Existe uma linguagem teatral genuinamente brasileira, criada por duas mulheres nordestinas nos anos 1980, que é reconhecida internacionalmente. O teatro lambe-lambe encanta plateias ao redor do mundo e é celebrado pelo Festival do Boneco 2025, que começa nesta quinta-feira (18) e segue até o domingo (21) percorrendo Goiânia, Pirenópolis e Goiás com oficinas e espetáculos. A programação é gratuita.

O evento acontece em formato itinerante e começa em Goiânia com uma oficina de bonecos de papel nesta quinta-feira (18), às 14 horas, no Circo Laheto. O evento é produzido pela Bambolina Produções, com apoio da Cia de Teatro Nu Escuro e Oficina Cultural Geppetto. Além de destacar a tradição e inovação do teatro de bonecos, em 2025 o festival convida artistas do lambe-lambe para unir diferentes experiências do teatro de formas animadas.

A técnica teatral foi criada em 1989 pela cearense Denise Di Santos e a baiana Ismine Lima, também conhecida como teatro de caixa, miniteatro, caixa mágica, entre outros. Os espetáculos com bonecos em miniatura são encenados dentro de caixas que se tornam cenários, apresentados para apenas uma pessoa da plateia por vez. As encenações são curtas e duram, em média, de dois a três minutos.

As rodas de lambe-lambe começam na sexta-feira (19) com apresentações de artistas regionais e nacionais. Entre os goianos está o ator e produtor do Festival do Boneco, Lázaro Tuim, que apresenta o espetáculo de lambe-lambe Julieta pela Cia de Teatro Nu Escuro, uma releitura da obra de Shakespeare. “É uma montagem bem específica, que une duas linguagens teatrais diferentes. Mas o final é inesperado, foge um pouco da dramaturgia tradicional e tem surpreendido as plateias”, adianta.

O nome da técnica é inspirado na primeira caixa adaptada pelas pedagogas nordestinas criadoras do lambe-lambe. Elas aproveitaram uma câmera fotográfica lambe-lambe, que era utilizada pelos antigos fotógrafos de rua que atuavam em praças e jardins públicos brasileiros. Esses profissionais usavam uma câmera-laboratório, formada por uma caixa de madeira com uma lente apoiada num tripé e, segundo contam, lambiam as fotos durante a revelação.

“Denise e Ismine iniciaram esse movimento que hoje está no mundo inteiro. Os espectadores formam uma fila e um por um vão assistindo. Quando temos a roda fica ainda mais interessante, porque dá para sair de uma apresentação e ir para outra em seguida”, explica Izabela Nascente, diretora artística do festival. “Priorizamos artistas do Centro-Oeste nesta edição, pensando em valorizar o trabalho que vem sendo feito aqui e ampliar as redes de conexão”, diz.

Agenda

O público pode mergulhar no universo do lambe-lambe a partir de sexta-feira (19), às 19 horas, com seis caixas cênicas: O Ladrão de Caixões, de Radarani; O Mestre Tocador, de Gustavo Vale; O Destino de Croquete, de Bulacha e os espetáculos Carolina, Pastrana e Rosa, assinadas pela Cia Nu Escuro. Em seguida, às 20h, o palco recebe Circus – A Nova Tournée, da Cia Circo de Bonecos, de Salto (SP), considerado um clássico divertido do teatro popular.

No sábado (20), o evento aporta na Comunidade Educacional de Pirenópolis (Coepi) a partir das 18 horas para mais uma roda com artistas de diferentes estados. Juliana Graziela, de Cuiabá (MT), apresenta Come-Come; a Cia Nu Escuro (GO) apresenta Pastrana e Julieta e As Caixeiras Cia. de Bonecas, de Brasília (DF), levam os espetáculos A Partida, Amor - Título Provisório e Inalterável e Quinina. Às 19h, Lia Motta, de Alto Paraíso de Goiás, apresenta a performance Eu Rio.

O festival encerra a programação no domingo (21) na cidade de Goiás, a partir das 16 horas. A roda de lambe-lambe toma conta da Praça do Coreto com grupos de Goiânia, Anápolis e Cuiabá. Às 17 horas, o público confere o espetáculo Marieta, Benedito e o Boizinho, da atriz e bonequeira Kely Rigodanzo, de Goiânia.

