Dez anos depois dos acontecimentos históricos da Revolução Francesa de 1789, a França ainda estava em convulsão. Naquela década dramática, os revolucionários derrubaram a Bastilha, prisão símbolo do antigo regime, extinguiram a monarquia, guilhotinaram o rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta e se envolveram numa luta fratricida entre dois grupos, os jacobinos e os girondinos, que também levou os principais líderes do movimento, como Danton e Robespierre, a perderem seus pescoços. Um verdadeiro banho de sangue numa guerra civil, à qual somavam-se batalhas com nações vizinhas. E nessas jornadas militares, um comandante, nascido na pequena Ajaccio, no oeste da Córsega, se destacava. Essa extraordinária biografia, a de Napoleão Bonaparte, é contada no novo filme de Ridley Scott, que estreia neste dia 22 de novembro, trazendo Joaquin Phoenix encarnando o imperador. É mais uma tentativa de várias já realizadas de decifrar a personalidade complexa de um homem que, mais de 200 anos após sua morte, ainda provoca controvérsias. Alguns o veem como um dos maiores estadistas da história europeia; outros o consideram um ditador megalomaníaco e sanguinário, capaz de atrocidades nos campos de batalha em que atuou. Talvez Napoleão seja tudo isso ao mesmo tempo. Filho de uma família de origem italiana, ele parecia querer reviver a glória dos Césares romanos.