, por dez anos, interpretou o jovem Clark Kent na série Smalvillea (cujas dez temporadas estão disponíveis no Globoplay). Paralelamente, o ator foi fazendo alguns filmes, em gêneros distintos, desde dramas, passando por comédias e terror. Confira aqui quatro títulos disponíveis no streaming.<div attr-cid="policy:Image_1.2238835" attr-version="policy:Image_1.2238835" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:Image_1.2238835" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'Image_1.2238835', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:Image_1.2238835">Imagem (Image_1.2238835)</a></div><div attr-cid="policy:Image_1.2238836" attr-version="policy:Image_1.2238836" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:Image_1.2238836" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'Image_1.2238836', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:Image_1.2238836">Imagem (Image_1.2238836)</a></div><div attr-cid="policy:Image_1.2238837" attr-version="policy:Image_1.2238837" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:Image_1.2238837" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'Image_1.2238837', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:Image_1.2238837">Imagem (Image_1.2238837)</a></div>

Confira filmes com Tom Welling, que completa 44 anos de idade nesta segunda-feira

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Faz tempo desde que os sustos baratos perderam espaço nos filmes de horror. Se Invocação do Mal, franquia iniciada em 2013, arrecadou milhões com assombrações e bonecos endiabrados, os medos atuais costumam mirar o psicológico. Movido por traumas geracionais, Faça Ela Voltar, que estreia nesta quinta (21), reforça uma tendência que ganhou mais atenção sob o controverso título de pós-terror. Cunhada em 2017 por Steve Rose, a categoria reúne obras que subvertem clichês e aproximam imagens aterrorizantes do cotidiano.Saem de cena os “jump scares” - aparições e sons repentinos que fazem o espectador saltar da cadeira - e os seres horrendos concebidos pela imaginação. Na época, os calafrios do crítico britânico surgiam de títulos como A Bruxa, que trocou os fantasmas pelas crenças de uma família do século 17. Quase dez anos depois, e também sob a bênção da produtora independente A24, o segundo longa de Danny Philippou e Michael Philippou se aproxima do conceito.É o tipo de ideia que divide opiniões, e há quem denuncie preconceitos. Crítica e curadora voltada ao gênero, Tati Regis diz que o rótulo pode criar uma falsa hierarquia entre “filmes elevados” e exercícios mais tradicionais. Na trama de Faça Ela Voltar, Andy e Piper perdem o pai e vão morar com a psicóloga Laura. Na companhia de Oliver, garoto misterioso que não se comunica, eles descobrem que a mãe adotiva está longe de superar a perda da própria filha. A mulher inicia rituais macabros e ninguém está a salvo.O sobrenatural dá as caras em fitas VHS, em que a terapeuta revisa instruções, e a ameaça real surge do luto. “O terror pode existir mesmo se você estiver dessensibilizado. As dinâmicas humanas podem ser muito assustadoras, especialmente em situações baseadas na vida real. Há muitas outras formas de assustar a audiência além do choque”, afirma Danny. Ele retoma a parceria com o irmão após o sucesso de Fale Comigo, terceira maior bilheteria da A24. O projeto anterior segue jovens festeiros que acham um novo lazer: rodadas de invocação em que são possuídos por segundos. O grupo grava a experiência com os celulares e trata a brincadeira como droga. Quando a moda perde a graça, os espíritos permanecem e passam a refletir conflitos internos.“O horror comercial aprendeu a se camuflar. Antes, não havia vergonha em ser direto, sangrento, cheio de sustos e vilões caricatos. Agora, até as grandes bilheterias buscam essa embalagem mais ‘respeitável’ para atrair públicos fora do nicho”, afirma Regis, que diz que o “pós-terror” desconsidera filmes antigos.“Há uma preferência por inimigos subjetivos, que levam mais para o drama de ares incômodos. Isso não é um problema em si. O problema é quando isso vira uma tendência dominante e perdemos uma tradição visual, importante para obras como O Exorcista ou A Noite dos Mortos Vivos, que usavam figuras concretas para falar de medos universais.”Segundo ela, existiria uma tendência a desconsiderar obras como o indicado ao Oscar A Substância e os recentes Pecadores e A Hora do Mal, fenômenos da Warner, como filmes de terror. Se o primeiro explodiu a bolha ao discutir o etarismo, houve quem classificasse o último como suspense e até comédia de humor ácido. O longa em questão costura tradições e estratégias modernas ao explorar o desaparecimento de um grupo de crianças.A manutenção dos lucros também trouxe ao gênero a lógica dos heróis da Marvel. Às vésperas de um quarto Invocação do Mal, previsto para setembro, é sintomático que os Philippou já tenham anunciado derivados de Fale Comigo. O jeito é esperar por mais jovens desencantados, capazes de capturar fantasmas com smartphones.