SERVIÇO

Evento: Festival do Boneco 2025

Data: 18 a 21 de setembro

Locais:&nbsp;Circo Laheto (Goiânia), Coepi (Pirenópolis) e Praça do Coreto (cidade de Goiás)

Informações:&nbsp;@festivaldoboneco

Evento gratuito

Goiânia

Local: Circo Laheto (Parque da Criança - Av. H, esq. c/ 72 - Jardim Goiás)

QUINTA-FEIRA (18)

14h - Oficina bonecos de papel com Izabela Nascente

SEXTA-FEIRA (19)

19h – Roda de Teatro Lambe-lambe com Radarani, Gustavo Vale, Bulacha e Cia de Teatro Nu Escuro (Goiânia)

20h&nbsp;– Circus: A Nova Tournée com a Cia Circo de Bonecos (Salto/SP)

Pirenópolis

Local: Coepi (Rua do Carmo, Bairro do Carmo - Pirenópolis)

SÁBADO (20)

18h – Roda de Teatro Lambe-lambe com Juliana Graziela (MT), Cia de Teatro Nu Escuro (Goiânia) e As Caixeiras Cia de Bonecas (DF)

19h&nbsp;– Eu Rio, com Lia Motta (Alto Paraíso de Goiás)

Cidade de Goiás

Local: Praça do Coreto

DOMINGO (21)

16h&nbsp;- Roda de Teatro Lambe-lambe com Radarani (Goiânia), Bulacha (Goiânia), Juliana Graziela (MT) e Companhia de Teatro Pneuma (Anápolis)

17h&nbsp;– Kely Rigodanzo (Goiânia)

Festival do Boneco 2025 promove apresentações em Goiânia, Pirenópolis e cidade de Goiás

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Dirigido por Izabela Nascente e protagonizado pelas atrizes Camila Freitas, Elyza Sal, Lidiane Leles e Paula de Paula, o espetáculo As Fanfarronas ganha uma pré-estreia nesta segunda-feira (16), às 15 horas, na Escola de Música e Artes Cênicas, da Universidade Federal de Goiás (EMAC/UFG). Já a estreia oficial acontece dia 21 de junho, na Praça do Skate em Alto Paraíso de Goiás. A entrada é franca. Livremente inspirado na obra O Soldado Fanfarrão, de Plauto, o Grupo Carroça subverte convenções e dá voz às mulheres em cena, ressignificando o riso e a comédia a partir de seus próprios olhares. O trabalho já foi apresentado no dia 12 de junho, na Associação de Idosos Balneário Meia Ponte e na EMAC/UFG. O projeto é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.O espetáculo conta a história de duas mulheres: Filocomásia, sequestrada por um soldado que a tomou como esposa, e Palestriã, antiga criada que também é prisioneira. Enquanto debocham das figuras masculinas ao redor, criticam as bizarrices do patriarcado e lutam para romper as correntes reais e simbólicas que ainda as aprisionam. Em palco, as artistas, integrantes do Grupo Carroça e formadas em Artes Cênicas, tiveram seu primeiro contato com a obra O Soldado Fanfarrão, de Plauto, durante a graduação. Em 2024, após dez anos desde esse encontro inicial, as atrizes revisitaram o texto clássico e perceberam a potência de adaptar a obra a partir de uma perspectiva feminina. Foi desse impulso criativo e do desejo de criar uma montagem composta apenas por mulheres que surgiu As Fanfarronas.A linguagem do trabalho é o grotesco e, uma das suas características, é a subversão. A diretora, Izabela Nascente, justifica essa escolha. “A mulher na sociedade é o ser que mais foi reprimido na história da humanidade. Tendo isso em vista, a gente se coloca como esse corpo grotesco, esse corpo subversivo de um padrão, de uma norma. A gente trabalha esse texto escancarando as questões que nos incomodam”, explica.ServiçoEvento: Grupo Carroça estreia espetáculo As Fanfarronas Pré-estreia: nesta segunda-feira (16), às 15 horasLocal: EMAC/UFG, Campus SamambaiaEstreia: 21 de junho, às 18 horasLocal: Praça do Skate, Centro de Alto Paraíso de GoiásEntrada gratuita em todas as apresentaçõesInformações: @grupocarroca

