Três décadas depois de estrear de forma improvisada em uma quadra escolar, o Goiânia Noise Festival chega a sua 30ª edição como símbolo de resistência e reinvenção no rock brasileiro. Entre esta quinta-feira e domingo (4 e 7), o Centro Cultural Martim Cererê será tomado por 42 apresentações de artistas de várias regiões do País, além de oficinas, palestras e atividades do projeto Noise na Escola, que antecede os shows. Para Leo Razuk, sócio da Monstro Discos e um dos idealizadores do evento, a marca mais notável dessa trajetória é a persistência. “São 30 anos ininterruptos. Mesmo na pandemia conseguimos realizar uma edição on-line só com bandas goianas. Isso já mostra a essência do festival: adaptação e sobrevivência”, afirma. O Noise é feito também de momentos emblemáticos. Razuk lembra o show explosivo dos The Mummies no Martim Cererê, espaço que se tornou parte indissociável da identidade do festival e já recebeu 12 edições. “O Cererê é a cara do Noise. Gostamos das grandes edições, mas aquele lugar traduz muito da essência underground do festival”, comenta. Ele ainda cita a passagem do Guitar Wolf no Jóquei e a ousadia da primeira edição com dois palcos intercalados, em 1999, como exemplos da inventividade que moldou a história.