Começou devagar, como um pequeno incômodo. Depois foi crescendo e ficando cada vez mais forte. Às vezes, tornava-se difícil até respirar. Ela tentava puxar o ar, mas ele não vinha. Era hora de marcar uma consulta médica. Talvez os pulmões estivessem obstruídos. Talvez fosse o coração. No momento da consulta, o médico não percebera nada de errado. Os exames tampouco apresentaram anormalidades. “Deve ser estresse. Faça mais atividade física, vai ajudar a aliviar a tensão”, recomendou. Durante a caminhada, o aperto diminuía. Ao final, voltava. Na impossibilidade de virar um Forrest Gump e sair por aí correndo a esmo, buscou outro auxílio. “Vá meditar. Tente acalmar a mente e respirar fundo“, sugeriu a amiga budista. Sentada na posição de lótus, de olhos levemente cerrados, repetia o mantra e tentava silenciar o bumbo no peito. Mas bastava abrir os olhos, e o aperto reaparecia.