Esses dias percebi que a inquietação advinda da minha idade ganhou força por eu já estar há alguns anos solteiro. Sete-quase-oito anos, para ser sincero com você, meu caro leitor. É muito tempo sem se envolver romanticamente. Claro que houve libido, encontros, envio de foguinho no Instagram. A flor da lascívia pulsa, não pense que, apesar de arromântico, esse período foi celibatário. Também não entrei para a eucaristia, né? Só que a ânsia da minha existência, do meu imparável manancial de pensamentos negativos, é forte. Me manter vivo e funcional já é uma tarefa hercúlea comigo estando solteiro. Imagine ter de fazer mais uma pessoa feliz? Um martírio inconcebível para mim, nesse momento. Não consigo me imaginar casado, pelo menos por agora, mesmo que a idade avance a galope. Eu já cometi o erro de morar com um boy sem muito analisar antes. Sob fortes ameaças de me tirar do armário (quando eu ainda estava nessa ingrata provação), topei deixar um infeliz se mudar para o Rio de Janeiro atrás do meu amor... Um dos meus maiores erros.