Conversava com uma amiga que há anos mantém um namoro, entre idas e vindas, e apesar de tanto tempo ainda transparece um olhar apaixonado, coisa rara. Contou que quando ele a abraça, ela se sente no melhor lugar do mundo. Aquele céu que a gente experimenta em momentos de intimidade feliz. Mas não está satisfeita, gostaria de mudar o rumo, sente que o tempo passa e ela não se vê onde gostaria de estar. Pergunto por quê. “Ele não se assume como o homem da relação.” Reclama da falta de uma postura diante das responsabilidades de adulto, falta de estabilidade profissional e financeira. Fala do receio de não contar com uma pessoa forte, que sustente, ampare, dê segurança. O tal homem da relação. Observo que se trata de um modelo idealizado e patriarcal, que já não resiste aos novos tempos de rápidas mudanças em todos os sentidos, puxadas pelos avanços tecnológicos e novas possibilidades de trocas e de existir sem corresponder a rígidos padrões.