Mesas-redondas e oficinas, poesia encenada e performances de dança. Esses são alguns destaques da programação da primeira edição da Feira Literária de Goiás (Flig), que começa nesta terça-feira (1º) e segue até quinta-feira (3), com início a partir das 8 horas, no Centro Cultural Martim Cererê. A escritora goiana Cora Coralina é a homenageada deste ano, com palestras dedicadas a sua trajetória. A entrada é gratuita, porém é necessário realizar inscrição pelo site do evento.

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A abertura oficial da feira conta com performance de Olliver Mariano e Mulheres Coralinas, às 19h30, no Teatro Yguá. Mais cedo, no mesmo espaço, serão realizadas também mesas-redondas como Formação do Professor-Leitor, Construção de Leitores a partir da Interculturalidade Indígena, entre outras. Já no Teatro Pyguá, roda de diálogo, passeio literário e literatura infantil são mais algumas das atrações da programação.

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A feira também terá troca e sorteios de livros, incentivando o intercâmbio literário entre os participantes. Nesta edição, a Flig abre espaço para a apresentação de trabalhos submetidos e aprovados, abordando temáticas relacionadas à literatura. O objetivo é promover o diálogo entre pesquisadores e o público, fomentando o conhecimento e a troca de experiências. A primeira edição está sendo organizada pelo Instituto Federal Goiano (IFG).

<h4>Serviço</h4>

1ª Feira Literária de Goiás – Flig

Data:

De terça a quinta-feira

(1º a 3/10/2024)

Horário:

a partir das 8h

Local:

Centro Cultural Martim

Cererê / Rua 94-A, Setor Sul

Entrada gratuita

Programação completa:

https://eventos.ifgoiano.edu.br/flig/

Feira Literária de Goiás começa nesta terça-feira (1º) no Centro Cultural Martim Cererê

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Matéria - Magazine

Festa do livro

Em Noctâmbulos (Editora Mondru), o escritor goiano Renan Alves Melo escreve uma poesia capaz de criar imagens enriquecidas por metáforas muito bem construídas. Vencedora da Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos de 2023, a obra será lançada nesta quinta-feira (19), às 19 horas, no Espaço D’Lux, no Shopping Bougainville.

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Muitas vezes sombrios e introspectivos, os poemas que integram o livro destacam temas que falam sobre a angústia do fazer poético e a busca por significado na vida. De Inhumas, a 46 km de Goiânia, Renan tece um percurso poético que convida o leitor a explorar a fragilidade humana e a beleza singular da palavra. Trata-se de uma jornada de autodescoberta proposta pelo poeta.

“É um livro sobre a minha relação com a arte, sobre a palavra. Trabalho a linguagem para que ela pulse poesia. Gosto de lapidar o texto. É nesse lugar que eu me sinto mais à vontade e sincero com o que sinto e escrevo”, explica o poeta. Entre as inspirações de Renan estão, por exemplo, os escritores Gabriel Nascente, Yêda Schmaltz, Hilda Hilst e Valter Hugo Mãe.

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A obra, como o próprio título sugere, convida o leitor a uma caminhada por poemas andarilhos que vagam pela escuridão das incertezas, da angústia e da solidão. Noctâmbulos não se limita a apresentar a arte poética, mas utiliza a poesia contemporânea para questionar as razões da vida e da existência humana.

A água é um elemento recorrente na obra, representando tanto a origem quanto o fim, a gênese e o apocalipse do poema. Por meio de versos e rimas que fluem em direção à poesia, Renan traça um paralelo entre a água e a efemeridade da vida. Daí a capa da obra, ilustrada por um quarto escuro iluminado somente pela lâmpada de um farol.

“São poemas que caminham. É como se o livro fosse esse convite para uma jornada noturna. Uma caminhada tanto para o lado de fora, quanto para o lado de dentro”, reitera o autor. “Lançar um livro sobre a minha relação com a arte mostra o quanto eu a enxergo como esse caminho possível para se dizer o que precisa ser dito”, completa.

