A exposição Serra Dourada dedicada à obra do artista plástico e arquiteto Elder Rocha Lima (1928–2024) será aberta nesta quarta-feira (10), às 18h30, na sede do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg). A mostra, que permanecerá aberta à visitação até o fim do mês, reunirá um conjunto de gravuras que revelam a relação intensa de Elder com a paisagem do Cerrado e, em especial, com a Serra Dourada, localizada entre os municípios de Goiás, Buriti de Goiás e Mossâmedes.

Elder Rocha Lima foi um dos nomes mais significativos das artes visuais em Goiás. Arquiteto de formação pela Universidade do Brasil (atual UFRJ), se destacou também como professor, crítico de arte e artista gráfico. Em Goiânia, lecionou na UFG e na Universidade Católica de Goiás (atual PUC Goiás), participando ativamente da criação do curso de Arquitetura e Urbanismo desta última instituição, e presidiu o Instituto Bertran Fleury. Sua trajetória artística atravessou décadas, com passagens pela pintura, aquarela e desenho, constantemente entremeadas pelo diálogo entre estética moderna e identidade regional.

A mostra apresenta parte desse universo, com obras que incluem o famoso políptico produzido para o Cine Teatro São Joaquim, na cidade de Goiás, além de mais de dez gravuras em bico de pena criadas com o objetivo de contribuir com a preservação ambiental. O conjunto não apenas revisita a Serra Dourada sob diferentes olhares, mas também reitera o compromisso de Elder com a valorização da cultura e da natureza goianas.

Com mais de 25 exposições ao longo da carreira, Elder Rocha Lima deixou um legado que combina rigor técnico e sensibilidade artística. Sua produção se tornou não apenas testemunho estético, mas também uma forma de defesa do Cerrado. O evento é promovido pela própria família de Elder Rocha e pelo Instituto Bertran Fleury, em parceria com a Adufg e UFG, por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI/UFG) e Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec/UFG).&nbsp;

SERVIÇO

Exposição: Serra Dourada,

de Elder Rocha Lima

Data:

Quarta-feira (10), às 18h30

Local: 

Adufg (9ª Avenida,

Nº 193, Setor Leste Vila Nova)

Entrada: 

gratuita e aberta à visitação do público até&nbsp;o final do mês

Exposição traz obras que refletem a relação de Elder Rocha Lima com o Cerrado

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Artes visuais

A artista plástica Selma Di Medeiros celebra 30 anos de carreira com abertura da exposição sobre a vida na roça nesta quinta-feira (4), às 19 horas, no Instituto Rizzo. A mostra, com 30 obras, conta com curadoria de Fernanda Porto e é uma oportunidade de o público vivenciar as belezas e as rusticidades do campo. O projeto está sendo realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.Nos trabalhos, bastantes coloridos, estão cenas que fazem lembrar da ordenha, do ferro à brasa ou mesmo do fogão caipira. Na concepção da Selma Di Medeiros, vida na roça é sinônimo de poesia. “A mensagem que tento passar por meio das minhas telas é que não devemos esquecer de onde viemos, mesmo diante de tanta tecnologia. Essa exposição é um marco para a minha carreira e quero hastear cada vez mais alto a minha bandeira que é a tradição e o respeito pelo trabalhador rural”, afirma Selma.Utilizando a técnica óleo sobre tela, Selma explorou várias fases artísticas, consolidando na série Vida na Roça, que retrata o cotidiano rural, objetos e costumes. Das telas, a artista expandiu-se para camisetas, bijuterias e máscaras pintadas à mão, todos desenvolvidos com chassi largo e molduras criadas a partir de retalhos pintados.O início da carreira de Selma aconteceu em 1996, com a exposição Nú Floral – homenagem a sua amiga Leda e que resultou em uma coleção de telas. Filha de professora do ensino especial, a artista passou toda a infância e adolescência participando dos eventos do Instituto Pestalozzi de Goiânia. Foi servidora pública na área da educação e atuou no ensino especial no próprio Instituto Pestalozzi e também na Apae. ServiçoEvento: Exposição Selma Di Medeiros: 30 anos de Arte e TradiçãoAbertura: Quinta-feira (4), às 19hVisitações: até o dia 12 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horasOnde: Instituto Rizzo (Av. Cora Coralina, 242, St. Sul)Entrada gratuitaMais informações: @selma_di_medeiros