'Faça Ela Voltar', que estreia nesta quinta-feira (21), troca sustos por medos psicológicos

Gritos e sussurros

Goiânia está entre as sete cidades escolhidas para receber o Korean Film Festival (Koff) no Brasil. Entre esta terça-feira (19) e sábado (23), no Sesc Centro e com entrada gratuita, o público poderá conferir 18 filmes sul-coreanos, entre curtas e longas, que revelam a diversidade do cinema do país cuja cultura vem conquistando espaço no Brasil, influenciando moda, música e audiovisual. “O festival reflete um pouco das características da Coreia do Sul e dá acesso para o público ao melhor dessa produção contemporânea”, explicou ao POPULAR o diretor, roteirista e dramaturgo Rubens Rewald, responsável pela curadoria da mostra.

Ninguém discorda que a Coreia do Sul é um verdadeiro fenômeno cultural. “A Coreia é o país da moda, é o grande país do soft power no mundo, a culinária, a música, o audiovisual, o cinema, séries de TV, streaming... é impressionante como um país de dimensões geográficas e populacionais modestas consegue ter essa repercussão e produzir cultura tão rica”, avalia Rewald. Ele ressalta que o festival busca justamente aproximar o público brasileiro dessa riqueza audiovisual, permitindo uma experiência direta com a produção sul-coreana contemporânea.

Após o marco histórico de Parasita (2019), que se tornou o primeiro filme não falado em inglês a vencer o Oscar de Melhor Filme, a indústria cinematográfica da Coreia do Sul viu crescer sua relevância global. Em 2023, 12.12: The Day, um drama histórico sobre o golpe militar de 1979, tornou-se o filme sul-coreano de maior bilheteira do ano, com mais de US$ 97 milhões arrecadados. Outro destaque é Concrete Utopia (2023), um thriller distópico que dominou a temporada de premiações.

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Secret: Untold Melody (Divulgação)

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O tema dessa edição do Korean Film Festival, Diversidade e Modernidade, reflete a amplitude da produção sul-coreana. “Diversidade, pela própria variedade de estilos, gêneros e formas dos filmes. Temos ação, comédias, dramas românticos, dramas históricos, filmes com temáticas sociais”, diz Rewald. Para ele, a modernidade está na forma como os cineastas coreanos processam tendências globais, incorporando elementos do passado e do presente em uma linguagem própria. “É uma produção super diversificada, conectada ao mundo, mas com características únicas”, completa.

Um dos temas recorrentes nos filmes do festival é a moradia. Atualmente muitos jovens sul-coreanos enfrentam dificuldades para adquirir imóveis e lidar com aluguéis altos, especialmente nos grandes centros urbanos. “É um problema social grave, que aparece em várias produções, mostrando o impacto dessas dificuldades na vida das pessoas”, conta o curador. Outra questão frequente é a idade e a falta de previdência social, retratada em filmes e séries populares como Round 6. “Se o trabalhador não consegue guardar recursos, pode se tornar vulnerável economicamente. O cinema sul-coreano aborda essas questões de forma direta, mas sempre com uma narrativa envolvente.”

Outro ponto que chama a atenção é o diálogo entre cinema comercial e independente. “Na Coreia, essa divisão não é tão sectária como em outros países. Filmes comerciais conversam com produções independentes, que trazem pesquisa de linguagem ou visão crítica social. O fomento público existe, mas o cinema precisa ter retorno comercial. Essa interação cria uma produção rica, diversa e com impacto social”, explica Rewald.

