Em apresentação única no Teatro Goiânia, nesta quarta-feira (2), às 20 horas, a Giro 8 Cia. de Dança leva ao palco Começaria Tudo Outra Vez, espetáculo que traça uma jornada filosófica sobre o amor por meio da dança. A montagem marca o início de uma agenda intensa do grupo que inclui turnê no México, apresentações em São Paulo e nova produção inspirada em obra de Clarice Lispector em novembro, quando a trupe comemora 14 anos de estrada. Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e estão disponíveis na plataforma Sympla.

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Começaria Tudo Outra Vez, que tem coreografia concebida por Joisy Amorim, não apenas retrata, mas celebra a essência do amor, traçando sua jornada desde as reflexões filosóficas de Sócrates, Platão e Aristóteles até as discussões e conceitos mais contemporâneos, imersos na complexidade das relações humanas. Com uma trilha sonora envolvente, composta por canções e poesias interpretadas por Maria Bethânia, o espetáculo desvenda as múltiplas faces e nuances do amor nas manifestações de Eros, Filia e Ágape.

A Giro 8 celebra um momento de crescimento, com a chegada de oito novos bailarinos. “Esta é uma grande conquista, que reflete o amadurecimento da companhia e a possibilidade de expansão do trabalho com um novo corpo de bailarinos”, comenta a diretora da companhia, Joisy Amorim. O novo elenco entrou por meio de audição realizada em janeiro deste ano. Os novos integrantes são Marcio Vitorino, Uostton Di Alcântara, Gabrielle Costa e Pepeu Barros. Ainda fazem parte do elenco Phelippe Mor, Yasmin Rodrigues, Tiago Ferreira e Ana Silva.

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Depois de Goiânia, a companhia segue para o México, onde fará quatro apresentações, sendo a primeira no dia 1º de maio. A circulação se encerra na Cidade do México, nos dias 8 e 9 de maio no Teatro De La Danza Guillermina Bravo. Esta é a segunda vez que a Giro 8 faz turnê no México - em 2023, estiveram com o espetáculo Sr Will. Em julho e agosto, a agenda será em São Paulo (SP), Ribeirão Preto (SP) e Rio Claro (SP).

Manutenção

O projeto de manutenção da companhia ainda prevê, ao longo de 2025, a realização de quatro oficinas, com 12 horas de duração cada, voltadas para estudantes da área de dança e artistas locais. As oficinas acontecerão no Allegro Centro de Dança, em Goiânia. O objetivo das oficinas é compartilhar conhecimentos técnicos e artísticos, promovendo a inclusão de jovens bailarinos e ampliando o alcance da linguagem da dança na cidade.

Nos meses de maio e julho serão realizadas oficinas de balé clássico; em junho e agosto, de dança contemporânea. Em maio, a companhia passará por capacitação em gestão cultural com Sandro Borelli, coreógrafo e bailarino, reconhecido por seu trabalho autoral de investigação do movimento, que alia bases literárias, elementos de teatralidade e a expressão estética da resistência política e da contestação social. Ele ainda fará uma palestra aberta ao público, junto à diretora da Giro 8, Joisy Amorim.

Serviço

Espetáculo: Começaria Tudo Outra Vez, da Giro 8

Data: 

Quarta-feira (2), às 20 horas

Local: 

Teatro Goiânia / Rua 23, nº 252, Centro

Ingressos:

R$ 60 (inteira) e &nbsp;R$ 30 (meia-entrada)

Informações: 

www.sympla.com.br

Giro 8 Cia. de Dança apresenta o espetáculo 'Começaria Tudo Outra Vez'

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Início da jornada

Uma comédia romântica com tudo o que tem direito: reviravoltas, surpresas, um amor do passado e, é claro, uma boa dose de risadas. No espetáculo Canções que Eu Guardei Pra Você, acrescente ainda um repertório repleto de inesquecíveis sucessos dos anos 2000, interpretados por grandes vozes femininas da música popular brasileira. O musical chega ao Teatro Goiânia nesta sexta-feira (14) e fica em cartaz até domingo (16).

