A&nbsp;Walt Disney Co.&nbsp;se comprometeu a doar&nbsp;5 milhões de dólares&nbsp;(o equivalente a&nbsp;cerca de R$ 20 milhões) para ajudar na reconstrução da&nbsp;Catedral de Notre-Dame, em&nbsp;Paris, na&nbsp;França.&nbsp;Na última segunda-feira, 15, um incêndio destruiu parte da estrutura do local.Em uma nota divulgada na quarta-feira, 16, o presidente da Disney, Bob Iger, disse que a empresa "está junto aos nossos amigos e vizinhos da comunidade".Em 1996, a Disney lançou a animação&nbsp;O Corcunda de Notre-Dame, cuja história se passa na catedral francesa.&nbsp;Atualmente, uma versão live-action do desenho está sendo desenvolvida <a href="https://emais.estadao.com.br/noticias/tv,disney-prepara-live-action-musical-de-o-corcunda-de-notre-dame,70002683146">(leia mais aqui)</a>.

Disney doará R$ 20 milhões para reconstrução da Catedral de Notre-Dame

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Faltando apenas 10 dias para o fim do prazo final de entrega da Imposto de Renda Pessoa Física 2024, 33% dos goianos que estão obrigados a declarar (956,2 mil pessoas) ainda não tinham enviado as informações à Receita Federal até a tarde desta segunda-feira (20). A expectativa é que 1,417 milhão de contribuintes no estado acertem as contas com o leão do Imposto de Renda (IR) neste ano, 5% mais que no ano passado, mesmo com o reajuste da tabela.&nbsp;

Neste ano, Vianópolis está se destacando como o município goiano com mais doações de parte do imposto devido aos fundos municipais de amparo à criança, adolescente e idoso, e um dos maiores do País.&nbsp; 
A Receita Federal reforça a possibilidade de utilizar até 6% do imposto devido para doação estes fundos de assistência social.

Mas o supervisor do Imposto de Renda da Receita em Goiânia, Jorge Francisco Martins, lembra que, em Goiás, apenas 3% do potencial de doação foram destinados a este fim. Ao terminar de preencher a declaração, o contribuinte pode indicar o fundo que será beneficiado, de qualquer cidade do País.&nbsp;

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Ele explica que o contribuinte que utilizar o formulário completo e tem imposto a pagar, tem o direito de destinar até 6% do valor devido para os fundos de direito da criança e adolescente e para o fundo de direito da pessoa idosa (3% para cada). “Mesmo tenho direito à restituição, ele ainda pode recolher o valor destinado até 31 de maio. Este valor será acrescido à sua restituição, com juros da taxa Selic”, informa.&nbsp;

Para quem tem imposto a pagar, o valor será abatido dele. Por isso, um dos principais alvos da campanha são os produtores rurais, que não têm imposto retido. “Se ele tem imposto de R$ 100 mil e quer doar R$ 6 mil, deverá emitir um Darf de R$ 94 mil do imposto outros dois de R$ 3 mil com as doações. A única diferença pra ele será o fato de emitir dois Darfs a mais. O valor a recolher não muda”, explica Jorge Martins.&nbsp;

O município de Vianópolis está se destacando como o que mais conseguiu doações do Imposto de Renda para os fundos de assistência a crianças, adolescentes e idosos. Isso graças ao trabalho de um contador que, sozinho, já conseguiu R$ 1,250 milhão em doações através do esclarecimento aos produtores rurais que atende.

Luiz Mário Sanches d’Abadia conta que faz trabalho de convencimento há alguns anos, que inclui até a realização de palestras. “Já convenci 49 clientes até agora. Sempre tivemos atuação muito boa das instituições locais na área social voltada para crianças, adolescente e idosos”, destaca.&nbsp;

Segundo ele os recursos ajudaram a melhorar muito a estrutura das instituições da região. Vianópolis, tem o maior valor arrecadado do estado, equiparado a São Paulo, com 20% da arrecadação do estado e 2% do País. O valor aumenta a cada ano, devido à conscientização.

