Ícone da literatura americana, Susan Sontag é, para mim, não uma escritora que amo, mas que respeito. Ou até, para dizer a verdade, que temia um pouco, como, quando jovens, de certa forma tememos alguém tão distante e tão incensada que, naquele marrom acinzentado de uma Nova York superlativa, rica, cultíssima, sofisticadíssima, por tanto tempo lançou os dados até para países tão distantes, como o nosso. Já amei e reverenciei Nova York, a primeira cidade cosmopolita onde morei por um tempo curto e que, suponho, mudou minha vida. Hoje, não; já consigo vê-la (a cidade) em seu tamanho um pouco mais exato. Seja como for, me interessei por Sempre Susan: Uma Memória por ser um livro escrito por uma escritora que, essa sim, descobri há pouco e amo, a Sigrid Nunez, um tipo de autora que parece conversar com você sobre coisas interessantíssimas e próximas, e só há pouco tempo começou a ser publicada no Brasil, pela Editora Instante. Descobri agora, ao ler esse livro, que Sigrid foi contratada por Susan para trabalhar em sua casa como sua assistente (pensem na sorte da jovem que pensava um dia também escrever!).