A peça gira em torno de três casais e seus relacionamentos, explorando temas universais como o amor, os conflitos emocionais e as mudanças que acompanham a vida. A trama é costurada pela trilha sonora, com destaque para as canções interpretadas ao vivo, executadas por uma formação instrumental composta por bateria, baixo, piano, violino e violoncelo. O repertório foi selecionado com foco nas vozes poderosas de cantoras lésbicas e bissexuais da música brasileira.

As situações e conflitos vividos pelos personagens, guiados pela temática do amor e das relações, são facilmente identificáveis para o público – e é aí que está a chave do espetáculo, explica Felipe Heráclito, um dos idealizadores do musical. “Independentemente de a proposta pender mais para a comédia ou para o drama, o público precisa acreditar na veracidade do que está assistindo e, quando se identifica, consegue se relacionar com a obra de forma catártica”, comenta ao POPULAR.

A ideia do musical veio de um término de um relacionamento de Felipe, que já tinha vontade de fazer uma peça leve, que falasse sobre amor com humor e sensibilidade. “Tinha recém terminado um relacionamento e tocou uma música que traduzia exatamente o que eu estava sentindo naquele momento”, conta. “E, para além de traduzir, parecia que de certa forma ela potencializava o meu sentimento de inconformidade por não existir mais ‘você e eu’, mesmo ainda existindo amor”, diz.

O repertório, portanto, precisava acompanhar e “amarrar” cada momento da trama. “No processo de criação de um musical, é muito importante que as músicas façam parte da dramaturgia, que ajudem a contar a história que queremos contar ou que pontuem situações específicas que achamos que vale sublinhar ou destacar naquele momento, para que a inclusão delas não fique gratuita e despropositada”, comenta Felipe. “Em um bom musical, a música nos leva adiante e potencializa o que está (e o que não está) sendo dito pelos personagens”, diz.

A escolha do repertório partiu do trabalho conjunto de Bernardo Marinho, dramaturgo do espetáculo, e Fernanda Maia, diretora musical, que incluem músicas de nomes como Marina Lima, Adriana Calcanhotto, Ana Carolina, Cássia Eller e Maria Gadú. O projeto tem direção de Zé Henrique de Paula, idealização de Felipe Heráclito e Marco Griesi e texto de Bernardo Marinho e Valentina Castello Branco.

O grande desafio do projeto era apresentar um espetáculo com músicas tocadas e cantadas ao vivo. “A ‘magia’ da peça tem raiz nesse desafio, que só foi possível com muito ensaio e preparação, além da escalação certeira dos atores e dos músicos que são absurdamente talentosos e preparados”, comenta o idealizador. “Foram dois meses de ensaios intensos, de segunda a sexta, por vezes aos sábados e domingos, para que conseguíssemos dar vida e cores aos personagens e ao espetáculo”.

O musical estreou em janeiro de 2025, no Rio de Janeiro. “Desde a primeira apresentação foi possível identificar a resposta do público ao longo da peça, seja cantando junto às canções, cuja grande maioria é conhecida por todos, seja rindo das situações ou se emocionando”, celebra Felipe.

SERVIÇO 
Espetáculo: Musical Canções que Eu Guardei Pra Você 
Data: 14 a 16 de março de 2025 (sexta a domingo) 
Horários: Sexta e sábado, às 20h e domingo, às 18h 
Local: Teatro Goiânia (Rua 23, nº 252, Centro) 
Ingressos: de R$ 25 a R$ 150 via Sympla 
Classificação: Livre

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Ressignificação

Com elenco formado por Bruna Guerin, Felipe Hintze, George Sauma, Guilherme Magon, Karen Junqueira e Marília Lopes, Canções que Eu Guardei para Você explora as dinâmicas das relações e seus novos sentidos. A plateia conhece o casal Miguel e Malu, que moram juntos e vivem um relacionamento estável e duradouro. No entanto, enquanto Miguel pensa em oficializar a relação, Malu anseia por novidades e aventuras. Em um jantar organizado por eles, estão os convidados Renata e Túlio e o bebê do casal.&nbsp;

