Todo 20 de novembro é celebrado no Brasil o Dia da Consciência Negra, escolhido por marcar a data da morte de Zumbi dos Palmares, o líder do maior quilombo do período colonial. É uma data também de muita reflexão e luta contra o racismo que está enraizado em nossa sociedade, causando dores e injustiças, mesmo 135 anos depois da abolição da escravatura no País. Isso também ocorre em nações como os Estados Unidos, onde a discriminação racial é violenta e as feridas estão abertas. Um dos efeitos dessa chaga pode ser constatado em como personalidades pretas, por muito tempo, foram relegadas a segundo plano, não tendo suas trajetórias contadas devidamente. Mas isso está mudando. O cinema, o mercado editorial e o streaming têm acolhido mais projetos que tratam das biografias de pessoas negras, o que tem nos brindado com histórias fascinantes, mas que estavam desvalorizadas ou mesmo invisibilizadas. Esse é um movimento que tem se fortalecido. Acaba de estrear Mussum – O Filmis, dirigido por Sílvio Guindane, que traz a trajetória do integrante do grupo Os Trapalhões. Um dos principais e mais carismáticos comediantes de seu tempo e um sambista de primeira linha, Mussum teve uma carreira marcada por preconceitos e estereótipos, como o do negro que bebia demais. A alegria estava em seu sorriso, mas também havia muitas dores por trás de sua graça.