Exposição sobre a vida na roça comemora 30 anos da trajetória artística de Selma Di Medeiros

Rural em cores

Quem percorre hoje as avenidas de Goiânia talvez não tenha ideia de como a cidade começou a ser traçada no papel e erguida no chão vermelho do Cerrado há menos de um século. Um mergulho nesse tempo inaugural é justamente o que propõe a exposição Acervos de Urbanismo: Coimbra Bueno e Joaquim Guedes, que reúne documentos, fotos e registros raros da construção da capital no final da década de 1930. A mostra, com coordenação da professora Sandra Pantaleão, fica aberta para visitação até 23 de outubro, na Galeria da PUC Goiás, localizada na Área 3. A entrada é gratuita.

Organizada por docentes da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de São Paulo (USP), a exposição apresenta acervos da empresa Coimbra Bueno &amp; Cia. Ltda pouco conhecidos do público. Fundado em 1933 pelos irmãos e engenheiros Jerônimo e Abelardo Coimbra Bueno, o grupo foi responsável pela construção de Goiânia e por vários planos e projetos para diversas outras cidades, além de ter participado ativamente do movimento de transferência da capital nacional para Brasília e também de discussões sobre ocupação no Brasil Central.

Já o arquiteto e urbanista Joaquim Guedes atuou, desde a sua graduação em 1954, em obras de arquitetura, planos de urbanismo e na concepção de cidades como Caraíba (BA), Carajás (PA) e Marabá (PA). Professor titular da FAU/USP, esteve presente em debates sobre o planejamento urbano no País e integrou diferentes conselhos e entidades de classe. Reconhecido pela produção crítica e criativa, recebeu prêmios nacionais e internacionais ao longo da carreira. Responsável por mais de 500 projetos, chegou a disputar com Oscar Niemeyer o concurso para a construção de Brasília.

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&nbsp;(Diomício Gomes / O Popular)

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Na mostra, o visitante terá acesso a plantas originais, fotografias, publicações em jornais, relatórios e outros documentos que ajudam a entender não só a fundação da capital, mas também os debates sobre urbanismo no Brasil do século 20. Outra proposta é ampliar o debate sobre recepção, catalogação, manutenção, organização e preservação de documentos fundamentais para a memória da cidade geridos por laboratórios e centros de documentação universitários. O projeto foi contemplado em 2024 pelo edital de patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO).

“É uma volta no tempo. São muitos documentos e acredito que o visitante ficará pelo menos umas duas horas para absorver todas as informações que estão expostas na galeria. Além disso, tem mídias interativas e um documentário em que o Hélio de Oliveira, pioneiro da fotografia em Goiânia, fala sobre a construção da cidade e as memórias da população. É um acervo muito rico”, adianta a coordenadora Sandra Pantaleão. A mostra está vinculada ao seu pós-doutorado e soma às pesquisas que ela desenvolve no grupo Cidade, Morfologia, Paisagem e Arquitetura (CIMPARQ/PUC Goiás).

Outra parte bastante curiosa da mostra são as fichas originais dos trabalhadores que participaram da construção de Goiânia. A coleção completa conta com 900 documentos, mas por uma questão de espaço, nem todas foram expostas. “Além das personalidades conhecidas na história, temos registros daqueles que efetivamente estiveram ali na lida para que a capital pudesse ser construída. Pode ser que muita gente encontre os seus antepassados”, ressalta Sandra. O acervo, além de emocionar, ajuda a dar visibilidade a homens e mulheres que deixaram suas marcas na história da cidade.

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&nbsp;(Diomício Gomes / O Popular)

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A coordenação da exposição também realizou uma pesquisa no Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (Cedoc) do POPULAR, reunindo o que foi publicado sobre os irmãos Coimbra Bueno entre 1938 e 1942. O levantamento contempla desde reportagens sobre a atuação deles em outras cidades, como Cuiabá e Curitiba, até propostas de novos projetos urbanísticos. “São páginas que evidenciam a relevância histórica do jornal que nasceu praticamente junto com a cidade e acompanha de perto momentos simbólicos como o batismo cultural, a inauguração e o crescimento de Goiânia”, pontua Sandra.

