Um registro durante 15 anos da vida de Lorenzo Barreto, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). É essa a premissa de Meu Amigo Lorenzo, nova produção do cineasta e músico André Luiz Oliveira, que estreia em Goiânia nesta quinta-feira (2), após entrar em cartaz em cidades como Recife (PE) e por João Pessoa (PB). O filme propõe uma reflexão sobre o papel da música e do acolhimento no desenvolvimento de pessoas com autismo. Premiado como melhor longa-metragem pelo público no Festival Primavera do Cine, em Vigo, na Galícia (Espanha), Meu Amigo Lorenzo começou a ser filmado em 2007, quando Clarisse Prestes convidou seu companheiro de vida, André Luiz, para registrar sessões de musicoterapia com Lorenzo, então com quatro anos de idade. As primeiras imagens, feitas em fita MiniDV, abriram caminho para um acompanhamento contínuo durante 15 anos, resultando em um retrato intimista do desenvolvimento artístico e pessoal do jovem. “Percebi que ele tinha imensas qualidades musicais e enormes impossibilidades psicomotoras. Isso teve um impacto imenso sobre mim. Quando nos conhecemos, Lorenzo tinha 4 anos e não parei de filmá-lo até os 19. Sem nenhuma ideia do que iria fazer, muito menos que resultaria num filme de longa-metragem”, afirma André Luiz. O documentário também questiona a predominância dos tratamentos comportamentais no atendimento a pessoas com autismo. “Nosso trabalho nunca foi impor teorias ou modelos externos. Sempre acreditamos no amor incondicional, no respeito ao outro e no ‘estar junto’ na prática. Afinal, além de um diagnóstico, existe ali um sujeito com sua individualidade e suas preferências”, afirma Clarisse Prestes.DebateO circuito de exibição de Meu Amigo Lorenzo em várias capitais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste é patrocinado pela Petrobras e realizado com apoio da Lei do Audiovisual, por meio da Ancine, do Governo Federal. A programação inclui, na terça-feira (7), às 19h15, uma sessão especial do Circuito Inclusivo Petrobras, no Cine Cultura, com exibição seguida de debate com André Luiz Oliveira, a musicoterapeuta Clarisse Prestes e profissionais especializados. O cinema está localizado na Praça Cívica, no Centro.A atividade busca estimular a criação de uma rede de apoio e troca de experiências entre profissionais e familiares que convivem com indivíduos autistas. A proposta é ampliar o diálogo sobre inclusão e criar conexões entre quem vive ou trabalha diretamente com o autismo.