“Já foram construídas creches, parques de diversão nas escolas, piscina para hidroginástica no lar dos idosos e centros de lazer para eles, além de auxílio ao trabalho da Apae em Vianópolis e outros municípios onde estão nossos clientes”, conta.

Prazo

As declarações devem ser enviadas até 31 de maio. No Brasil, 27,7 milhões já haviam entregue até esta segunda-feira. O reajuste na tabela do IR foi absorvido pelo aumento da renda nominal e acabou não reduzindo o número de clientes obrigados a declarar em Goiás. Mas o supervisor do IR alerta que os contribuintes devem evitar os últimos dias, principalmente quem utiliza os serviços de contadores, que devem ficar sobrecarregados.

Neste ano, estão obrigados a declarar os contribuintes que receberam mais de R$ 30.639,90 em rendimentos tributários no ano passado. Até 2023, era obrigado a declarar quem recebia rendimentos isentos superiores a R$ 40 mil. Agora, este limite de isenção passou para R$ 200 mil. Neste ano, também é obrigado a declarar quem tem mais de R$ 800 mil em bens.

Jorge Martins informa que houve um aumento do número de pessoas aptas a usar a declaração pré-preenchida, que já chegou a mais de 70% dos contribuintes. Até 2023, eram cerca de 41% com, pelo menos, o nível prata da conta Gov.br. Até o momento, 43,3% dos contribuintes utilizaram a declaração pré-preenchida, que vem com cerca de 80% das informações prontas. “Mas é importante lembrar que o contribuinte tem obrigação de checar estas informações, que são fornecidas por terceiros, sem a responsabilidade da Receita Federal”, alerta o supervisor do IR.

Ele adverte que a Receita também aumentou o cerco em relação ao cruzamento de informações médicas apresentadas nas declarações. Se o prestador do serviço não confirmar estes dados para a Receita em suas informações, ela vai direto para a malha. Segundo Martins, muita gente que já entregou está numa malha provisória esperando o cruzando das informações. Lembrando que é melhor não deixar para última hora. Quem não cumprir o prazo, estará sujeito a multa de 1% ao mês sobre o imposto devido, que pode chegar a 20%, com valor mínimo de R$ 165,74.

Vale lembrar que a internet também pode ficar sobrecarregada nos últimos dias. A presidente do Conselho de Contabilidade de Goiás, Sucena Hummel, alerta que deixar para a última hora pode gerar um acúmulo que traz complicações para o contador e o sistema da Receita.

“Temos dois feriados e pode haver instabilidade na transmissão. Os contadores têm outras obrigações a cumprir, como fechamento de mês e folhas de pagamento. Nesta época, aumenta o trabalho”, observa ela.

Sucena aconselha que, mesmo quem não esteja obrigado a declarar, entregue sua declaração, pois ela é um documento fiscal importante para comprovação de renda. “Principalmente os MEIs e autônomos devem fazer a declaração formalizando sua renda para obterem um financiamento ou crédito quando precisarem”, explica.

33% dos goianos ainda estão sem declarar o IR a 10 dias do fim do prazo

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Imposto de renda

<img attr-cid="policy:1.3138056" attr-version="policy:1.3138056:1716043612" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3138056/Proporção para foto do site (33).png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
População fez cordão humano para carregar doações (Reprodução / TV Anhanguera)

Moradores de Silvânia fizeram um cordão humano para carregar as doações da cidade para as vítimas da enchentes no Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira (17).&nbsp; Ao todo, a população arrecadou 45 mil litros de água, que foram colocados no caminhão&nbsp;da equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que fará a entrega.