A feminilidade também é explorada com delicadeza por meio das imagens, revelando a angústia e a incerteza do poeta. Segundo o texto da comissão julgadora do prêmio Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, trata-se de uma poesia dotada de um magnetismo lírico vigoroso, concentrando-se principalmente na criação de imagens enriquecidas por metáforas habilmente construídas.

“Essas características poéticas renderam à obra a honra de receber o Prêmio Literário Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, devido à riqueza de seu estilo e à elegância de seus versos”, diz a comissão. “Neste contexto de habilidade artística, o livro Noctâmbulos, agora premiado, conquistou de forma unânime o reconhecimento da Comissão Julgadora”, finaliza.

Formado em Publicidade e Propaganda pela PUC Goiás, Renan coleciona diversos prêmios na carreira, como a Coleção Belamor da Universidade Federal de Goiás, o Concurso Literário Mário Quintana e o Prêmio Sesi Arte e Criatividade. É autor do livro de contos Mar Escrito – Contos, e da obra poética Caminhárias. Publicou a coletânea Ver de Novo o Mar também pela Editora Mondru.

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Serviço

Lançamento: Livro Noctambulos, &nbsp;de Renan Alves Melo

Data:

Quinta-feira (19), &nbsp;às 19 horas

Local: 

Espaço D’Lux, Piso 2, Shopping Bougainville, Rua 9, 1855, Setor Marista

Entrada gratuita

Informações: renanalvesmelo.com.br

Escritor Renan Alves Melo lança livro premiado pela Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos

Literatura

Estão abertas as reservas de pautas para atividades nos espaços culturais do governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás), para o ano de 2025. Os locais disponíveis para agendamento são o Teatro Goiânia, Centro Cultural Martim Cererê, Vila Cultural Cora Coralina, Centro Cultural Octo Marques, em Goiânia, e Cine Teatro São Joaquim, na cidade de Goiás

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Para solicitar a inclusão de uma pauta na programação, é necessário enviar um e-mail para reservas.cultura@goias.gov.br com uma solicitação formalizada (ofício) destinada à responsável pela secretaria.

O ofício deve conter as seguintes informações: data desejada, nome do proponente, nome do produtor responsável, contatos (e-mail e telefone) do produtor, plano de trabalho da atividade ou evento, além de cópias dos documentos pessoais (RG ou CNH, CPF) e comprovante de endereço atualizado do responsável legal que assinará o “Termo de Autorização de Uso”.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/primeiro-museu-de-goiania-e-marco-art-deco-da-cidade-museu-zoroastro-artiaga-passa-por-restauro-completo-1.3206323" target="_blank">Primeiro museu de Goiânia e marco art déco da cidade, Museu Zoroastro Artiaga passa por restauro completo</a> 
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Para exposições, é preciso anexar um breve portfólio do artista com, no mínimo, cinco fotos de suas obras. Após o envio, a proposta será analisada pela equipe responsável pela unidade. Vale lembrar que a solicitação de pauta não garante automaticamente a autorização para o uso do espaço para a realização do evento.

Secult Goiás abre agendamento para atividades culturais em seus espaços para 2025

RESERVAS

A literatura brasileira esteve na vitrine internacional em 2024, seja por motivos tradicionais – premiação importante, novas traduções –, seja por conta dos fenômenos midiáticos que acompanham os ambientes digitais contemporâneos. E não é que o mais destacado desses episódios ocorreu justamente com o nosso maior bastião no campo das letras? Quando a digital influencer norte-americana Courtney Henning Novak, famosa por comentar obras literárias, se deparou com a genialidade de Machado de Assis, ela não conseguiu conter seu encantamento. Seus comentários sobre o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas viralizaram e causaram um tsunami de interesse lá fora pelo nosso Bruxo do Cosme Velho. É bom lembrar que o escritor já era um dos nomes brasileiros mais vendidos no exterior.

