O mundo está acabando, mas os autoproclamados “donos da Terra” passeiam em seus carrões, projetam arranha-céus e cultivam monoculturas, como se fossem os novos faraós do Antropoceno. Eles acreditam piamente que os títulos de propriedades de terras lhes confere poderes absolutos sobre o solo, a água e o ar. “Minha fazenda, minhas regras!”, proclamam, com uma segurança que faz inveja a qualquer déspota esclarecido. Mas será que eles sabem com quem estão lidando? Será que quando vão dormir à noite eles pensam em como forças maiores estão prestes a desmoronar em suas cabeças? Não me confunda, caro leitor. Eu não sou uma pessoa religiosa. Portanto, não me venha com essa conversa de que as mudanças climáticas e os desastres naturais são castigos divinos. Longe disso. O que estamos vivendo é um impasse ecológico que, apesar de toda a nossa modernidade, revela um fato simples e incontestável: a Natureza, em toda sua magnitude, é quem rege o planeta.