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Lost (Divulgação)

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Experiências sensoriais&nbsp;

Durante os cinco dias de exibição, o público goianiense poderá conferir filmes como Secret: Untold Melody, Boy In The Pool, Dream Palace, You Are The Apple Of My Eye, além de curtas de animação e suspense que exploram desde dramas familiares até questões sociais contemporâneas. Cada filme traz experiências sensoriais e narrativas que revelam aspectos únicos da sociedade sul-coreana, com diferentes classificações indicativas entre 12 e 16 anos.

O Koff percorre também outras cidades brasileiras: Piracicaba (SP), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP). A itinerância permite que diferentes públicos tenham contato com a produção cinematográfica sul-coreana contemporânea, desde clássicos restaurados até estreias recentes, reforçando o papel do festival como veículo de intercâmbio cultural e aproximação entre Brasil e Coreia do Sul.

Rubens Rewald, responsável pela curadoria da mostra, ressalta que o sucesso do cinema sul-coreano está ligado à formação e disciplina dos profissionais. “Após a guerra da Coreia, houve investimento massivo em educação, apostando nela como forma de transformar o país. Isso se reflete na precisão, qualidade quase matemática e no cuidado com cada detalhe da produção cultural, seja cinema, música ou moda”, observa.&nbsp;

 
Programação Korean Film Festival 
Local: Sesc Centro. Rua 15, Setor Central

Terça-feira - 19 
18h30 – The Day Of Graduation (curta, 28’, Kim Naeeun) | Ficção | 16 anos 
Jisung perde o ônibus após formatura vazia e encontra Sunyoung, professora cujo contrato acabou. 
19h – Lost (longa, 1h44’, Kang Dong-in) | Mistério/Drama | 16 anos 
Tae-hwa busca redenção e respostas familiares após acidente envolvendo o pai, em trama sobre culpa e perdão.

Quarta-feira 20 
16h – The Vicious (curta, 30’, Jo Yangho) | Ficção | 16 anos 
Apartamento leiloado e dias difíceis entre aluguéis, até um desfecho inesperado. 
16h40 – Dream Palace (longa, 1h52’, Sungmoon Ka) | Drama | 12 anos 
Hye-jung tenta recomeçar com o filho, enfrentando isolamento e injustiça em novo conjunto habitacional. 
19h – Summer’s Camera (longa, 1h23’, Divine Sung) | Drama | 16 anos 
Summer reencontra a fotografia e lida com amor e luto ao capturar sentimentos e memórias do pai.

Quinta-feira 21 
16h – Night Fishing (curta, 13’, Byoung-gon Moon) | Mistério/Suspense | 16 anos 
Incidente misterioso em uma estação de veículos elétricos à noite. 
16h30 – Boy In The Pool (longa, 1h28’, Ryu Yeon-su) | Drama | 16 anos 
Seok-young e Woo-ju se aproximam e se separam, lidando com amor e insegurança. 
18h – Sister Yujeong (longa, 1h40’, Chung Hae-il) | Drama/Família | 16 anos 
Yujeong luta para ajudar a irmã presa, enfrentando obstáculos e descobrindo forças inesperadas.

Sexta-feira 22 
16h – Society Of Clothes (curta, 15’, Jeong Dahee) | Animação | 16 anos 
Roupas ganham vida em um mundo sem corpos, vivendo tarefas absurdas. 
16h30 – The Beetle Project (longa, 1h42’, Jin Kwang-kyo) | Drama 
Crianças da Coreia do Norte e do Sul cuidam de besouro perdido, refletindo empatia e barreiras. 
18h10 – Crypto Man (longa, 1h41’, Harry Hyun) | Animação | 16 anos 
Do-hyun cria criptomoeda para fama, abordando ética e ambição em sistema competitivo.