A exposição é organizada pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica e de Artes, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em História da PUC Goiás. Também integram a iniciativa o Centro de Documentação e Informação e Arte (Cediarte) e o Laboratório de Arquivos Urbanos (LabArquivo) da FAU/UnB. Da Universidade de São Paulo, participam a Seção Técnica de Materiais Iconográficos, o Laboratório de Planejamento (LABPLAN) e o Centro de Referência da Cultura Arquitetônica Paulista (CRCAP), todos vinculados à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP). Antes de Goiânia, o projeto passou por Brasília.

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SERVIÇO

Exposição: Acervos de Urbanismo: Coimbra Bueno e Joaquim Guedes

Visitação: 

Até 23 de outubro, das 9 às 12 horas, das 17h às 21h30; aos sábados das 9 às 12 horas

Local:

Galeria da PUC Área 3 / Avenida Universitária nº 1.440, Setor Universitário

Entrada gratuita

Exposição traz documentos históricos da construção de Goiânia

Memória urbana

O universo onírico e celestial dos signos do zodíaco serve de base para Caelestis, exposição que abre nesta sexta-feira (1º), na Vila Cultural Cora Coralina. Fruto do projeto do Senac Fashion School, que reúne 12 esculturas gigantes e 12 roupas conceituais, a mostra tem entrada gratuita e fica abertura ao público até o dia 7 de setembro, das 9 às 17 horas.

Sob a mentoria do designer, diretor de criação e estilista paulistano Jum Nakao, os 19 alunos do curso de Criação de Coleção de Moda do Senac Goiás assinam as peças da coleção em colaboração com 31 artesãos de Olhos d’Água, distrito de Luziânia. A proposta educativa e artística é baseada em princípios de sustentabilidade, respeito aos saberes tradicionais e inovação no fazer manual e criativo.

“O projeto já resultou em um desfile no Amarê Fashion, em agosto de 2024, em um fashion filme disponível no YouTube e em uma websérie de oito episódios registrando todo o processo criativo”, explica a coordenadora geral, Ildeth Dias. A exposição passou também pela CasaCor Goiás em junho deste ano e agora segue para a Vila Cultural, no Centro.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/praticas-manuais-com-o-bordado-e-o-croche-seguem-firmes-em-m-os-de-artistas-goianas-1.3294388" target="_self">Práticas manuais com o bordado e o crochê seguem firmes em mãos de artistas goianas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/agricultura-familiar-ganha-reforco-em-feira-1.3272897" target="_self">Agricultura familiar ganha reforço em feira</a></div>

Com materiais sustentáveis e que celebram a força do Cerrado, Caelestis apresenta esculturas em grandes dimensões ao lado de looks arrojados que reafirmam o imaginário austral e fantástico dos 12 signos do zodíaco. Há, por exemplo, carneiro simbolizando o signo de Áries ao lado de um caranguejo que remete aos cancerianos. Alguns dos destaques ficam por conta das esculturas que simbolizam Touro e Gêmeos.

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&nbsp;(Diomício Gomes / O Popular)

“Todo o processo foi minucioso e contou com a participação dos artesãos de Olhos d’Água, que é a cidade do artesanato e tem em sua tradição artesãos e a Feira do Troca”, explica a coordenadora. “A ideia sempre foi destacar artesãos desconhecidos e que precisam ser apresentados e reconhecidos por seus trabalhos”, continua.

Os trajes foram desenvolvidos durante a 2ª edição do Senac Fashion School, projeto gratuito voltado à formação de novos talentos da moda em Goiás, com foco na criatividade e nas raízes culturais locais. Participaram da criação os alunos: Ana Machado, Caru Mesquita, Celma Grace de Oliveira, Daniella Aguja, Deusivan Martins, Dora Lucena, Elisandra dos Santos Silva, Eliseu Vieira, Erina Bento Marinho, Evando Filho, Gleidy Marques, Igor Vitor, Josielen, Lucas Caslú, Mykaelle Rosa, Richard, Sanlay Lima, Thaís Maci e Thályta Silva.

