Viver é perigoso. Você nasce fraco e indefeso, precisando de cuidados até se desenvolver plenamente. De “criança” para “adolescente” o que muda são os hormônios, nada mais. O ser humano ainda não está pronto para encarar o mundo (tanto que a adolescência nem existia há algumas gerações atrás). E, com as mudanças comportamentais e de infraestrutura social mais recentes, a autossuficiência demora ainda mais a chegar. O período entre adolescência e a vida adulta funcional aumentou consideravelmente. É o famoso Quase Lá, em que você já é legalmente adulto, mas ainda não se estabeleceu no mercado de trabalho e precisa aceitar viver sob regime de autocontrole para não aborrecer os seus mandachuvas. A “Juventude 1” é esse charmoso purgatório existencial entre o frenesi hormonal da adolescência e a utópica maturidade que nos venderam em filmes da Sessão da Tarde. Tudo começa com a faculdade, o ambiente que promete autonomia, mas logo revela que você apenas trocou a algema da mãe pela coleira do sistema. Agora você não precisa mais pedir permissão para ir ao banheiro como era na escola, mas precisa fazer tarefas para ser avaliado, tal qual no colégio.