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Fato é que os vídeos de Courtney a fizeram cair nas graças de milhões de internautas, para além dos muitos seguidores que ela já possuía nas redes sociais, provocando uma alavancagem nas vendas do autor. No site da Amazon dos EUA, por exemplo, Machado ocupou o primeiro lugar durante algum tempo, superando as obras de autores como Fiódor Dostoiévski e Gabriel García Márquez. Em seguida, ela leu Dom Casmurro e o processo se repetiu, trazendo novamente à baila a mais polêmica questão da literatura brasileira: afinal, Capitu traiu ou não traiu Bentinho? O nome de Machado de Assis foi um dos termos mais pesquisados na plataforma de busca Google. Houve também quem criticasse esse oba-oba, afirmando que Machado não precisa de uma tiktoker para ter seu valor corroborado.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/carreira-de-gilberto-mendonca-teles-e-marcada-por-produc-o-volumosa-e-olhar-peculiar-para-a-cultura-1.3207199" target="_blank">Carreira de Gilberto Mendonça Teles é marcada por produção volumosa e olhar peculiar para a cultura</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/itamar-vieira-junior-vence-pela-segunda-vez-o-premio-jabuti-1.3201682" target="_blank">Itamar Vieira Junior vence pela segunda vez o Prêmio Jabuti</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/elder-rocha-lima-deixa-projeto-em-homenagem-aos-300-anos-da-cidade-de-goias-1.3201331" target="_blank">Elder Rocha Lima deixa projeto em homenagem aos 300 anos da cidade de Goiás</a></div>

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Cate Blanchett: “Vivemos tempos incertos e busco coragem em Clarice Lispector”(Jo Hale/WireImage)

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O mesmo debate surgiu em torno de outro de nossos patrimônios literários: Clarice Lispector. A escritora, que já foi biografada por um jornalista norte-americano ganhador do Prêmio Pulitzer (Benjamin Moser), tem ficado mais conhecida em vários mercados fora do País, incluindo o mais cobiçado de todos: os Estados Unidos. Neste ano, ela recebeu um reforço de marketing e tanto, quando a atriz Cate Blanchett, ganhadora de dois Oscars e um dos nomes mais prestigiados de Hollywood, deu uma entrevista mencionando a autora e a citou em uma cerimônia que homenageou sua carreira no cinema. “Vivemos tempos incertos e busco coragem em Clarice Lispector, autora brasileira que é uma gênia absoluta, cujo trabalho tenho lido recentemente”, declarou. Bom, nós já sabíamos disso, não é?

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Adelia Prado: poeta mineira ganhou o Prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa (Agência Brasil)

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Outra autora brasileira, a poeta mineira Adélia Braga, também se destacou ao ganhar o Prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa. Concedido pelos governos do Brasil e de Portugal, a honraria já foi dada a autores como Rubem Fonseca, Lygia Fagundes Telles, Nélida Piñon, Jorge Amado e Rachel de Queiroz, entre outros. Já o autor baiano Itamar Vieira Junior viu sua principal obra, o romance Torto Arado, ser finalista do International Booker Prize, o mais prestigiado prêmio literário do Reino Unido e um dos mais relevantes do mundo. Ele acabou derrotado pela autora alemã Jenny Erpenbeck, com o livro Kairos. Mas Itamar faturou o Prêmio Jabuti com seu novo trabalho, Salvar o Fogo. Itamar também mostrou o quanto seus livros estão circulando em traduções no exterior.

Aliás, essa é uma das áreas em que a literatura brasileira tem avançado lá fora. Parte disso deve-se ao Programa de Apoio à Tradução e Publicação, da Biblioteca Nacional, que tem 32 anos e já ajudou que 1.200 traduções de obras nacionais fossem lançadas em mercados do exterior, em 45 idiomas diferentes. Parceria do Ministério da Cultura com o Ministério das Relações Exteriores, esse programa, em 2024, patrocinou versões em francês de Canção para Ninar Menino Grande, de Conceição Evaristo, em italiano de Rio é Tudo, de Carla Madeira, e em sueco de Ideias para Adiar o Fim do Mundo e A Vida não É Útil, de Ailton Krenak. Há também boa inserção no mercado árabe, tendo o Egito como porta para novas traduções de Ana Maria Machado, Patrícia Melo, Adriana Lisboa e Marina Colasanti.