O jantar parece ser mais um encontro entre casais, que os amigos costumam fazer mensalmente. Nessa noite, no entanto, uma nova dupla chega para abalar as estruturas: Pietro vem diretamente do passado apresentando sua nova namorada, Bárbara. Ele já foi o melhor amigo de Malu e namorado de Renata durante a adolescência e a faculdade. O reencontro promete afetar irreversivelmente e de formas distintas os relacionamentos de Malu e Miguel e de Renata e Túlio, com o nascimento de sentimentos inéditos e com direito a personagens revivendo afetos do passado.&nbsp;

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Comédia romântica musical 'Canções que Eu Guardei Pra Você' estreia em Goiânia

Nosso estranho amor

O fenômeno pode ser comprovado na bilheteria. Inicialmente com duas apresentações agendadas no Teatro Goiânia, a Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo precisou adicionar duas sessões extras para atender à demanda dos fãs goianos. Dessa vez, o grupo de Brasília apresenta o espetáculo Misticismo, comédia que satiriza seitas, religiões e fenômenos paranormais. As sessões serão, às 19 horas e 21h30, no sábado (15), e às 17 horas e 19h30, no domingo (16).

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De forma leve e bem-humorada, Misticismo faz abordagem crítica sobre a fé, levantando questionamentos como o que realmente sabemos sobre o que nos espera? A comédia busca provocar uma reflexão sobre as crenças e fenômenos do cotidiano. “Somos cronistas da atualidade. Falamos do que está acontecendo e todos os nossos espetáculos são pano de fundo para brincarmos com temas como futebol, política e o cotidiano, fazendo com que as pessoas se reconheçam no palco. Esse é o segredo de estarmos trabalhando há tanto tempo”, explica a atriz e diretora Adriana Nunes, única mulher do grupo.

Formado também pelos atores Welder Rodrigues, Adriano Siri, Jovane Nunes, Ricardo Pipo e Vitor Leal, o grupo enxerga na comédia uma forma poderosa de questionar e criticar sem causar ofensas. “O humor é, de fato, uma ferramenta poderosa de questionamento. Por meio das representações no palco, o público pode se reconhecer ou identificar fragmentos da realidade, do que está acontecendo ao seu redor. Trazemos para o palco o que as pessoas veem na TV, na internet, nas igrejas e, claro, em todas as religiões e crenças, que envolvem pessoas de diversos tipos. Não estamos brincando com religiões, deuses ou ídolos, mas com o ser humano, que é cada um de nós. Por isso, não há ofensa. As brincadeiras no palco não são direcionadas a nenhuma religião ou crença específica”, esclarece Adriana.

Considerada uma das cinco melhores produções teatrais do Brasil em 1996, Misticismo transita por temas como seitas e religiões e outras manifestações do universo místico. Com cenário repleto de referências à Era de Aquário, ao terceiro milênio, aos objetos voadores não identificados e às igrejas com seus líderes milagrosos, a montagem cria uma atmosfera que mistura elementos do real e do fantástico. A comédia provoca reflexões sobre as crenças e os mistérios que cercam o cotidiano, convidando o público a questionar e rir das peculiaridades de um mundo cada vez mais saturado de superstições.

O processo de produção dos espetáculos da Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo é coletivo, colaborativo e autoral. Os textos são criados após muitas discussões e ensaios, nos quais o grupo avalia constantemente o conteúdo, buscando garantir que as piadas e situações não ofendam ninguém de maneira desnecessária. “Durante o desenvolvimento de cada espetáculo, muitas esquetes são testadas, com algumas sendo descartadas ao longo do tempo, enquanto outras vão ganhando mais força e relevância”, explica Adriana.