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Segundo apuração da TV Anhanguera, a iniciativa partiu de uma rádio local, que pediu para a população a doação de uma garrafa de 500 ml de água potável por pessoa, porém, a ação tomou outras proporções.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/goias-se-mobiliza-para-enviar-ajuda-ao-rio-grande-do-sul-1.3134550" target="_blank">Goiás se mobiliza para enviar ajuda ao Rio Grande do Sul</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/bombeiros-de-goias-v-o-seguir-no-rs-ate-o-fim-diz-comandante-geral-1.3136419" target="_blank">Bombeiros de Goiás vão seguir no RS até o fim, diz comandante-geral</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/helicoptero-do-corpo-de-bombeiros-de-goias-vai-auxiliar-nos-resgates-no-rs-1.3136257" target="_blank">Helicóptero do Corpo de Bombeiros de Goiás vai auxiliar nos resgates no RS</a></div>

<img attr-cid="policy:1.3134514" attr-version="policy:1.3134514:1715910251" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3134514/sos povo gaucho 2.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
(Divulgação)

Em entrevista à TV Anhanguera, o radialista Luciano Silva contou que em poucos dias, diversos cômodos da rádio já estavam cheios com as doações. Aqueles que poderiam apenas contribuir com uma garrafa, levaram, mas tiveram comerciantes e fazendeiros que compraram fardos e levaram.&nbsp;

Além disso, alguns estudantes fizeram cartas com mensagens de esperança para os gaúchos. Outras pessoas escreveram nos fardos.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3138053" attr-version="policy:1.3138053:1716043354" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3138053/WhatsApp Image 2024-05-18 at 11.42.26.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Para carregar o caminhão com a água arrecadada, população fez cordão humano (Reprodução / TV Anhanguera)

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Moradores de Silvânia fazem cordão humano para carregar as doações da cidade para o RS

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A Rede Estadual de Serviços Hemoterápicos (Rede Hemo) tem aumentado a produção de plaquetas para atender os casos de dengue grave em Goiás. As solicitações de concentrados são maiores no Entorno do Distrito Federal e no Vale do São Patrício. O mapeamento foi possível pois a rede organizou um observatório para levantar quais são as regiões com demanda aumentada a fim de orientar a fabricação de concentrados. A unidade de Formosa, por exemplo, intensificou a produção.

Em janeiro deste ano, foram 16 solicitações de concentrado de plaquetas voltadas para o tratamento de casos de dengue grave, que tem como uma das manifestações a queda de plaquetas. Na ocasião, 46% dos pacientes eram originários do Entorno do Distrito Federal. Em fevereiro, até o dia 20, foram 21 solicitações de concentrado de plaquetas, sendo 33,3% para o Entorno do Distrito Federal e 38,9% para o Vale do São Patrício. A captação de doadores de plaquetas por aférese aumentou 37% quando comparados os meses de janeiro de 2023 e 2024.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/dengue-zika-e-chicungunha-como-diferenciar-sintomas-1.3115092">Dengue, zika e chicungunha: como diferenciar sintomas?</a> 
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<a href="https://opopular.com.br/economia/repelente-some-das-prateleiras-em-goiania-1.3114345">Repelente some das prateleiras em Goiânia</a></div>

A diretora técnica da Rede Hemo, Ana Cristina Novais, aponta que a instituição tem trabalhado em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) para aumentar a produção de plaquetas com o intuito de atender os casos de dengue grave. “Intensificamos a divulgação da importância da doação nos canais de comunicação e uma das nossas hematologistas fez uma capacitação com os médicos dos hospitais estaduais orientando-os sobre a transfusão de concentrado de plaquetas”, esclarece.

Atualmente, a Rede Hemo conta com uma equipe de hematologistas que oferece suporte remoto 24 horas para as mais de 200 unidades de saúde atendidas por ela. “Os profissionais instruem as unidades sobre qual tipo de bolsa pedir e a quantidade correta para determinado paciente”, diz Ana Cristina. Segundo ela, isso garante uma transfusão segura. “Os médicos têm a oportunidade de validar a necessidade do procedimento com um hematologista”, reforça.

<h2>Doação</h2>

É possível doar plaquetas de duas formas: aférese e doação de sangue total. Na doação por aférese, o sangue do doador passa por uma máquina e volta para o corpo humano. Durante o processo, as plaquetas são extraídas. A quantidade doada é calculada a fim de manter o doador com um quantitativo que não cause prejuízos à saúde. Na doação de sangue total, as plaquetas são separadas depois que o sangue passa por um processamento em uma centrífuga de alta rotação.