Espetáculo 'As Fanfarronas' ganha pré-estreia na Escola de Música e Artes Cênicas da UFG

TEATRO

Começa nesta terça-feira (12) e segue até sábado (16), sempre às 19h30, a 22ª edição da Mostra Teatral Desaguar, organizada pela Escola do Futuro em Artes Basileu França. O evento contará na programação com a apresentação no Teatro Escola Basileu França de cinco montagens teatrais inspiradas em obras literárias brasileiras, como Panos e Lendas, A Ópera do Malandro, O Bem-Amado, O Berço do Herói e Iepe.

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As produções são realizadas pelos alunos-artistas formandos dos cursos de formação artística avançada em teatro e qualificação profissional em interpretação teatral. Cada turma criou seu próprio grupo teatral, que se responsabiliza pela montagem da peça, divulgação, cenografia e produção. Os ingressos podem ser adquiridos no site do Sympla, pelo valor único de R$ 20.

A abertura da Mostra será com o espetáculo Caru e Rairu: Histórias da Terra, com direção de Eduardo Babugem. Adaptado do texto Panos e Lendas de Vladimir Capella e José Geraldo Rocha, a peça narra a criação e o fim do mundo sob o olhar de lendas brasileiras, mostrando o ciclo da vida com ternura e simplicidade.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/mostra-de-curtas-exibe-60-filmes-no-cine-ritz-1.3198049" target="_blank">Mostra de Curtas exibe 60 filmes no Cine Ritz</a> 
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No segundo dia, dirigido por Renata Weber, será a vez da peça Unidos da Malandragem (foto), inspirado na peça-musical Ópera do Malandro, escrita pelo compositor Chico Buarque. No palco, a promessa é transformar o teatro num verdadeiro desfile de amores, trapaças, risos, sedução, ciladas e questionamentos. Na sequência da Mostra, O Bem-Amado, Iepe e Roque Santeiro.

<h4>Serviço</h4>

Evento: Mostra de Teatro Desaguar

Data:&nbsp;Terça (12) até sábado (16)

Horário:&nbsp;19h30

Local:&nbsp;Teatro Escola Basileu França / Setor Universitário

Ingressos:&nbsp;R$ 20

Informações:&nbsp;www.sympla.com.br

Mostra Desaguar reúne cinco espetáculos no Teatro Basileu França

Imagine um universo onde o suspense e o humor dançam em perfeita harmonia. Abismo de Rosas: Uma Comédia Policial traz essa mistura intrigante, onde cada cena é um mosaico de risos e mistérios. Após uma temporada no Rio de Janeiro e passagens por Vitória, Salvador e Belo Horizonte, a peça, estrelada por Emiliano d’Avila, Isabel Fillardis e Vitória Strada, chega à capital para duas apresentações. A estreia será neste sábado (15), às 21 horas, com a última exibição no domingo (16), às 19 horas, no Teatro Goiânia.

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“Os goianos podem esperar do espetáculo muita risada, reflexão, tensão, um pouquinho de medo talvez, mas bastante diversão. Usamos o humor para falar de assuntos pertinentes à sociedade hoje, como as relações abusivas e tóxicas. No geral, é uma peça que aborda várias faces do amor. É uma montagem deliciosa. Sei que vai ser maravilhoso. Estamos esperando vocês”, comenta Isabel Fillardis em entrevista ao POPULAR. A atriz, que iniciou sua carreira artística em 1990, faz sua estreia na comédia com essa montagem.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/grupo-ilumini-apresenta-neste-sabado-15-o-espetaculo-alem-do-arco-iris-1.3145900">Grupo Ilumini apresenta neste sábado (15) o espetáculo 'Além do Arco-Íris'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/cia-de-teatro-carlos-moreira-faz-selec-o-de-atores-para-novo-espetaculo-1.3144594">Cia de Teatro Carlos Moreira faz seleção de atores para novo espetáculo</a></div>

Com dramaturgia de Claudio Simões e direção da dupla Emiliano d’Ávila e Junior Vieira (que também dirigiu Nosso Sonho, de 2023, cinebiografia de Claudinho e Buchecha); Abismo de Rosas cria uma atmosfera de dúvida no ar desde a descida da cortina. A trama se passa no Dia dos Namorados, quando um homem e duas mulheres são atraídos por alguém que eles não sabem quem é para uma chácara deserta, onde, minutos depois, ocorre um crime. A história, então, recua dois meses, para que o público acompanhe os fatos.