O improviso também é uma característica importante, pois a companhia conta com as reações do público para ajustar e afinar o espetáculo a cada apresentação. O processo é dinâmico, com os comediantes dispostos a arriscar e a adaptar o conteúdo conforme a aceitação do público. “A cada nova sessão, o espetáculo vai se moldando, sempre com o objetivo principal de fazer o público rir, sem perder a essência de respeitar os limites e a sensibilidade da audiência”, destaca a atriz.

Serviço: 
Os Melhores do Mundo – Misticismo 
Datas e Horários: Sábado (15). às 19h e 21h30; Domingo (16) às 17h e 19h30 
Ingressos: a partir de R$ 80 
Local: Teatro Goiânia. R. 23, 252 - St. Central,&nbsp; 
Vendas: ingressodigital.com

<h2>Segunda Casa</h2>

“Consideramos Goiânia nossa segunda casa. Foi para lá que levamos todos os nossos espetáculos, mais do que para qualquer outra cidade ou capital do país. Sempre que estreávamos algo em Brasília, Goiânia era a primeira a receber. Celebrar nossos 30 anos retornando ao Teatro Goiânia, o primeiro palco em que nos apresentamos, e com o mesmo espetáculo, é uma alegria imensa para nós. Goiânia tem um público crítico, mas também muito acolhedor, e adoramos nos apresentar aí, seja no Rio Vermelho ou no próprio Teatro Goiânia. Também estamos ampliando nossas ações em Goiás e realizamos o nosso primeiro festival de humor em Pirenópolis", conta a atriz Adriana Nunes.

Para ela, o segredo da longevidade e do sucesso do grupo está no respeito mútuo entre os integrantes. “Cada um foi entendendo os limites do outro, aprendendo até onde pode ir e, principalmente, respeitando o nosso produto. O mais importante é estarmos no palco fazendo aquele espetáculo. Para que isso aconteça, aprendemos a conviver com harmonia e, acima de tudo, respeito. Acho que é essa a palavra-chave: respeito”, ressalta. O grupo já passou por diferentes cenários políticos, incluindo momentos de censura. Em relação à polarização política atual, a trupe acredita que o humor sempre terá seu espaço, independentemente de quem esteja no poder.&nbsp;

"Vivemos um momento em que o humor, a cultura e a arte estão extremamente valorizados e assistidos, especialmente após a pandemia, quando ficou claro o quanto é essencial que as pessoas se divirtam e se conectem, pois a arte, que conta a história da humanidade, é algo que nunca se apaga, enquanto outras coisas passam", avalia Adriana. Embora os governos de esquerda, com suas políticas culturais mais abertas, possam apoiar mais diretamente a produção cultural, a companhia segue firme, sustentada pelo apoio do seu público, que é seu maior incentivador.

<h3>Melhores do Mundo</h3>

A Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo, formada em 1995 em Brasília, se destaca no cenário teatral brasileiro por criar e atuar em seus próprios espetáculos, com um estilo único de comédia. Ao longo de quase 30 anos, o grupo já produziu mais de 20 peças e realizou turnês nacionais e internacionais, alcançando mais de três milhões de espectadores ao vivo. Com grande repercussão na mídia e nas redes sociais, com milhões de visualizações em seu canal no YouTube, a companhia se consolidou como uma das mais influentes e respeitadas do Brasil, sendo referência para novos artistas e grupos teatrais. A cena de Joseph Klimber, do espetáculo Notícias Populares, exibida em 2006 no Programa do Jô, viralizou e fez o grupo conhecido nacionalmente.&nbsp;

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Com duas sessões extras abertas, Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo volta a Goiânia

Amém para o humor

O humorista, youtuber e ator Murilo Couto (foto) se apresenta neste domingo (17), no Teatro Goiânia, com o espetáculo Murilo Coach – 7 Passos Para o Bilhão. O show terá duas sessões, às 18 horas e às 20 horas, com classificação indicativa de 16 anos e ingressos entre R$ 40 e R$ 140.