Neste ano também foi anunciada uma nova tradução nos EUA de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Os livros Esaú e Jacó e Dom Casmurro, de Machado de Assis, terão novas versões em alemão e a antologia A Cartomante e Outros Contos levará a genialidade do fundador da Academia Brasileira de Letras para o público grego. Alguns autores brasileiros têm mercado há bastante tempo no exterior, como Paulo Coelho, Jorge Amado, Machado de Assis, Clarice Lispector e Guimarães Rosa, os cinco mais vendidos fora do Brasil em toda a história. Maior globalização e tantos outros meios de divulgação de obras e autores, sobretudo nos ambientes digitais, possibilitam que escritores canônicos do Brasil ocupem espaço no TikTok, nas editoras do exterior e na preferência de mais públicos.

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Censura e resistência

Foram muitos os episódios de censura a livros e autores no Brasil e no mundo em 2024. Essa atitude pôde ser vista aqui mesmo em Goiás, cujo governo mandou recolher o romance O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, sob a alegação de que a obra, distribuída pelo Programa Nacional de Livro Didático, seria inadequada para estudantes.&nbsp;

O governador Ronaldo Caiado chegou a criticar o livro, mesmo admitindo não tê-lo lido por inteiro. “Não tive coragem de ler. Eu li o pedaço que foi publicado (nas redes sociais).” Ainda assim, o governador sentiu-se à vontade para chamar o livro de “promiscuidade plena”.

A obra foi posteriormente liberada pelo governo de Goiás, como também por gestões de outros Estados, como o Paraná, mas o episódio mostrou o quanto a censura está sempre à espreita. Isso também tem ocorrido em outras partes do mundo.&nbsp;

Ganhadora do Nobel de Literatura, a escritora Toni Morrison está proibida em mais de 100 bibliotecas dos EUA. A entidade Pen America, que luta por liberdade de expressão nos EUA, afirma que há cerca de 10 mil livros com algum tipo de banimento no país. E a perspectiva é que isso piore no governo Trump.

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Lançamentos de destaque em 2024

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Em Agosto nos Vemos (Gabriel García Márquez)

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Garcia Marquez (Divulgação)

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Dez anos após a morte do autor, chegou às livrarias um livro inédito do Prêmio Nobel de Literatura. O enredo segue o estilo do escritor colombiano, unindo morte, amor e uma personagem feminina fascinante.

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O Gaúcho Insofrível (Roberto Bolaño)

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Bolano (Divulgação)

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O volume, lançado pela Companhia das Letras, reúne os últimos contos escritos pelo autor chileno. Ele tentou levar esses textos para sua editora após fazer um transplante de fígado, mas não teve tempo, morrendo pouco depois.

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Obras Reunidas (Hugo de Carvalho Ramos)

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Hugo de Carvalho Ramos (Divulgação)

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Com diversos textos críticos e informações interessantes sobre a obra e a vida do autor goiano, a Editora Ercolano lançou uma edição caprichada, em dois volumes, trazendo Tropas e Boiadas e poemas do escritor.

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Leopoldina e Maria da Glória: Duas Rainhas, Vidas e Dores (Mary Del Priore)

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Mary Del Priore (Divulgação)

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A renomada historiadora mergulha na investigação das vidas da imperatriz Leopoldina, mulher de d. Pedro I, e de sua filha, Maria da Glória, que ocuparia o trono de Portugal como Maria II.

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Lélia Gonzalez: Um Retrato (Sueli Carneiro)

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Lélia Gonzalez (Divulgação)

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Uma das mulheres mais relevantes nas lutas feministas e antirracistas é biografada por outra referência na área. É esse presente que a Editora Zahar nos ofereceu este ano, mostrando toda a potência de ambas nesta obra.

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O Verão de 80 (Marguerite Duras)

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Duras (Divulgação)

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O selo Relicário colocou nas livrarias uma nova edição dessa série de crônicas escritas por um dos maiores nomes da literatura francesa no século 20, nas quais ela trata de temas variados, de um porto polonês, à revolução islâmica no Irã.

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Perdas

ZIRALDO –&nbsp;Um dos grandes nomes da literatura infantojuvenil brasileira, criador da Turma do Pererê e do Menino Maluquinho, Ziraldo morreu em abril, aos 91 anos, de causas naturais.

ALICE MUNRO –&nbsp;Nobel de Literatura em 2013, a escritora canadense era uma exímia contista. Após sua morte, em maio, sua filha revelou que foi abusada pelo padrasto e que sua mãe sabia.