Sábado 23 
14h – Trap (curta, 16’, Oh Eunyoung) | Suspense | 16 anos 
Taxista leva passageiro misterioso, sentindo crescente inquietação. 
14h30 – Just a Bad Day (curta, 30’, Jin Jeon) | Drama | 16 anos 
Entrega de pacote desperta memórias e perigo para Seo-Hyeon Ha. 
14h50 – The Waves (curta, 9’, Joung Yumi) | Animação | 16 anos 
Ondas revelam ações repetitivas de pessoas na praia. 
15h – Natural Enemy (curta, 13’, Joan Lee) | Thriller | 16 anos 
Jeonghee destrói a felicidade alheia, buscando sentido em traumas passados. 
15h20 – Unboxing (curta, 15’, Haesim Jung) | Drama | 16 anos 
15h40 – Secret: Untold Melody (longa, 1h43’, Seo You-min) | Musical/Romance | 16 anos 
Yoo-joon busca Jeong-ah, seguindo uma melodia que revela segredo atemporal. 
17h30 – You Are The Apple Of My Eye (longa, 1h41’, Cho Young-Myoung) | Comédia/Drama/Romance | 16 anos. 
Jinwoo e Seon-ah vivem descobertas e primeiros amores no ensino médio.

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Korean Film Festival traz 18 filmes sul-coreanos, entre curtas e longas, para Goiânia

Made in Coreia

Séries de western nunca saíram de moda e continuam atraindo públicos de diferentes gerações. No início, os filmes do gênero, como Stagecoach (1939) e The Searchers (1956), mostravam um Oeste desafiador e violento, onde a sobrevivência era incerta e a lei frequentemente falhava. Quando chegou à televisão, principalmente nos anos 1950 e 1960, com produções como Gunsmoke, Bonanza e The Lone Ranger, a abordagem mudou. Os chamados “enlatados” e seriados exibiam um cenário mais ingênuo, priorizando entretenimento familiar. Essa transição ajudou a consolidar o western como um produto popular na cultura americana e como uma fábrica de filmes e seriados no mundo todo. Mais do que um gênero audiovisual, o western moldou o estilo — influenciou a moda, popularizando chapéus de aba larga, botas de couro e camisas xadrez — e ajudou a criar um imaginário coletivo sobre coragem, aventura e liberdade &nbsp;que persiste até hoje.

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Vilão amado

J.R. Ewing, interpretado por Larry Hagman, se tornou um ícone da televisão mundial e transformou Dallas em uma referência de cultura pop nos anos 1980. O carisma e a astúcia do personagem contribuíram para tornar a série uma marca poderosa, gerando produtos licenciados, revistas, jogos e até perfumes inspirados no universo. Antes de viver o inescrupuloso magnata do petróleo, Hagman já havia conquistado o público como o Major Anthony Nelson, na comédia Jeannie é um Gênio (1965–1970), e participou de filmes como Ensign Pulver (1964) e Primary Colors (1998). O astro fez uma pequena aparição também em Superman: O Filme de 1978. Ele interpretou o papel do Major. Sua versatilidade ajudou a criar uma presença de tela única, que combinava charme e ambiguidade. Até hoje, J.R. permanece como símbolo de vilania sofisticada, influenciando personagens similares na TV e no cinema.

Terra Prometida

O ator Larry Hagman visitava Anápolis com frequência para ver a mãe, Mary Martin, estrela da Broadway, que havia adquirido uma fazenda a apenas 7 km da cidade. Juntos, construíram uma sede luxuosa, com amplos salões e vistas panorâmicas do Cerrado. Hoje em ruínas, a propriedade faz parte da história de astros que passaram por Goiás entre as décadas de 1930 e 1980. O livro Terra Prometida – ou Terra da Promissão, em sua primeira tradução – foi lançado com grande repercussão em 1952 nos Estados Unidos. A obra resgata memórias de Joan Lowell sobre sua aventura no Planalto Central, além de relatar visitas de celebridades como Janet Gaynor e as tentativas de aquisição de terras por figuras de Hollywood em Goiás.

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Seriados

Bonanza 
O seriado marcou a chegada definitiva do faroeste à TV brasileira, apresentando o gênero a uma geração inteira. Exibida originalmente entre 1959 e 1973, a série trazia uma versão mais ingênua e familiar do Velho Oeste, centrada na família Cartwright e suas histórias de honra, justiça e convivência. Os protagonistas eram o rancheiro viúvo, Ben Cartwright (Lorne Greene), e seus três filhos, que moravam na fazenda Ponderosa, em Nevada. Foi, para muitos brasileiros, o primeiro contato com o universo western.

