Olhar selvagem e desbravador, com elegância, carisma e sabedoria, são adjetivos que resumem Célia Câmara, marchande e articuladora das artes visuais. A dama das cores é a grande homenageada da 6ª edição da Feira de Artes de Goiás (Fargo), que segue com programação até o domingo (19), no Museu de Arte Contemporânea de Goiás (MAC), no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON).

O evento começou na última quarta-feira (15), com uma sessão especial dedicada à influenciadora das artes e exibição do documentário Célia Câmara - Pioneira e Atemporal (2024), dirigido por Ana Rita Rodrigues e João Paulo Alves. O filme apresenta relatos pessoais e emocionados de familiares, como da neta Larissa Câmara, além de amigos e profissionais que trabalharam com a marchande na Casa Grande Galeria de Arte e na Fundação Jaime Câmara. A produção está disponível gratuitamente no canal da produtora Arte Plena, no YouTube.

“Minha avó era uma força da natureza. Quando ela chegava, era impossível não ver toda aquela presença forte, marcante. Uma mulher extremamente feminina e independente”, relata Larissa Câmara. Além da exibição do filme, a homenagem in memorian contou com uma apresentação especial da Orquestra Sinfônica de Goiânia. Três obras criadas por Farnese de Andrade, Amaury Menezes e Tai Hsuan-An que retratam Célia Câmara estão expostas no MAC até o final da Fargo, além de atividades literárias, palestras, exposições e estandes.

Exposições e mostras artísticas, trabalho social, oxigenação da cultura do Brasil Central e visão mercadológica do que é arte são algumas das iniciativas da marchande ao longo das décadas. “Se hoje a cena e o mercado das artes visuais de Goiás é tão pujante é porque tivemos Célia Câmara pavimentando esse caminho. Ela fez um movimento em Goiás que reverberou em todo o Brasil. Promoveu artistas, olhou para causas humanitárias, jogou luz e deu voz para questões e pessoas e grupos, tudo isso nas décadas de 1970, 1980”, explica o diretor da Fargo, Sandro Tôrres.

Célia morreu em setembro de 1998 e deixou artistas, galeristas, agentes e produtores culturais órfãos de uma senhora que abraçou a cena. “Desde a primeira edição da Fargo que queríamos homenagear Célia Câmara, uma mulher que construiu a força das artes goiana e a fama de Goiás como um celeiro de artistas que é pujante. Ela é uma referência de altruísmo, empreendedorismo, coragem. Uma mulher à frente de seu tempo”, destaca a diretora da Fargo, Wanessa Cruz.

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(Wesley Costa / O Popular)

 
Cena 
A galerista adotou gerações de artistas de Goiás ou que aqui vieram construir suas carreiras, incentivando, adquirindo obras, organizando exposições, dando visibilidade aos trabalhos. Desde que iniciou sua atuação como marchande, a mais prestigiada da capital, nenhum grande nome das artes plásticas do estado ficou sem sua avaliação ou auxílio, sobretudo quando ainda era desconhecido, como Antônio Poteiro, Siron Franco, Amaury Menezes e Tai Hsuan-An.

“Duas pessoas marcaram para sempre as artes de Goiás: Frei Nazareno Confaloni e Célia Câmara. Nada foi o mesmo após eles”, refletiu o artista Elder Rocha Lima durante o documentário. A influenciadora também tinha grande penetração em Brasilia, o que fortaleceu o intercâmbio com a capital goiana. A ação enriqueceu a cena de artes e fez com que o mercado se consolidasse junto com a criação da Casa Grande Galeria de Arte, em 1972.

A lista é extensa quando o assunto é a geração de artistas influenciados por Célia, a exemplo de Cleber Gouvêa, DJ Oliveira, Roos, Alexandre Liah, Elder Rocha Lima, Juca de Lima, Gilvan Cabral e Selma Parreira. “Vinda do Paraná, chegou em Goiás nos idos de 1940, na recém fundada capital Goiânia. Criou uma família, foi uma empresária de sucesso, transformou o mundo das artes de Goiás. A sua força inspirou muita gente”, reflete o filho, Jaime Câmara Júnior.