PAUL AUSTER –&nbsp;Um dos mais destacados autores dos EUA, ele morreu aos 77 anos em abril. Entre seus livros estão Baumgartner, Cidade de Vidro, Timbuktu e A Trilogia de Nova York.

ISMAIL KADARÉ –&nbsp;Autor albanês radicado na França, escreveu, entre outros livros, Abril Despedaçado e O Palácio dos Sonhos. Ele sofreu um ataque cardíaco, aos 88 anos, em julho.

HÉLIO ROCHA –&nbsp;Jornalista e historiador de destaque em Goiás, ex-colaborador do POPULAR, morreu em março, aos 83 anos. Entre seus livros, destaca-se Os Inquilinos da Casa Verde.

ANTÔNIO CÍCERO –&nbsp;Poeta e compositor, membro da Academia Brasileira de Letras, Cícero era irmão da cantora Marina Lima. Sofrendo de Alzheimer, optou pela morte assistida, em outubro, na Suíça.

ANTÓNIO SKÁRMETA –&nbsp;O escritor chileno era o autor de O Carteiro e o Poeta, que foi adaptado para o cinema. Ele morreu em outubro, aos 83 anos. Skármeta sofria do Mal de Alzheimer.

J. BORGES –&nbsp;Um dos mais relevantes nomes da literatura de cordel nordestina, o artista e escritor pernambucano morreu aos 88 anos, em julho. Suas xilogravuras eram populares na região.

MÁRCIO SOUZA –&nbsp;Escritor que contou a história da Amazônia, morreu em julho, aos 78 anos, em Manaus. Entre seus principais livros estão Galvez, Imperador do Acre e Mad Maria.

ARMANDO FREITAS FILHO –&nbsp;Poeta de destaque na literatura brasileira, o autor carioca morreu em setembro, aos 84 anos, de Covid. Em sua carreira, ganhou vários prêmios literários.

SÉRGIO CABRAL –&nbsp;Historiador da música brasileira, autor de musicais e biógrafo de Grande Otelo e Pixinguinha, o jornalista morreu em julho, aos 87 anos. Era pai do ex-governador do Rio.

MARYSE CONDÉ –&nbsp;Escritora francesa nascida na colônia de Guadalupe, no Caribe, e sempre lembrada como candidata ao Nobel de Literatura, Condé morreu em abril, aos 90 anos.

OSWALD DUCROT –&nbsp;Um dos principais linguistas da segunda metade do século 20, contribuiu nos estudos sobre enunciação, teoria da argumentação e polifonia. Tinha 93 anos e morreu em junho.

FREDRIC JAMESON –&nbsp;Influente crítico literário, filósofo e teórico do marxismo, o autor morreu em setembro, aos 90 anos. Entre seus livros estão Modernidade Singular e Arqueologias do Futuro.

SEBASTIÃO NERY –&nbsp;Jornalista que também teve carreira política, foi um ativista contra a ditadura. Era autor de vários livros, como Ninguém me Contou, Eu Vi e Folclore Político. Morreu em setembro, aos 92 anos.

GILBERTO MENDONÇA TELES -&nbsp;Poeta e crítico literário goiano, morreu aos 93 anos, em dezembro, no Rio. Professor de várias universidades do Brasil e do exterior, deixou um legado com mais de 80 títulos publicados.

Boa notícia 
Goiânia, que viu muitas de suas livrarias fecharem as portas nos últimos anos, como as unidades da Saraiva e da Fnac, teve um 2024 um pouco mais positivo nesta área. No final de novembro, a rede Leitura abriu sua nova loja no Shopping Passeio das Águas. Antes, em agosto, a Livraria da Vila abriu sua primeira unidade na capital goiana, no Shopping Flamboyant. No finalzinho do ano passado, a Livraria Pomar havia sido aberta no shopping.