Irreverente, original e sem limites, no palco, o artista leva ao público uma palestra motivacional sobre autoconhecimento, transformação espiritual e desenvolvimento pessoal, profissional e financeiro, para transformar qualquer “perdedor” em um “perdedor confiante”.

Em mais de 10 anos de carreira, ele soma participações em vários programas de TV e já estreou na Netflix e atuou em um filme de comédia e terror. Av. Tocantins, esq. com Rua 23, Centro. Informações: ingressodigital.com.

Murilo Couto se apresenta no Teatro Goiânia neste domingo (17)

HUMOR

A consagração de Vera Holtz veio muito antes de seus papéis memoráveis na televisão, como a Santana de Mulheres Apaixonadas (2003) e a Mãe Lucinda de Avenida Brasil (2012). A atriz do interior paulistano, mais precisamente de Tatuí, começou nos palcos de teatro onde foi dirigida por nomes como Oduvaldo Vianna Filho, Bibi Ferreira e Luiz Antônio Martinez Corrêa. É por essas e outras que a artista se sente em casa nos 80 minutos de Ficções, monólogo apresentado de sexta-feira (8) a domingo (10) no Teatro Goiânia. Com adaptação do livro Sapiens - Uma Breve História da Humanidade (2014), o espetáculo é dirigido por Rodrigo Portella, hoje um dos mais relevantes dramaturgos do teatro brasileiro. Desde 2022, Vera passeia por diversas cidades com o monólogo que faz analogias e jogos cênicos sobre a capacidade do ser humano em criar mundos e narrativas próprias. Em entrevista ao POPULAR, a grande dama fala sobre a peça, carreira e Avenida Brasil.

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Vera, o espetáculo Ficções já passou por diversos palcos brasileiros e internacionais. Como a encenação e a própria peça se transformam no decorrer do tempo?

A mudança é inacreditável, sabia? Quando você estreia, você tem uma ansiedade de dar conta daquele recado. A nossa peça foi uma obra que todo mundo aceitou pela paixão, porque é basicamente texto, uma adaptação do livro Sapiens, do Yuval Harari Sarkis. Quando o diretor Rodrigo Portella me falou da adaptação, fiquei curiosa para entender como eles iriam construir o texto teatral baseado naquele livro tão cabeçudo, científico, histórico, filosófico.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/vera-holtz-comenta-a-importancia-de-santana-sua-personagem-em-mulheres-apaixonadas-1.3059305" target="_blank">Vera Holtz comenta a importância de Santana, sua personagem em "Mulheres Apaixonadas"</a></div>

A musculatura cênica de Ficções mudou após a estreia?

O Portella já era um diretor bastante diferente. No início todos estávamos recheados de grandes expectativas. Começamos a ensaiar no dia 9 de agosto e em setembro já tínhamos estreado. Foi tudo muito rápido, como se a peça tivesse nascido prematuramente. Com o passar do tempo, tudo foi caminhando para a mudança dessa musculatura cênica tomar força.

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Para você, como a plateia tem respondido ao espetáculo?

É a própria plateia que te dá caminhos e te faz entender mais sobre o próprio texto e a interpretação. Cada cidade que passamos reverbera de forma diferente. O espetáculo vai se transformando numa potência espetacular, vibracional. A troca do público é intensa, eu sinto que ele responde, ele participa. Eu tenho o maior respeito pela plateia. Sempre falo que o teatro não é brincadeira. Teatro não é um lugar seguro, ele faz você pensar.

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Você traz o monólogo para três dias seguidos no Teatro Goiânia. Você tem alguma relação com a cidade?

Eu fui pela primeira vez a Goiânia com a peça Pérola, do Mauro Rasi. Goiânia é uma grande cidade. Me lembro de ir em uma feira agropecuária gigantesca. Fiquei encantada porque sou do interior de São Paulo, de Tatuí. O Centro do Brasil tem toda essa ligação com a natureza, com generosidade, com a raiz da vida. Uma outra vez eu voltei a Goiânia com outro espetáculo e experimentei todas as pamonhas. Eu não conhecia a pamonha salgada, porque no interior paulista só existe de doce. Uma amiga minha de Goiás que mora em São Paulo sempre traz para mim pamonhas congeladas (risos).