Na chácara, estão Juliano (Emiliano d’Ávila), um magistrado machista, ciumento e obcecado com a ideia de matar e morrer por amor. Ele é casado com a professora de música Júlia (Isabel Fillardis). A atriz também interpreta Beth, uma terapeuta que, aos 50 anos, tem sua primeira experiência lésbica com a advogada Cândida (Vitória Strada). Outros personagens da história são Lucinha (Strada), que vive um casamento frustrado com Zé (Emiliano), segurança de uma empresa. Ela sente falta de sexo e atenção, ele é desinteressado.

Cada ator ainda interpreta outros dois personagens secundários – divididos entre repórteres e policiais que ajudam a amarrar a dramaturgia. “São 12 personagens, mas feitos por três atores. Em cena, tem um crime que precisa ser solucionado e vamos dando pistas, ao longo da peça. É um troca-troca de roupa, é uma loucura, chamamos de um pequeno O Mistério de Irma Vap, clássico da comédia americana. É um trabalho muito dinâmico. É o tempo todo em cena”, ressalta Vitória, em entrevista por telefone ao POPULAR.

Após emendar uma novela atrás da outra na Globo, Vitória Strada faz sua estreia no teatro. “Quando me apresentaram o texto e li, achei diferente de tudo que já tinha visto e me interessei muito em fazer ainda mais com esse desafio de fazer quatro personagens. A gente fez muito ensaio de mesa, antes de começar a fazer as marcações e de montar a peça. Ficamos um mês sentados lendo e entendendo toda a trama. Foi um processo de bastante troca”, ressalta ela, que anteriormente atuou em Espelho da Vida e Salve-Se Quem Puder.

“Quando comecei a minha carreira emendei novelas, mal tinha férias, graças a Deus. Foi justamente quando terminei a última, que sabia que teria um tempo maior de folga, e surgiu a oportunidade dessa peça e falei que era o momento. Antes, não tinha como conciliar porque estava fazendo protagonistas e você grava de segunda a sábado durante oito meses. Tenho orgulho e felicidade de fazer parte desse projeto”, conta Vitória, que visita Goiânia pela primeira vez. “Não posso sair daí sem experimentar o pequi”, brinca.

<h3>Serviço</h3>

Espetáculo: Abismo de Rosas: Uma Comédia Policial

Elenco: Emiliano d’Avila, Isabel Fillardis e Vitória Strada

Data: Sábado (15), às 21 horas, e domingo (16), às 19 horas

Local: Teatro Goiânia / Av. Tocantins, Centro

Ingressos: Plateia Inferior R$ 50 (meia-entrada) e Plateia Superior R$ 40 (meia-entrada)

Informações: www.bilhteriadigital.com

<h3>Concepção</h3>

Abismo de Rosas foi escrita e montada em 1997 a partir da elogiada obra do dramaturgo Claudio Simões. A primeira versão, que trouxe Wagner Moura no elenco, sofreu alterações para se atualizar, principalmente sobre questões morais. Algumas reflexões ganharam cores mais fortes, principalmente no que diz respeito a gênero. A peça que chega agora a Goiânia, entretanto, é praticamente inédita. Falas machistas de Juliano, por exemplo, são criticadas em cena e seus atos indignos acabam se voltando contra ele de alguma forma.

Emiliano d’Avila assistiu aos 11 anos à primeira montagem e ficou apaixonado pelo texto. Mais de duas décadas depois, ele decidiu fazer uma versão atualizada. “Escolhi fazer a produção porque acho uma obra-prima e o autor genial. Mas foi preciso fazer uma adaptação com mudanças no texto, desde piadas, que eu sentia que poderia ter mais humor no diálogo. O Claudio participou de tudo e fiz uma consultoria com amigas feministas. Sinto pelos relatos recebidos que fomos felizes”, celebra Emiliano, em entrevista por telefone.