Má notícia&nbsp; 
O Brasil perdeu quase 7 milhões de leitores nos últimos cinco anos, segundo pesquisa do Ipec, no levantamento Retratos da Leitura no Brasil. Menos da metade dos brasileiros afirma ler livros, mesmo esporadicamente. Essa é a primeira vez desde 2007 que o número de leitores é menor dos que declaram não ter esse hábito. 53% dos entrevistados afirmaram não ler absolutamente nada. Só não houve queda de leitores entre crianças e idosos.

Destaques 
Em abril, o autor Ailton Krenak, primeiro indígena a ingressar na Academia Brasileira de Letras, vestiu seu fardão de imortal e tomou posse na cadeira 5. 
O Nobel de Literatura de 2024 foi para a escritora sul-coreana Han Kang, de 54 anos. No Brasil, há três livros dela publicados: A Vegetariana, Atos Humanos e O Livro Branco.

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Literatura brasileira ganha destaque internacional: premiações, traduções e reconhecimentos

Retrospectiva 2024

Se Gilberto Mendonça Teles fosse um homem conformado, certamente não teríamos seus numerosos livros para ler, pesquisar e refletir. Sim, foram muitas contribuições em 93 anos de vida, mais de oito décadas de literatura – começou a escrever seus primeiros versos ainda aos 11 anos de idade –, atuando em diversas facetas do fazer literário: na poesia, na crítica literária, em ensaios sobre nossa cultura, no ensino universitário. A morte, na quarta-feira (4), de um dos mais proeminentes poetas goianos, no Rio de Janeiro, onde morava desde 1970, marca o desaparecimento de um homem que contrariou previsões quando nasceu em Bela Vista de Goiás, em 30 de junho de 1931, e decidiu que ganharia o mundo. Por meio de muito estudo e trabalho, ele conseguiu cumprir esse destino. O corpo do escritor será enterrado neste sábado (7), em Goiânia.

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Filho de Celuta Mendonça Teles e João Alves Teles e irmão do historiador e escritor José Medonça Teles, Gilberto chegou a Goiânia em 1945 para estudar, tendo sido aluno do Ateneu Dom Bosco e do então Colégio Estadual de Goiânia. Depois de trabalhar em várias funções para se sustentar – foi assistente em consultório dentário, balconista de bar e de uma loja de tecidos e auxiliar num escritório de advocacia –, ele foi aprovado em um concurso público do IBGE, tornando-se estatístico. Apesar de escrever desde a primeira metade dos anos 1940, Gilberto só consegue publicar pela primeira vez, em um jornal, em 1951. Sua estreia foram os versos do poema Terno Enleio, depois rebatizado para Poemas Avulsos. A partir dali passou a colaborar em jornais literários, assinando com o pseudônimo de Ênio Lessa.

Em 1953, ingressou como aluno, simultaneamente, na então Universidade Católica de Goiás, no curso de Letras Neolatinas, e na Universidade Federal de Goiás, em Direito. Dois anos depois, ele levava ao público seu primeiro livro, Alvorada, cujas 200 cópias iniciais ele mesmo bancou. Em uma entrevista dada ao repórter Clenon dos Santos, do POPULAR, em agosto deste ano, Gilberto calculou que sua obra completa tenha mais de 80 títulos. Parte considerável de sua produção em poesia foi contemplada no volume Poemas Reunidos, relançado em 2003 pela Editora Vozes. Foi uma longa jornada pautada, sim, pela inquietação por sempre fazer mais. Em 1958, ainda residindo em Goiás, ele lançou o livro Planície, cuja capa foi ilustrada por Frei Nazareno Confaloni, ano em que também se tornou professor de Literatura da UCG.

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É interessante pensar que até o ano passado, aos 92 anos de idade, Gilberto ainda estava em uma sala de aula, lecionando para os alunos de pós-graduação em Letras da PUC Goiás. Entre o início deste trabalho e a derradeira lição, passaram-se 66 anos. Também na UFG ele teve papel destacado, sendo um dos fundadores, em 1963, das cadeiras de Literatura Brasileira e Teoria da Literatura na Faculdade de Letras da instituição. Na UFG, ele foi aposentado compulsoriamente em 1969, perseguido pelo Ato Institucional Nº 5 (AI-5). Sua vida docente também incluiu muitas décadas de ensino em universidades fora de Goiás, sobretudo no Rio de Janeiro, onde fez carreira.

