Reuniram-se para o encontro periódico da confraria. Estavam, como sempre, o Aedes, que não faltava nunca, e o Culex, com ar aristocrático e fleuma de quem sabe das coisas. O convidado da noite era o Anopheles, recebido com a liturgia característica, mas com certo desdém. Outros pretendentes há muito eram barrados. Afinal, não é recomendável se misturar com seres da estirpe da Pulex, do Cimex, do Amblyomma e, Deus os livre!, do Pediculus. O programa previa que cada um dos convidados discorresse sobre suas últimas degustações, harmonizadas com o que há de melhor no mercado das sensações e paladares. O evento poderia ser comparado às festas dionisíacas. A trilha sonora assemelhava-se a um violino desafinado, cujo som se aproximava e sumia, sumia e se aproximava. Ao fim, cada hematófago deu suas impressões sobre sabores e aromas de seus hospedeiros eventuais.