Já os artesãos de Olhos d’Água que assinam a mostra são Abhadia Marya, Alec Brasil, Aline Fabiana Santos, Ana Paulla, Carolina Melo, Dulce Pupila, Eder de Paiva, Elias Silva, Elton de Morais, Emily, Isabela Ruffino, Joicy Alves, Luiz Faísca, Madalena Conceição, Marçal Vasconcelos, Maria Divina Pereira, Marilya Marsiglia, Maria Abadia, Mariana Bulhões, Marina Lima, Nei Clara de Lima, Renato Oliveira, Rodolfo Barbosa, Rosalda Maria, Sandra Lima, Sandra Regina, Santa (Maria de Araújo), Tancredo Maia Filho, Walda Gomes, Zilda Lopes e Waldira dos Ipês (in memoriam).

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&nbsp;(Diomício Gomes / O Popular)

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“A Caelestis é um tributo ao trabalho colaborativo. Ampliar essa experiência para o público na Vila Cultural é parte do nosso papel enquanto instituição transformadora”, reforça Leopoldo Veiga Jardim, diretor regional do Sesc Senac. Além da exposição, o público poderá participar de uma programação especial ao longo de agosto, que inclui feira de artesanato, roda de conversa, conversas sobre moda e sustentabilidade e oficinas de costura criativa, na Vila Cultural Cora Coralina e no Centro Cultural Octo Marques, ambos no Centro.

Olhar

Estilista com descendência japonesa, Nakao foi o grande mentor do projeto Caelestis. Desde os anos 1990, o estilista e diretor criativo promove criações mirabolantes e cheias de significados. Em 2004, a sua reconhecida coleção A Costura do Invisível foi apresentada na São Paulo Fashion Week. Todas as etapas do processo foram compiladas e foram feitos um DVD e um livro. Além do Brasil, Nakao já teve seus trabalhos expostos na França e no Japão.

Serviço

Evento: Exposição Caelestis – Senac Fashion School 
Data: de 1º de agosto a 7 de setembro, das 9h às 17h 
Local: Vila Cultural Cora Coralina, Rua 23, Centro 
Entrada franca

Programação

Exposição: 1/8 a 7/9, das 9 às 17 horas, na Vila Cultural Cora Coralina 
Feira de artesanato de Olhos D’Água: 2 e 3/8, das 9 às 17 horas, na Vila Cultural Cora Coralina 
Roda de conversa – Café Fashion: 5/8, às 19h, na Vila Cultural Cora Coralina 
Talk "Moda e arte em diálogo – Caminhos para a sustentabilidade": 13/8, às 19h, na Vila Cultural Cora Coralina 
Oficinas de costura criativa: 27 e 28/8, das 9 às 17 horas, no Centro Cultural Octo Marques - Edifício Parthenon Center

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Exposição une moda, artesanato e astrologia em esculturas gigantes inspiradas nos signos do zodíaco

Escrito nas estrelas

Há pouco mais de dois anos, o artista plástico e arquiteto Elder Rocha Lima (1928 - 2024) voltou ao topo da Serra Dourada, cenário tão presente em suas obras. A visita o inspirou a pintar novas telas retratando a paisagem, que podem ser conferidas a partir desta sexta-feira (25), no Instituto Biapó, na cidade de Goiás, que comemora seus 298 anos. A exposição Elder Rocha Lima - Ontem, Hoje e Sempre recria o ambiente de seu ateliê com a cadeira e o cavalete que carregava a sua última obra, ainda inacabada, da série sobre a Serra.

A mostra é a primeira em homenagem ao artista desde o seu falecimento em 25 de outubro de 2024, aos 96 anos, e reúne outras pinturas, desenhos, aquarelas, livros e pertences do vilaboense, que deixou legado imensurável para Goiás. Com iniciativa do Instituto Biapó e Instituto Bertran Fleury, o acervo fica aberto à visitação até o dia 30 de setembro. “É a primeira mostra de muitas, porque o Elder foi embora, mas deixou um legado enorme que aos poucos vamos usufruindo”, comenta Px Silveira, curador do Instituto Biapó.