Sua trajetória acadêmica também incluiu passagens por universidades dos Estados Unidos, da França, da Espanha e de Portugal, gerando muitas obras de ensaios e de crítica literária, como Camões e a Poesia Brasileira, Contramargem, A Ficção da Página e Drummond e a Estilística da Repetição. Aliás, quando foi morar no Rio de Janeiro, teve a chance de conviver com uma nata de intelectuais em lançamentos, saraus e encontros em casas de amigos comuns. Passou a desfrutar da amizade do próprio Carlos Drummond de Andrade, que lhe dedicou versos de duas obras, de 1970 e 1971, chamadas Dois Poemas e Apelo. Ele gostava de relembrar as conversas que tinha com o Poeta Maior nas caronas que dava a Drummond até seu apartamento, em Copacabana, uma vez que foram vizinhos durante um longo período.

Tantas oportunidades, de estudo e vivências, no Brasil e no exterior, não foram desprezadas por Gilberto Mendonça Teles que, com o mesmo espírito inquieto do jovem do interior de Goiás dos anos 1930 e 1940, manteve na curiosidade o combustível de uma produção que nunca parou em todas essas décadas. Um de seus livros mais famosos é Saciologia Goiana – em uma dedicatória dada a este jornalista, ele escreveu que “os escritores goianos não deram muita atenção a este livro que já vai pela décima edição” –, no qual o poeta experimenta diversas ousadias. Poemas gráficos, versos fora das normas tradicionais, onomatopeias marotas e cheias de menções e ironias bastante ácidas formam um conjunto provocativo sobre a literatura realizada em Goiás, na qual ele parece não se reconhecer em vários aspectos.

Gilberto teve essa característica: ele formava legião de fãs, mas também desafetos com seus textos cortantes, na crítica ou nos versos. Em certos trabalhos, como no livro Terra a Terra da Linguagem, o poeta, por meio de estrofes, reflete sobre sua própria condição de literato, convidando o leitor a ingressar em certas entranhas do fazer poético. Por possuir essa dupla competência, de fazer poesia e refletir criticamente sobre tal criação, Gilberto era muito requisitado para organizar antologias de grandes nomes da literatura brasileira. Para selos como José Olympio, Global e Nova Aguilar, ele elaborou volumes das obras de Jorge de Lima, Bernardo Élis e Carlos Drummond de Andrade. Ele próprio venceu vários prêmios literários, como o Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, e o Troféu Juca Pato, em 2003.

A despedida de Gilberto Mendonça Teles é, assim, o adeus a um tipo de intelectual cada vez mais raro. Um homem que soube transitar com a mesma desenvoltura por áreas distintas, fazendo com que os meios literários se agitassem com sua passagem, que as reflexões fossem estimuladas, que a poesia ganhasse protagonismo. Em sua longa vida, desde o princípio até o final, ele manteve esse compromisso com sua própria arte e com todos aqueles que compartilhavam dessa mesma paixão pela literatura. Com tantas obras como A Véspera do Espanto, Plural de Nuvens, Arte de Armar, Pássaro de Pedra, Sintaxe Invisível, Nominais, Casa de Vidro, Retórica do Silêncio, ele não deixou apenas um legado imenso, mas também registrou marcas nas diferentes áreas nas quais atuou, com sua abençoada inquietude.