Existe uma limitação relativa à quantidade de doações anuais. São 24 no caso da aférese. Já na doação de sangue total, são quatro para homens e três para mulheres. Também existem especificidades em relação ao uso. A medida é de uma unidade de plaqueta randômica (obtida por meio de doação de sangue total) para cada 10 quilos de peso do paciente. Ao mesmo tempo, um concentrado de plaquetas obtido por aférese equivale de seis a oito unidades de plaqueta randômica. O concentrado de plaquetas obtido por aférese é usado, por exemplo, em pacientes oncológicos e transplantados.

Para doar plaquetas por aférese, é necessário fazer uma primeira doação de sangue total em qualquer uma das nove unidades da Rede Hemo. Na ocasião, é verificado se a pessoa tem uma veia calibrosa, já que ela pode ficar em torno de 1h30 conectada à máquina para doar plaquetas. A doação tem início com 18 anos e vai até 69 anos. Pessoas com menos de 65 quilos e mulheres que já estiveram grávidas não são aptas à doação.

A doação por aférese é feita por meio de um agendamento, já que o Hemocentro precisa levar em conta a oferta, a demanda e o tempo de validade dos concentrados de plaquetas. Enquanto um concentrado de hemácias pode durar 42 dias, o de plaquetas dura apenas cinco. “Por isso, precisamos de um planejamento. Se produzirmos muito, vai sobrar e teremos que descartar. Se produzirmos pouco, vai faltar”, diz.

<h2>Doadores</h2>

O trabalho da Rede Hemo para captar doadores é feito corpo a corpo. “Quando percebemos que alguém tem o perfil, fazemos o convite”, enfatiza Ana Cristina. Uma dessas pessoas é o professor Osmar Rodrigues dos Santos Neto, de 27 anos. Ele se tornou doador de sangue quando ainda morava em Jaraguá. “Quando os ônibus (de doação) do Hemocentro iam para a minha cidade”, relata.

No segundo semestre do ano passado, quando se mudou para Goianira, Osmar começou a fazer doações rotineiras na unidade de Goiânia. Algum tempo depois, foi convidado para se tornar doador de plaquetas. Atualmente, ele vai até Goiânia mensalmente para fazer a doação por aférese.

Osmar diz que se tornou doador por conta de um sentimento de responsabilidade com a vida do próximo. “Quantas e quantas vezes que já fomos ajudados por pessoas que nem sabiam que estavam nos ajudando? Ninguém vive sozinho. Nossas maiores alegrias sempre acontecem junto ao próximo. Por isso, tenho comigo que ajudar o próximo que eu não vejo, faz a diferença na minha vida”, discorre.

O sentimento de solidariedade é compartilhado pelo servidor público Gustavo Ramos Jordão, de 35 anos. O morador de Goiânia doa sangue há 17 anos e plaquetas há cinco. “O Hemocentro realizou algumas campanhas de doação de sangue na escola em que eu estudava. Na época, eu não podia doar por causa da idade, mas cresci com a vontade. Assim que completei 18 anos, eu fui doar”, relembra.

Segundo Gustavo, doar sangue e plaquetas foi a forma que ele encontrou de contribuir para uma sociedade melhor. “A minha motivação é ajudar a rede pública de saúde”, finaliza o servidor público.

<h2>Incidência da dengue já superou 2022</h2>

A incidência da dengue em 2024 já superou o pico de 2022, ano em que Goiás registrou o pior cenário da doença até então. Na sexta semana epidemiológica deste ano, o estado registrou 223 casos por 100 mil habitantes. No ano retrasado, o pico aconteceu na décima segunda semana, com 199 casos por 100 mil habitantes.&nbsp;

Desconsiderando as duas últimas semanas epidemiológicas, a taxa de incidência em Goiás atual é de 214 casos por 100 mil habitantes. As cidades com incidência de mais de 4 mil casos por 100 mil habitantes são: Sanclerlândia (4,8 mil), São João da Paraúna (4,4 mil) e Alexânia (4,4 mil).&nbsp;

Atualmente, de acordo com painel da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), já são 87,9 mil casos notificados, um aumento de 183% em relação ao mesmo período de 2023. No total, já são 39 mil casos confirmados. A curva de casos de 2024 tem apresentado comportamento mais acentuado que a de 2022.