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Vera, você foi dirigida pelo cineasta goiano Fábio Meira no longa-metragem Tia Virgínia (2023), e conquistou o Kikito de melhor atriz no Festival de Gramado. Como foi trabalhar com o diretor? 

O Fábio é maravilhoso, uma pessoa delicada, confiável, íntegro, sabe? O menino é inteiro. Nós ficamos amigos além do trabalho, conheci as tias, a sua mãe. Tenho o maior respeito por ele. O Fábio tem muito conhecimento, entende muito de cinema e tem um juízo de valor. Foi um filme incrível e que me deu boas surpresas. Gosto muito de temas que falam sobre família e pertencimento.

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O espectador pode ver você nos palcos de teatro, no cinema e na televisão. Existe alguma janela que você tenha um apreço maior? 

Eu gosto de estar e trabalhar com gente. As minhas escolhas são sempre afetivas, então eu percebo que gosto muito de histórias. Se eu tenho afetividade com aquela história, eu faço. Eu tenho de ter conhecimento e tempo de conhecer aqueles que estão me convidando, se a turma é boa. Trabalhei já em várias áreas, de frente aos palcos e atrás deles. Produzi documentário, escrevi livro, dirigi espetáculo infantil. Se eu tenho vontade de realizar, eu realizo. Às vezes, eu não consigo dar muita continuidade porque já vem uma coisa nova. Mas estou na ativa, feliz.

Entre os papéis que você já deu vida, tem algum que ficou marcado na memória e no coração? 

Olha, eu gosto muito da fase inicial da minha vida. Eu fiz teatro musical brasileiro com o Luiz Antônio Martinez Corrêa, irmão do Zé Celso. Foi muito gostoso. No teatro, eu fiz uma grande obra chamada Pérola, do Mauro Rasi. Eu tenho muito carinho por esse espetáculo. Tenho paixão também pela minha estreia em Rasga Coração. Foi onde conheci Ary Fontoura e Raul Cortez. Fui dirigida por Bibi Ferreira. Gostei muito de trabalhar na novela Que Rei Sou Eu? (1989) ao lado do Antonio Abujamra. Também na televisão, me lembro muito de uma obra difícil de fazer, mas pela qual eu tenho muito carinho, que foi a Dona Redonda em Saramandaia (2013). Agora a Santana de Mulheres Apaixonadas (2003) ficou muito conhecida. Não posso deixar de falar, é lógico, da Mamãe Lucinda, conhecida no mundo inteiro. Eu estava em Pequim, na China, umas meninas me olharam e me chamaram de “Mãe Lucinda”. Realmente, Avenida Brasil (2012) é um fenômeno.

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Durante as gravações de Avenida Brasil, vocês sabiam que estavam fazendo história?

Eu sou muito intuitiva. Sempre soube que a gente estava fazendo uma coisa rara. Me lembro de falar isso para a Adriana (Esteves). Eu gravava muito na parte do lixão, não ficava com o resto do elenco, não tinha muito convívio com os outros atores, mas eu tinha consciência, porque o elenco me adorava. Em todos os núcleos haviam histórias interessantes. A equipe, os atores, eram maravilhosos e se empenhavam, gostavam de fazer o que estavam fazendo e faziam com muito carinho.

SERVIÇO 
Ficções, com Vera Holtz 
Nesta sexta-feira (8) e sábado (9), às 20h30, e domingo (10), às 18h 
Endereço: Teatro Goiânia, Av. Anhanguera com Tocantins. Centro.&nbsp; 
Ingressos: entre R$ 21 e R$ 160 
Classificação: 12 anos 
Duração: 80 minutos 
Informações: 32014684

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