No palco, Emiliano se divide na produção, roteiro, direção e atuação. “Está sendo um desafio quádruplo e isso me fortalece como ator por me tirar da zona de conforto. Convidei o Junior Vieira para me ajudar porque não tinha como me olhar de dentro. Ele foi importante na condução da minha interpretação. Mas, sem dúvida nenhuma, meu grande desafio nesse projeto foi dar conta de tudo ao mesmo tempo. Sinto feliz por está conseguindo realizar isso com excelência”, diz ele, conhecido por interpretar o Maicol no humorístico Vai que Cola. &nbsp;

O que não mudou no texto foi o suspense. Ao mesmo tempo em que o público vai conhecendo as personagens, fica mais intrigado. Quem vai matar? Quem vai morrer? “É uma peça onde a comédia reina do início ao fim, mas se mescla a uma trama de mistério para desvendar um crime. Começa com um homem e duas mulheres que são atraídos para uma chácara abandonada, por uma pessoa desconhecida. Em seguida, o jornal noticia um crime”, conta ele, que entre os projetos para 2024 está uma adaptação de Abismo de Rosas para o cinema.&nbsp;

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'Abismo de Rosas: Uma Comédia Policial' tem sessões neste sábado (15) e domingo (16) em Goiânia

Comédia

Para Marcos Frota, o circo faz brilhar os olhos das crianças e dos adultos por conta do mistério que todo o universo fantástico apresenta à medida que o público entra na lona. Aos 67 anos, quase 50 dedicados à arte circense, o ator viaja com o Mirage Circus há dez anos. O show criado pelo mineiro está em cartaz em Goiânia e conta com uma megaprodução, números de encher os olhos e cerca de 200 artistas nacionais e internacionais. As apresentações incluem malabarismo, trapézio, mágica, palhaçaria, motocross freestyle com saltos de 25 metros de altura, e o famoso Globo da Morte. Com Marcos Frota como anfitrião, o circo neste ano vem com a novidade da Mirage Sky Wheel, maior roda-gigante itinerante do Brasil, com 40 metros de altura. Em entrevista ao POPULAR, o ator fala sobre o projeto, a sua relação com a arte popular e um possível retorno às novelas.&nbsp;

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Marcos, o Mirage Circus é um projeto que há dez anos passeia por todo o País apresentando números diferentes e reverberando a cultura circense. Qual o segredo do sucesso para se manter ativo há uma década?

É muito trabalho envolvido. Eu sempre acho que o sucesso nunca é resultado de pouco trabalho. Temos uma equipe muito grande, muito ousada, muito corajosa, e todo investimento que entra é investido no próprio projeto. O Mirage está em constante evolução, aprimoramento, busca de uma nova linguagem, muita tecnologia, e hoje chegou a hora de celebrar o sucesso e não ficar reclamando. Nós estamos vivendo em uma época que tem de ter competência. Acredito que a competência é símbolo de uma resposta do público.

Goiânia faz parte do roteiro do Mirage Circus há muito tempo. O goiano gosta de ir ao circo? De que forma vocês entenderam o público de Goiás?

Eu chamo Goiânia de capital nacional do circo. O goiano é o pai do circo porque ele é identificado com a arte popular. Eu escolhi Goiânia para lançar um novo espetáculo do circo, que é um musical circense. Eu acredito que o circo precisa entrar na era dos musicais. Artistas cantando, dançando, interpretando e saltando. Quanto mais elementos artísticos tiver em cena, mais curioso e divertido e engraçado vai ser. O circo pode tudo, menos ser chato. Chatice não cabe no circo. O circo é entretenimento, alegria, diversão. Tenho orgulho imenso de ter quase 70 anos e dizer que eu faço parte da cultura do circo.

A novidade deste ano é a roda-gigante? Como você teve a ideia?

A roda-gigante é uma novidade para todo o Brasil. Estamos montando agora com muito cuidado, fazer como tem de ser. Com ela, o Mirage Circus apresenta uma experiência diferente. Você chega e logo já está envolvido por uma atmosfera completamente única. E a partir daí não para até você entrar no seu carro e ir embora. Então a roda-gigante é a grande receptiva do público. Ela meio que diz às pessoas: vêm porque a alegria chegou.

Como a tecnologia está inserida e contribui para a evolução dos números?

