Detalhes da rotina aparentemente simples, como o banho, as refeições e até a hora certa de tomar os medicamentos, passaram a exigir vigilância constante. Desde 2019, a gestora pública Luciana Moura Rezende, de 46 anos, assumiu a responsabilidade de cuidar da mãe, Diva Moura Rezende, hoje com 78 anos. A experiência trouxe aprendizados, alteração no cotidiano e reflexões sobre o envelhecimento e a falta de apoio e preparo para quem assume a tarefa de cuidar. A primeira mudança foi aprender a respeitar o ritmo da mãe, que tem dificuldade de mobilidade. “É tudo mais lento”, resume Luciana, a caçula de quatro irmãos. Para dar conta da nova rotina, ela precisou adaptar o dia a dia: instalou câmeras para acompanhar a idosa mesmo de longe, reduziu a carga horária de trabalho e buscou soluções práticas. A casa sem escadas já facilita a locomoção, e a compra de marmitas trouxe mais variedade às refeições. “Durante a semana nessa rotina de cuidadora, o revezamento é mais complicado, no final de semana é possível contar com apoio da família”, explica.