Fui à oftalmologista. Exames de rotina. Ela apontou, impressionada, que certo nervo óptico meu é anormalmente grande e pediu outro exame. Disse, muito séria, que aquilo poderia ser indicativo de glaucoma. Momentos de tensão. Fiz o tal exame. Nada de glaucoma. Nada de errado. É apenas um nervo anormalmente grande. Até o ano que vem, doutora. Deixei os óculos na ótica porque não precisei comprar uma nova armação. Mas, como os meus óculos são multifocais, demoraram uns dias para fabricar as lentes que (metafórica e ironicamente) custaram os olhos da cara. Daí que fiquei sem óculos por mais de uma semana, usando um velho par que serve apenas para leitura e telas próximas, e serve mal, meus olhos se cansavam, sentia dores de cabeça, lia vinte ou trinta páginas e precisava parar, foi um saco. Para assistir aos jogos do Liverpool e às finais do Australian Open, precisei colocar uma cadeira bem na frente da televisão. Só que isso me deixou enjoado e eu vomitei quatro coelhinhos no momento em que Jannik Sinner venceu o tie-break do segundo set: saque aberto (mas não muito), deslocando o adversário, e uma direita vencedora na segunda bola. O terceiro set foi protocolar. Até o ano que vem, Sascha.