Daniel Boone 
Ao longo de seis temporadas, o seriado estrelado por Fess Parker apresentou Daniel Boone — personagem real do século 18 — como símbolo da conquista do território americano rumo ao Oeste. Exibida nos anos 1960, mostrava embates com povos indígenas, retratados à época como inimigos selvagens, e destacava o espírito aventureiro do protagonista, marcado por seu icônico chapéu de pele de guaxinim. A esposa Rebeca Boone ganhava um papel de destaque incomum para mulheres em produções do gênero na época, trazendo um contraponto familiar e de força feminina, enquanto o indígena Mingo, era uma das vozes na mediação dos conflitos da colonização.

Rin Tin Tin 
Exibida originalmente entre 1954 e 1959, a série se tornou um clássico da TV ao unir faroeste, ação e ternura. A trama acompanhava Rusty, um garoto órfão criado por soldados da Cavalaria dos EUA no Velho Oeste, e seu fiel pastor alemão, Rin Tin Tin. Ter um cachorro como companheiro é um desejo natural para muitas crianças, e a produção deu forma a esse sonho ao mostrar uma amizade inabalável entre menino e cão. Rin Tin Tin tornou-se ícone da cultura pop e um dos cães mais queridos da televisão.

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Saga contemporânea

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A saga Yellowstone, criada por Taylor Sheridan, é um dos maiores fenômenos recentes da indústria do entretenimento e reforçou a relevância do western na televisão contemporânea. Lançada em 2018 e disponível na Paramount+, a série principal teve cinco temporadas e 53 episódios até seu desfecho em dezembro de 2024, contando com atuações de Kevin Costner, Luke Grimes, Kelly Reilly, Wes Bentley, Cole Hauser e Kelsey Asbille.&nbsp;

Inspirada nos clássicos do gênero, a franquia trouxe o drama familiar, a disputa por terras e a vida no Oeste para os dias atuais, misturando violência, política e conflitos sociais. A narrativa remete, em certa medida, a clássicos como Dallas, ao explorar as tensões internas de uma família poderosa e os conflitos pelo controle de riqueza e território.&nbsp;

Ao contrário das primeiras séries popularizadas no Brasil, que frequentemente suavizavam a violência e tratavam o faroeste de forma mais romantizada, Yellowstone investe em realismo cru, diálogos mais densos e personagens moralmente ambíguos. A paisagem, filmada com qualidade cinematográfica, deixa de ser mero pano de fundo para se tornar elemento narrativo essencial, refletindo o isolamento, a beleza e a dureza da vida no interior dos Estados Unidos. O sucesso da produção abriu espaço para um leque de spin-offs, todos conectados pelo universo dos Dutton, mas cada um podendo ser assistido de forma independente.

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Guia para assistir os spin-offs de Yellowstone

1883 
O spin-off conta a história do início do rancho da família Dutton. Em 1883, James e Margaret Dutton (Tim McGraw e Faith Hill) deixam o Texas em uma caravana rumo ao Oeste, enfrentando doenças, fome, ataques e intempéries. A única temporada retrata com realismo brutal os desafios da expansão para novas terras, mesclando a beleza das paisagens com a dureza da sobrevivência. Com fotografia deslumbrante e atuações marcantes, a série mostra as origens do legado que, no futuro, se tornará o Yellowstone Ranch.

1923 
A série, em duas temporadas, acompanha uma nova geração da família Dutton. A história acontece durante a Grande Depressão, com personagens lidando com problemas de um novo século, todos relacionados à indústria, política e economia. Enquanto 1883 retratava duas gerações da família, em 1923 são quatro, lideradas por Jacob e Cara Dutton (Harrison Ford e Helen Mirren). Entre secas, disputas de terra, epidemias e mudanças sociais aceleradas, a primeira temporada mostra como o clã enfrenta adversários cada vez mais poderosos para preservar o rancho e o legado familiar no coração do Oeste.