A tecnologia é bem-vinda se ela servir ao talento do artista. Quando ela provoca encantamento por meio do talento dele, ela é muito bem-vinda. Agora, quando ela é usada sem critério, jogada, é um desperdício de dinheiro, é um desperdício de energia e de contato com o público. O Mirage faz questão absoluta de usar tudo que é possível no mundo, no universo do espetáculo, tecnologicamente, mas o artista está na frente.

Desde os anos 1980 que você trabalha com circo. Daqueles tempos para cá, o que mais mudou no processo do fazer e promover a arte circense? 

Eu comecei em 1986, são 40 anos dedicados ao circo. O que eu acredito que mais mudou foi basicamente as tendas. Hoje elas são muito avançadas, permite você criar verdadeiras casas de espetáculos.

Eu imagino que deva ser uma experiência única um artista popular e circense trabalhar no Mirage. Como funciona esse processo com os profissionais que trabalham contigo? 

O Mirage é muito disputado. A gente recebe muitos vídeos com números circenses. Há um diretor artístico que filtra todo o material recebido para que depois o colegiado possa escolher os números que vão participar. Todos os números, hoje em dia, têm de ter também uma participação musical como um todo. O trapézio tem de conversar com os outros números. A ideia é criar um espetáculo recheado de versatilidade e diversidade.

O circo é um espetáculo que enche os olhos dos adultos e das crianças. Para você, quais motivos fazem o circo resistir tanto tempo na história do entretenimento? 

Na minha opinião, o mistério do circo está sob o olhar de uma criança. Tem essa frase que é muito legal: ‘Enquanto houver uma criança, sempre haverá um circo’. Essa é uma máxima. Ao mesmo tempo, o adulto se permite se encantar com os olhos mais infantis. Todo mundo tem uma história com circo, em filme, uma poesia, ou as lembranças de quando foi no circo na cidade dele, ou histórias de pessoas que fugiram com o circo, ouviram uma música, um quadro, viram na TV. Todos nós temos uma história com a arte circense.

Marcos, você tem uma carreira sólida no circo, mas parte do público te conheceu na televisão. Você tem pretensões de voltar às novelas? 

Eu adoraria fazer novamente uma novela. É claro que a TV Globo ainda é a grande casa da novela na América Latina pelo Projac, pelos seus estúdios e, também, pela repercussão popular que ela tem. Mas ao mesmo tempo, teria de ser um personagem que tivesse algo relacionado entre eu e ele e ele comigo, dentro de uma história, dentro de um contexto. Eu acredito que a minha geração agora está voltada para o cinema.

Recentemente Mulheres de Areia foi reprisada e, mais uma vez, se tornou sucesso de audiência. Para você, a que se deve todo esse êxito? 

A história da novela é muito boa, escrita por uma grande novelista que é Ivani Ribeiro, um elenco espetacular. É muito difícil juntar um elenco como aquele e escrever uma novela como aquela. Todo mundo sabia que ia ser sucesso, o Wolf Maia sabia, a Glória Pires sabia. A música do Tonho da Lua que você tocava na rádio hoje já era um sucesso antes mesmo da novela começar a ser exibida. A geração daquele tempo construiu o Projac e hoje vê a possibilidade de uma continuidade no cinema, que é um desdobramento natural. Experimentar mais, encontrar o público de uma outra forma. Agora a novela brasileira é um conteúdo muito atrativo, tanto para quem faz quanto para quem assiste. Apenas uma curiosidade: na época das gravações de Mulheres de Areia, a gente não tinha como fazer a Ruth e a Raquel juntas. Gravamos nove horas com uma e depois mais nove horas com a outra, porque não havia tecnologia suficiente. Hoje o que fazíamos em nove horas, gravamos em 30 minutos.

<h2>Serviço</h2>

Mirage Circus: sessões de quarta, quinta e sexta-feira, às 20h30, aos sábados, às 15, 18 e 21 horas; e aos domingos, às 11, 16 e 19 horas

Local: Arena Flamboyant (em frente ao Flamboyant Shopping Center – Av. Jamel Cecílio, Jardim Goiás)

Ingressos: A partir de R$ 25

Informações: www.miragecircus.com.br

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Mirage Circus: estrutura está montada em frente ao Flamboyant Shopping Center (Divulgação)