Na Galeria da Área 3 da PUC Goiás, na Praça Universitária, uma exposição de fotos e documentos nos permite voltar ao passado de Goiânia. Um passado que explica nosso presente e que dá sinais de influenciar nosso futuro. Com coordenação da professora e pesquisadora Sandra Pantaleão, a mostra Acervos de Urbanismo: Coimbra Bueno e Joaquim Guedes resgata registros e decisões tomadas por Abelardo Coimbra Bueno que, ao lado de seu irmão Jerônimo, mais do que qualquer urbanista, definiram o desenho da capital que nascia no coração do Cerrado. “O plano diretor oficial da cidade, aprovado por Venerando de Freitas Borges, tinha uma área de 4 km. Aí, em 1947, quando o Jerônimo Coimbra Bueno assume como governador, esse limite vai para 15 km”, informa Sandra. Desde aquele princípio, lá atrás, já havia uma tendência bastante clara da capital para expandir-se, algo natural para uma cidade em construção. Mas como essa expansão ocorreu no decorrer das décadas seguintes? Quais questões foram priorizadas e quais foram negligenciadas nesse processo? “Em 1947, você já tinha uma área de expansão urbana que estimulava quem pudesse comprar terras no entorno do núcleo urbano. Todo o parcelamento realizado já tinha essa direção. Naquele momento, havia 183 bairros aprovados, alguns que só serão ocupados tempos depois, como Jardim Europa e Cidade Jardim”, destaca a urbanista Sandra. Hoje, aos 92 anos, a capital já conta com 641 bairros. Um incremento da ocupação urbana que é horizontal, mas também vertical.