1944 
A série está em produção e será ambientada durante a Segunda Guerra Mundial. Enquanto 1923 preparou os jovens Dutton para enfrentar os desafios do início do século 20, agora eles estarão prontos para serem enviados à batalha, enfrentando os horrores do conflito global e as mudanças sociais e econômicas que transformaram os Estados Unidos e o rancho familiar. Ainda sem data de estreia programada, o spin-off promete expandir o universo de Yellowstone, conectando o passado dos Dutton ao presente da série principal.

The Madison 
Também está em produção, com previsão de lançamento para o final de 2025. Diferentemente de 1944, as filmagens já estão adiantadas, indicando que a estreia está próxima. Ambientada no Vale do Rio Madison, em Montana, a trama acompanha uma família de Nova York que se muda para a região após uma tragédia, explorando luto, conflitos e a vida no Oeste. Michelle Pfeiffer lidera o elenco, acompanhada por Matthew Fox e Patrick J. Adams, entre outros nomes. Ao contrário dos outros spin-offs, a série apresenta personagens inéditos, oferecendo uma nova perspectiva dentro do universo de Yellowstone.

Y:Marshals 
A série foca em Kayce Dutton (Luke Grimes) após sua saída do rancho Yellowstone. Como membro de uma unidade de elite dos U.S. Marshals em Montana, ele utiliza suas habilidades de cowboy e ex-Navy SEAL para enfrentar o crime, ao mesmo tempo em que lida com dilemas familiares e os custos psicológicos da nova função. Logan Marshall-Green também integra o elenco como Pete Calvin, amigo militar de Kayce. A estreia está prevista para a primavera de 2026, expandindo o universo de Yellowstone a novos territórios e desafios.

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Séries e filmes de western conquistam novas gerações

