Em cada canto do Brasil, a terra não apenas produz alimentos, ela molda culturas, sustenta famílias e transforma cidades. Do inhame no Espírito Santo à manga no sertão pernambucano, o Globo Repórter desta sexta-feira (5) percorre regiões onde o cultivo é sinônimo de tradição, inovação e esperança, contando histórias de famílias que unem gerações por intermédio do trabalho na roça, em uma terra que brota alimento, trabalho e sonhos.Pelas estradas e montanhas do Espírito Santo, chácaras e sítios revelam pequenos pedaços de terra cultivados com orgulho. Famílias trabalham juntas, reforçando a identidade com a região e com os alimentos que produzem. No distrito de São Bento de Urânia, a equipe conhece Jandir Gratieri, o “Rei do Inhame”, e seu reino de 600 famílias que colhem 50 mil toneladas por ano desse tubérculo. Em um dia frio e chuvoso, a equipe de reportagem acompanha a colheita e prova um ensopado de inhame com carne seca. Na cidade, o ingrediente aparece em receitas surpreendentes, como bolos, pudins e até sorvete. Na Universidade Estadual de Campinas, novas formas de consumo estão sendo desenvolvidas e pesquisadores estudam os seus benefícios. Ainda no Espírito Santo, em Santa Maria de Jetibá, descendentes de alemães transformaram a região na terra do gengibre. O programa mostra famílias que vivem do cultivo, uma família de mulheres que realizou sonhos e o maior exportador de gengibre orgânico do Brasil, que revela uma técnica curiosa para avaliar a qualidade da planta, usando apenas um pêndulo e arames.No sertão pernambucano, a imensidão do Rio São Francisco fez brotar o maior pomar de frutas do País. Petrolina se tornou a terra da uva, mudando a realidade de milhares de moradores. Lagoa Grande, a capital do vinho no Nordeste, exibe com orgulho a riqueza que a irrigação trouxe. Pesquisadores destacam os benefícios da uva, sendo rica em fibras, vitamina C, potássio e proteção cardiovascular.Na Bahia, Presidente Dutra é conhecida como a capital da pinha, ou fruta-do-conde. São mais de 32 mil toneladas por ano, cultivadas em 3.500 hectares. Um grupo de mulheres, as “abelhinhas”, poliniza 3 mil pés, garantindo qualidade e geração de empregos em uma região antes marcada pela seca. Já Juazeiro é o maior produtor e exportador de manga do Brasil, com mais de 417 mil toneladas por ano. Um único pé pode render até 1.300 mangas por safra, gerando cerca de 60 mil empregos.Em São Paulo, Valinhos é a capital do figo roxo, enquanto Atibaia se destaca pelo morango. Em apenas um hectare de morango é possível empregar dez pessoas. O programa mostra como a evolução do cultivo consolidou a melhoria da qualidade do produto que os brasileiros recebem em casa e como o clima também é favorável para a fruta. Uma família de italianos passa o conhecimento e os cuidados com a lavoura de geração em geração, e o morango retribui a dedicação com dinheiro para os estudos, para as contas da casa e para que a mesa esteja sempre farta, no melhor estilo italiano. São delícias que brotam do solo e transformam regiões. O Globo Repórter vai ao ar nesta sexta-feira (5), logo depois da exibição da novela Três Graças.