Acordei querendo ser contador. Nas últimas semanas foram tantos roteiristas me pedindo emprego, que fiquei assustado. Até filho de jornalista do Pasquim, ou seja, que cresceu com todos os contatos possíveis neste louco mercado do audiovisual. Se está ruim até para nepobaby, imagina para um mero imigrante goiano. E todo ser vivo precisa de um contador, a demanda nunca acaba. É o contrário de roteirista, ninguém precisa, só os produtores, que mal são gente. Então, essa é uma profissão que, em tempos escassos, entra nessa onda da aridez. Acordei pensando em tudo que eu sei fazer e cheguei à conclusão que não sei fazer nada. A primeira opção para ganhar dinheiro foi a escolha mais óbvia: área da saúde. Tem demanda o ano inteiro, a população está vivendo mais, precisando de mais cuidados e são empregos que não podem ser substituídos por inteligência artificial. Os prós pareceram muito favoráveis.