Grande Sertão: Veredas, a obra-prima de Guimarães Rosa, está entre os livros mais citados nos sites brasileiros dedicados à literatura e aos aforismos. Nesse banquete de petiscos roseanos, uma iguaria se destaca: os trechos sobre o sertão - não como espaço geográfico, mas como um território enigmático, uma espécie de labirinto metafísico “onde o diabo vige dentro do homem”. Passagens do livro publicado em 1956 se tornaram célebres, como “sertão: é dentro da gente” e “o sertão é do tamanho do mundo”. Há um trecho, no entanto, menos conhecido: “Sertão é penal, criminal. Sertão é onde homem tem de ter a dura nuca e mão quadrada”. É esse universo selvagem tão pronunciado no livro, onde a matança é irrefreável, que Guel Arraes leva agora ao público. Seu Grande Sertão estreia nesta quinta-feira (6) nos cinemas.