Era uma vez no Oeste 

Incapaz de tomar a coroa para si, Lady Macbeth passa toda a peça de William Shakespeare sussurrando delírios e tramoias nos ouvidos do marido, até que ambos mergulham numa espiral de loucura que torna esta uma das tragédias mais sangrentas do dramaturgo inglês.Não é por trocar a Escócia do século 11 pelo Brasil de 2025 que a versão de Fernando Coimbra para Macbeth fica mais leve. Dez séculos podem separar as tramas, mas a barbárie e a incivilidade também são dos elementos mais fortes de Os Enforcados, filme que estreia nesta quinta-feira (14), nas salas de Goiânia e Aparecida.Retorno de Coimbra aos cinemas brasileiros 11 anos depois do sucesso de O Lobo Atrás da Porta, o filme estreia no Brasil após ter seu roteiro premiado num laboratório de Sundance e ter exibições especiais no Festival de Toronto.Ambição, corrupção e profecias regem Os Enforcados tanto quanto Macbeth, mas com tons contemporâneos, claro, e um tempero brasileiro. O projeto surgiu da vontade de Coimbra de denunciar a criminalidade que corrói a sociedade carioca a partir do topo da pirâmide, não da base, como costuma ser o caso no audiovisual.Sede de poder é mais uma vez o que move os protagonistas, Valério e Regina, interpretados por Irandhir Santos e Leandra Leal. Ele é um bicheiro que divide os negócios ilícitos com o tio. Ela fica em casa supervisionando a obra da mansão que herdaram, um “mausoléu” incrustado nos morros e mirando o azul do mar.Uma disputa pelo controle do império do jogo do bicho e uma carta de tarô que enseja Regina a aproveitar as oportunidades que surgem - um aceno à profecia das bruxas de Macbeth”-, porém, fazem com que o par comece a mentir, subornar, matar e torturar todos em seu caminho.“Quando falamos do crime nas bases, muitas vezes falamos de uma galera que não têm opção. São pessoas que são vítimas da pobreza, da miséria, que acontece muito por causa de uma elite que concentra renda e amplia o abismo social. Era nessas pessoas que eu estava interessado, nas dinâmicas de corrupção do país”, diz Coimbra sobre a ideia, que surgiu ainda no período de finalização de O Lobo Atrás da Porta, também estrelado por Leal.De lá para cá, ele foi revisitando o roteiro, fazendo alterações, até enfim poder filmá-lo. O atraso foi em parte causado pela pandemia de Covid-19, mas majoritariamente por convites para dirigir no exterior, em séries como Narcos e Perry Mason e no filme Castelo de Areia, com Nicholas Hoult.“A essência continuou a mesma, a descida ao inferno do casal protagonista. Mas muita coisa mudou por causa de tudo o que eu vi acontecendo no Brasil, mesmo que estivesse longe. As coisas ficaram mais doidas com a ascensão da extrema direita. Vimos absurdos acontecendo e figuras como Bolsonaro e Sérgio Mouro surgindo. Então acabei fazendo um filme sobre o chamado ‘cidadão de bem’, que se popularizou no período.”A ideia do “cidadão de bem” é mencionada de forma direta no filme, num diálogo em que o bicheiro protagonista, sob os olhares atentos de um delegado da Polícia Federal, reclama da violência no Rio de Janeiro e diz que merece estar em segurança por pagar seus impostos - mas é ele próprio um dos motivadores da criminalidade, formando milícias, corrompendo policiais e banalizando atrocidades.Coimbra viu no jogo do bicho, uma contravenção normalizada e que parece inocente, folclórica até, a oportunidade perfeita para contextualizar seu Macbeth. E se a parte lúdica da obra de Shakespeare acontecia pelo sobrenatural, aqui são o tarô e o Carnaval que possibilitaram ao diretor “carregar nas tintas” - uma decisão que bebe do cinema coreano, que também satura seus tons para poder lidar com uma realidade que já é absurda por si só.Assim, Os Enforcados tem cenas de violência bastante gráficas e diálogos cortantes, frutos também de toda a expertise que Coimbra reuniu trabalhado com diferentes gêneros lá fora, principalmente o policial, mas não só. É coisa de brasileiro, bater tudo no liquidificador e transformar em algo próprio, algo antropofágico, conta o diretor.Além de Santos e Leal, também estão no elenco Stepan Nercessian, que faz o tio bicheiro, deputado e dono de uma escola de samba, e Irene Ravache, a mãe da protagonista, uma cartomante que quer se dar bem em cima de quem der abertura. Completa o núcleo principal um personagem um tanto estranho - a casa onde o casal mora.Sons de martelo e furadeira são onipresentes no filme, conforme a reforma da mansão avança. O barulho ajuda a criar um clima de caos, como se colaborasse para a loucura dos protagonistas, e o avanço das obras, que degrada o cenário aos poucos, reflete sua derrocada emocional.Escrito com a colaboração da atriz Fernanda Torres, o roteiro ainda toma como referência outra obra de Shakespeare, Hamlet. O protagonista também tem um pai morto em condições suspeitas - teria sido assassinado pelo próprio irmão, numa disputa por poder?-, e que lhe dispara mensagens de forma esotérica.“Mas a inteligência não é o forte do Macbeth, como é o caso do Hamlet”, diz Coimbra. “O Hamlet é vítima justamente por ter grande sensibilidade num mundo que é brutal, já Macbeth tem uma capacidade de se iludir muito grande. Tanto que é usado pela mulher, que tenta se realizar por meio dele. Um leva o outro a ler mal a realidade, mas eles têm um pacto, o casamento, que também é uma fantasia que não funciona.”O apego de Coimbra a Shakespeare pode ter raízes em suas origens no teatro. O diretor integrou o elenco do Oficina, sob a batuta de Zé Celso, por mais de uma década, e foi lá, conta, que aprendeu a dirigir atores. Entre os projetos futuros está justamente um documentário sobre o encenador e dramaturgo, morto há dois anos.Coimbra registrou o casamento de Zé com o ator Marcelo Drummond e, um mês depois, seu velório. O material deve dar origem a um filme que, como Os Enforcados, também falará de sucessão, já que a ideia não é contar sua trajetória, mas pensar sobre seus meses finais, a idade avançada e a transição que se desenhava nos bastidores do Oficina.Mas é preciso, antes, criar certo distanciamento do material, já que Coimbra era amigo próximo de Zé Celso. Enquanto isso, ele encerra o ciclo de Os Enforcados e torce para que o bom momento do cinema nacional chame o público para as salas.