Uma boa surpresa (dentre várias outras) que tive assistindo a Megalópolis foi constatar que a estrutura narrativa do filme é absolutamente convencional, com os três atos muito bem delineados. Eu temia que, dominado pela húbris, Francis Ford Coppola tivesse sucumbido sob o peso das próprias ideias e do tamanho de um projeto acalentado há décadas e financiado com dinheiro do próprio bolso. Não é o caso. Mas tal constatação leva águas para outro moinho. Reli algumas críticas (positivas e negativas) relativas ao filme e, em muitas delas, tive dificuldades para enxergar ali a obra que vi na tela. Não há nada da “bagunça” que alguns apontaram. É como se, em alguns casos, o crítico (ou “crítico”) visse a si mesmo vendo o filme através de um filtro no qual se acumulam zilhões de preconceitos e expectativas desencontradas. Ou seja, a “bagunça” estava nos olhos de quem viu.