No estado, 121 municípios já estão em estado de alerta e outros 121 em estado de emergência. Três sorotipos da dengue circulam em Goiás neste momento: 1, 2 e 4, ainda com predominância do sorotipo 1 (61,5%). O cenário é inédito para o estado.

De acordo com a SES-GO, a vacinação contra a dengue foi ampliada em Goiás. Na última sexta-feira (1°), o imunizante passou a estar disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.&nbsp;

<h2>Mortes</h2>

Até o momento, Goiás tem 37 óbitos confirmados pela doença em 2024, o que já representa 72,5% das 51 mortes confirmadas em 2023. Existem ainda 15 óbitos ocorridos no ano passado e 60 ocorridos neste ano em investigação. Os municípios com mais de uma morte confirmada até agora são: Anápolis (8), Luziânia (7), Valparaíso de Goiás (3), Uruaçu (3), Águas Lindas de Goiás (2), Iporá (2) e Cristalina (2).&nbsp;

Segundo o governo estadual, a maioria das vítimas morreram com menos de uma semana após o início dos sintomas. A SES-GO criou uma força tarefa para investigar os óbitos por dengue em Goiás. A intenção é acelerar a confirmação, que passa por um comitê de verificação da pasta.

No último sábado (2), o Ministério da Saúde promoveu um ‘Dia D’ contra a dengue em todo o Brasil. Em Goiás, foram mobilizados Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, SES-GO, além de representantes do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems).&nbsp;

Cresce mobilização por plaquetas em Goiás para enfrentar a dengue

Saúde

Férias e dengue são os dois principais fatores que estão contribuindo para a queda do estoque de sangue nos principais bancos de Goiás. Desde dezembro, caiu em até 50% o número de doadores voluntários fixos e de sazonais, aqueles que só aparecem para socorrer um familiar ou um amigo. É um cenário preocupante porque os bancos trabalham sempre com a perspectiva de necessidade urgente de um maior volume de sangue, caso ocorra um imprevisto de grandes proporções.

O que pouca gente sabe é que uma bolsa de sangue pode socorrer vários pacientes em razão da fragmentação dos hemocomponentes. Alguém pode precisar de plasma, mas outra pessoa de plaquetas, como aquelas acometidas de dengue hemorrágica, uma grande demanda atual. O Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde já sinalizaram para uma possível explosão de casos no Centro-Oeste, o que vem se confirmando em Goiás. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES) em 2023 foram registrados 64.160 casos de dengue no estado e está em circulação o vírus tipo 3, mais agressivo.

Diretora geral do Hemocentro Estadual Coordenador Prof. Nion Albernaz (Rede Hemo), Denyse Goulart explica que o consumo de plaquetas no período de calor e chuva cresce muito. “Os casos de dengue aumentam e o paciente pode evoluir para dengue hemorrágica exigindo a transfusão de plaquetas. Não conseguimos armazenar por muito tempo porque elas só valem cinco dias. O consumo cresce muito rápido. O que está acontecendo agora é uma relação desfavorável. As pessoas doam menos porque viajam mais, correm maior risco de acidentes e há aumento de casos de dengue.”

Com nove unidades espalhadas por municípios goianos, a Rede Hemo tem trabalhado para mudar a cultura da doação de sangue em todo o estado, com campanhas frequentes. Nos últimos cinco anos, conforme Denyse Goulart, houve uma mudança de mentalidade, com o crescimento do contingente de doadores voluntários. “Os resultados são muito positivos. Os estoques estão adequados em termos de números, mas há escassez do O negativo, por ser doador universal.” Na capital, por exemplo, o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) demanda em média 800 a 1000 ml por mês esse tipo de sangue em razão da característica de seus pacientes.