Repercussões 
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Aidenor Aires – Presidente da Academia Goiana de Letras 
“Gilberto foi um poeta que soube percorrer todos os caminhos da estética literária brasileira e se tornou o grande mestre de sua geração. Gilberto foi quem melhor viveu a arte literária entre nós. Seu desaparecimento deixa uma vaga enorme no cenário de nossa literatura, como crítico literário, como poeta, e ensinou aos goianos e aos brasileiros os passos imprescindíveis para o conhecimento da linguagem e de sua utilização estética. Gilberto era único em seu proceder poético, em seu proceder crítico e com a sua partida, nós sentimos que parte de nosso saber literário fica órfão.” 
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Ademir Luiz – Presidente da União Brasileira de Escritores (Seção Goiás) 
“Gilberto Mendonça Teles foi um homem cosmopolita. Conheceu diversos países do mundo, sem nunca deixar de ser goiano. A marca de sua produção intelectual foi tanto a amplitude temática, indo da filosofia clássica até a literatura goiana, quanto a solidez estética e conceitual. Sua obra-prima, Saciologia Goiana, prova esses pontos. É marcadamente goiana e profundamente universal. Por trás desse pesquisador erudito e artista sensível, estava um homem divertido, irônico, que nunca perdia uma piada. Sua morte significa uma perda gigantesca. Mas uma coisa é fato: Gilberto Mendonça Teles amava viver e viveu com intensidade, até o último momento. Em Goiás e no mundo.” 
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Angelita Pereira Lima – Reitora da UFG 
“A UFG lamenta profundamente o falecimento de Gilberto Mendonça Teles, um ícone da literatura e da pesquisa literária no Brasil. Em recente visita à Universidade, ele manifestou seu imenso carinho com a UFG e o profundo comprometimento com a literatura e com a história da literatura em nosso Estado. Desejamos que o seu legado seja definitivamente preservado e esteja nas universidades, para que o que fez pela cultura goiana e pela cultura brasileira não se perca.” 
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Olga Izilda Ronchi – Reitora da PUC Goiás 
“A Reitoria da PUC Goiás expressa profundo sentimento de pesar pelo falecimento de seu Doutor Honoris Causa, Gilberto Mendonça Teles. Formado em Direito e Letras Neolatinas pela então Universidade Católica de Goiás, foi professor-fundador de nossa instituição, deixando um legado inestimável para a educação e a cultura goiana. Sua trajetória como intelectual, poeta e professor ultrapassou fronteiras, marcando gerações com sua dedicação à literatura brasileira e ao ensino. Gilberto sempre manteve laços estreitos com nossa universidade, onde começou como estudante, destacou-se como professor e segue como uma referência inspiradora, tanto por sua extensa obra poética quanto por seu trabalho como ensaísta.” 
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Nárcia Kelly Alves da Silva – Prefeita de Bela Vista, cidade natal do autor 
“Lembro que no meu primeiro encontro formal com Gilberto Mendonça Teles fiquei muda por alguns minutos. Estar ao lado daquela personalidade, um dos homens mais cultos e intelectuais que eu já havia recebido, me intimidou. Mas logo fui espontânea como de costume e, mesmo com o receio inicial de não ter assuntos à altura daquele conterrâneo tão importante, nasceu entre nós uma amizade sincera. Serei sempre grata pelos bons momentos, pelos livros de presente e pela honra de receber suas visitas e ligações afetuosas. Gilberto, além de poeta, professor e escritor, foi um grande gentleman.” 
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Nota conjunta de Jales Mendonça, presidente do IHGG e, Nilson Jaime, presidente do Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis 
“O Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis Para os Povos do Cerrado (Icebe) e o Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) se entristecem pelo falecimento do poeta, professor universitário e crítico literário Gilberto Mendonça Teles. [...] Deixa seu nome registrado no panteão dos grandes críticos brasileiros.” 
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Fátima Gonçalves – Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Letras da PUC Goiás, onde Gilberto Mendonça Teles era professor colaborador 
Gilberto Mendonça Teles foi um cidadão do mundo, lúcido e amoroso, senhor de si, da arte construtiva de sua poética estigmatizada pela perfeição, a maior, a mais ousada, a mais completa, apurada no cadinho do corpo e alma, do cérebro e do coração. Pois ele todo foi o homem-poeta-crítico-professor completo, que celebrou o amor, sendo essa temática estrela-guia de seu fazer poético e de seu viver como intelectual cônscio da magnitude suprema alcançada — para deleite dos amigos-alunos-colegas que sempre fomos encantados e prazerosos de aprendermos com seu trabalho fértil, versátil, maduro, envolvente e definitivo.” 
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Ronaldo Caiado – Governador de Goiás 
“Com grande pesar, Gracinha e eu recebemos a notícia da morte do escritor Gilberto Mendonça Teles, aos 93 anos. [...] Nossos profundos sentimentos aos familiares e amigos do escritor. Que Deus ampare e conforte neste momento de dor e tristeza.”&nbsp;