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A Serra Dourada é uma das grandes protagonistas do trabalho do artista vilaboense (Instituto Biapó/Divulgação)

Na mostra, há uma sala voltada exclusivamente à série de pinturas retratando a Serra Dourada. “Elder esteve há poucos anos de volta ao topo da Serra. Era como se, ao andar por ela, Elder estivesse tendo a chance de adentrar suas próprias telas”, observa. “Ele era um artista que, embora retratando a natureza, foi capaz de criar belezas próprias em suas telas, tornando-as peças originais de sua criação. As pinturas não são mera representação do que ele via, mas também do que ele sentia e antevia”, diz.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/confira-mais-de-30-e-books-gratuitos-do-popular-que-resgatam-a-memoria-de-goias-e-do-brasil-1.3262165" target="_self">Confira mais de 30 e-books gratuitos do POPULAR que resgatam a memória de Goiás e do Brasil</a> 
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O amor pelo Cerrado sempre moveu Elder Rocha Lima. Ele não só o retratava, como era grande defensor de sua preservação. “A temática do meu trabalho sempre esteve ligada ao Cerrado. E hoje, o que vemos é um Cerrado que corre o risco de desaparecer, que tem sido assassinado, sacrificado. É um crime o que está acontecendo com a natureza”, disse ao POPULAR em 2022. São obras que retratam paisagens não só enchem os olhos, como provocam a reflexão da urgência de serem protegidas.

Outra paixão do vilaboense era retratar os casarões coloniais de sua cidade natal e, por isso, uma série de obras sobre a cidade de Goiás também ganha espaço especial na mostra. “Há, ainda, uma sala que é uma caixinha de joias, com obras do mesmo formato feitas com tinta nanquim sobre duratex. São obras monocromáticas em cores que ele não usava habitualmente como, por exemplo, o verde fluorescente, o lilás, o azul forte”, conta Px. A partir dessas cores inusitadas, Elder retratou as vegetações que tanto o inspiraram.

Além de pintor, Elder era desenhista, aquarelista, arquiteto, crítico de arte, artista gráfico, professor e escritor. Os mais de 20 livros publicados por ele estão na exposição dispostos em uma vitrine, adianta Px. “São obras sobre as cidades de Goiás e Pirenópolis, sobre a história das artes goianos, sobre o Cerrado, entre outros, destacando-se um livro sobre o artista Octo Marques, a quem Elder nutriu uma particular admiração”, conta.

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Elder Rocha Lima tinha uma relação íntima com o Cerrado (Instituto Biapó/Divulgação)

“Elder era multidimensional. Atuou em várias áreas e grande parte delas está representada nessa mostra”, comenta a viúva de Elder, Graça Fleury. Ela adianta que outra exposição deve ser inaugurada em setembro, somente com obras feitas com bico de pena retratando a Serra Dourada, com toda a renda revertida para a Reserva Biológica Professor José Ângelo Rizzo. Em outubro, mês da morte do artista, familiares e ex-alunos participam de uma série de atividades em sua homenagem, falando mais sobre o homem e professor Elder, não o artista plástico.

<h2>Arquitetura</h2>

Graça Fleury destaca os projetos arquitetônicos de Elder Rocha Lima entre os maiores de seus legados. “Um prédio muito conhecido e importante é o do antigo Banco do Estado de Goiás (BEG), na Avenida Anhanguera, representante de uma série de inovações da década de 1960”, aponta. Outros prédios de destaque são o da antiga sede da Assembleia Legislativa de Goiás e as instalações do Grupo Jaime Câmara (GJC), na Serrinha.

O projeto Elder Rocha Lima - Ontem, Hoje e Sempre contempla, ainda, a apresentação de um projeto arquitetônico especial: a Arcada do Tricentenário, monumento de 9,20 metros de altura por 17 metros de largura criado por ele para ser instalado na rodovia GO-070 em homenagem aos 300 anos da cidade de Goiás. “A Arcada é uma síntese do legado do Elder Rocha Lima, pois nela está seu ofício de arquiteto, de pesquisador da história e de artista. Se tudo correr como desejamos, conseguiremos inaugurar no ano do tricentenário, 2027”, aponta Px.

SERVIÇO

Exposição: Elder Rocha Lima - Ontem, Hoje e Sempre 
Local: Instituto Biapó - &nbsp;R. Dom Cândido, Penso, 25 - cidade de Goiás 
Abertura: 25 de julho, às 11 horas 
Visitação: Até 30 de setembro Funcionamento de terça a domingo, das 9h às 12h; das 13h às 16h50 
Entrada gratuita