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“A perda de sangue é mais arriscada. No primeiro atendimento não há tempo de fazer a tipagem e o O negativo funciona como um coringa. Ele é muito consumido, mas pouco frequente na população, o que é um fator limitante”, lembra a enfermeira Denyse Goulart. No Brasil são mais encontrados na população do País os tipos A e O positivo. Em Goiás, 222 hospitais dependem da Rede Hemo e o estoque é único, com remanejamento contínuo para as necessidades de cada um. “O ato de doar tem de ser voluntário e desinteressado. Fazemos um trabalho de formiguinha. Temos déficit de todos os negativos (A, B e O) e de plaquetas, tanto pela validade, quanto pelo aumento dos casos de dengue”, reconhece.

Desde o início de dezembro caiu em 47% o número de doadores do Banco de Sangue do Ingoh, que é da rede privada. Seu coordenador, Humberto Dantas, explica que a média atendida por mês de transfusões é de 1.420 bolsas. “Mas teríamos de ter de 35% a 40% a mais desse volume como margem de segurança. Durante as férias entramos num período crítico porque aumenta a demanda e cai o número de doadores. No caso da dengue hemorrágica, um paciente adulto precisa de sete a nove bolsas de plaquetas, que tem uma sensibilidade maior do que os demais hemocomponentes. É uma proporção desumana.”

Humberto Dantas explica que o Ingoh atua no segmento há 55 anos e atende 36 hospitais públicos e privados, com agências transfusionais em quatro cidades: Ceres, Uruaçu, São Luís dos Montes Belos e Anápolis. Segundo ele, há um esforço grande para repor com frequência o estoque. Entramos em contato com familiares dos pacientes e mostramos a importância de enviarem doadores, entretanto, nem sempre as respostas são positivas. O que buscamos são parcerias com igrejas e empresas de construção civil, entre outras, para superar.”

A situação não é diferente no Hemolabor, outro grande banco de sangue de Goiânia. A diretora técnica Erika Cristina Paiva de Assis estima em 60% a redução do estoque no período de férias. E as estratégias utilizadas para ampliar esse volume vão desde o convencimento junto aos familiares de pacientes para repor o estoque, até a captação específica de doadores voluntários, com telefonemas e mensagens nas redes sociais.

&nbsp;

Troca entre as unidades

Qualquer período de férias também traz preocupação para a biomédica Ana Carina, responsável pela captação&nbsp; de doadores do Banco de Sangue do Hospital de Câncer Araújo Jorge. Embora a unidade atenda exclusivamente pacientes do hospital, ela lembra que o tratamento do paciente oncológico não para. “Quando inicia o tratamento, o ciclo é longo e, independente do período, precisamos estar com&nbsp; o estoque em dia. Atualmente nosso déficit é de 30%.” Para não enfrentar problemas, o banco precisa de uma média de 40 a 60 doadores por dia e neste mês de janeiro caiu para 20 porque muitos viajam.&nbsp;

Ana Carina detalha que o número de transfusões é muito maior do que o de coleta. “O doador voluntário é consciente e regularmente faz a sua doação, mas hoje a maior quantidade são os ocasionais que fazem a reposição pelo uso de algum paciente. O tempo de vida de uma bolsa de sangue é de 35 dias, por isso precisamos renovar sempre o estoque. E, no cenário dos doadores regulares, é necessário lembrar que o homem adulto pode fazer no máximo quatro doações em um ano e a mulher, três. Um paciente nunca recebe somente uma bolsa de sangue.”

A nova onda de casos de dengue, conforme Ana Carina, acendeu um alerta e reforçou uma ação que é comum entre os bancos de sangue. “Temos comunicação com todos e um pede ajuda ao outro. Trocamos hemocomponentes. Há agora uma grande demanda por plaquetas por causa da dengue.” A biomédica ressalta, entretanto, que pelo perfil dos pacientes, o Banco de Sangue do Hospital Araújo Jorge é o que mais produz, mas proporcionalmente é o que mais usa. “Um transplantado por leucemia, por exemplo, necessita de sangue todos os dias”, exemplifica.&nbsp; 
Com o intuito de ajudar, a Associação dos Procuradores do Estado de Goiás (APEG) lançou, nesta segunda-feira (15), uma campanha de doação de sangue. A ação segue até sexta-feira (19) no Banco de Sangue do Araújo Jorge. A APEG convoca seus procuradores associados e a comunidade a participar.