Há anos ouço essas palavras, e não foi diferente nesta semana: “Déeez! Nota déeeez! Trabalhando, a televisão ligada, a voz inconfundível e sem nome lista as notas das escolas de samba do Rio de Janeiro. “Como será quando ele morrer? Haverá um conclave? Ou será substituído por inteligência artificial?”, penso com meus teclados. O editor de Notícias do jornal, Marcos Bandeira, demonstra indignação diante do anacronismo da cena: debaixo do calor carioca, muita gente sentada em cadeiras de plástico, dessas que são patrimônio dos melhores (e piores) botecos, papel e caneta nervosos, anotando e fazendo contas. Muito mais simples um tablet ou celular na mão. Só que, penso eu, a tecnologia tiraria a única graça da coisa, que é torcer, esporte nacional favorito. Enquanto escrevo, três colegas param em frente à tevê para acompanhar parte da apuração. A cada dez, comentam como se fosse um clássico Vila Nova e Goiás.