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Homenagem a Célia Câmara contou com presença de familiares, exibição de documentário e apresentação especial da Orquestra Sinfônica de Goiânia (Wesley Costa / O Popular)

 
Arte que movimenta

Além da homenagem a Célia Câmara, a Fargo (Feira de Artes de Goiás) mantém uma lista de expositores de todo o País no Museu de Arte Contemporânea de Goiás. Na edição deste ano, há galerias de São Paulo (Janaina Torres Galeria), do Distrito Federal (Referência Galeria, A Pilastra, Galeria Oto Reifschneider) e a maioria das galerias e escritórios de Goiás, como a Cerrado Galeria (GO/DF), Oca Goyaz, Espaço Ebner Galeria, Eliane Miclos Escritório de Arte e muitos outros.&nbsp;

No time de artistas expostos, participam nomes como Siron Franco, Luiz Mauro, Valéria Pena Costa, Sanagê, Marcelo Solá, Paula Juchem, Antonio Oloxede, Camila Soato, Osvaldo Carvalho, Pitágoras e Galeno. “O circuito das artes na região Centro-Oeste, particularmente em Goiás, é exponencialmente crescente, com notável aumento nas demandas relacionadas nos últimos anos. Desde 2017, somando as cinco edições anteriores, a Fargo recebeu presencialmente cerca de 40 mil pessoas. Para a 6ª edição, teremos nomes importantes discutindo temas como autenticidade na arte e arte nas redes sociais”, explica Wanessa Cruz, diretora do projeto.&nbsp;

SERVIÇO 
6ª FARGO- Feira de Arte Goiás 
LOCAL: MAC GO – Museu de Arte Contemporânea de Goiás, CCON- Centro Cultural Oscar Niemeyer, Goiânia-GO 
DATA: 15 a 19 de MAIO, 2024 
Dia 15 – Abertura da feira, 18h às 21h - Aberta ao público 
De 16 a 19, das 14 às 21h – Aberta ao público 
ENTRADA FRANCA E TODAS PALESTRAS GRATUITAS, COM CERTIFICADO.

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Homenagem a Célia Câmara contou com presença de familiares, exibição de documentário e apresentação especial da Orquestra Sinfônica de Goiânia (Wesley Costa/ O Popular)

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Programação Feira – Seminário e Livros

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16/05 – Quinta-feira

16h – Palestra A FAV na Fargo: o papel da Universidade na formação e inserção de novos artistas em Goiás - Paulo Duarte-Feitoza, Eliane Chaud e Glayson Arcanjo 
17h – Livro Códice – Glênio Lima – Espaço Literário MMarte 
19h – Livro Equilíbrio dos Extremos – Diários Poéticos - Indira Rassi – Espaço Literário MMarte 
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17/05 – Sexta-feira

15h – Palestra Uma Análise da Arte, Ciência e Tecnologia no Centro-Oeste – Márcio Harum 
15h – Revista Select/Celeste 1 - Arte e Informação / Bookzine: O Real– Paula Alzugaray – Espaço Literário MMarte 
17h – Livro Obituário – Marcelo Perilo – Espaço Literário MMarte 
17h – Palestra Os Futuros da Curadoria: Território Político e Zonas de Negociação – Cadu Gonçalves e Ana Paula Lopes 
19h – Livro Gosto Não É Arte – José Carlos Guimarães – Espaço Literário MMarte 
19h30 – Palestra A Arte nas Redes Sociais – Adriana Braga 
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18/05 – Sábado

15h – Livro Goiás (Não É) Velho - Experiências Poéticas em Arte, Paisagem e Cidade – Organização: Emilliano Freitas – Lounge Mezanino 
16h – Palestra Autenticidade na Arte: Evitando as Falsificações - Oto Reifschneider 
17h – Livro Arraial Menino – Rafael Fleury – Espaço Literário MMarte 
17h – Palestra Coleccionando com Prazer e Pouco Risco – Colecionadores Brasileiros, mediação Nei Vargas 
19h – Livro Além do Olhar – Rosary Esteves – Espaço Literário MMarte 
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19/05 – Domingo

15h – Palestra Ruído, Arte e Cidade – Leandro Mello, Diogo Rustoff, Luiz Gê, mediação Márcio Jr 
15h30 – Livro #Djarakaru (Mundo Cinza – 2015-2019) – Luísa Günther – Espaço Literário MMarte 
17h – Palestra Coletivos e Outras Operações de Arte – Renka, Rensga, Muquifu, Fuga, Clã Destinos – mediação Rumos 
17h – Livro Fronteira Híbrida – Luiz Gê – Espaço Literário MMarte 
19h – Livro Rasura - Rustoff – MMarte – Espaço Literário MMarte

Homenagem a Célia Câmara marca abertura da Fargo com documentário e apresentação musical

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Artes

Dalton Paula não cansa de fazer história. O artista brasiliense radicado em Goiás há mais de 30 anos acaba de entrar para a seleção das 100 figuras mais influentes no mundo da arte feita anualmente pela publicação internacional ArtReview. O profissional ocupa a 87ª posição da chamada Power 100, que lista nomes que promovem a diferença nas artes visuais, como curadores, artistas, diretores, produtores e marchandes.

Idealizador do projeto Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes, no Setor Sangrilá, na Região Norte de Goiânia, Dalton foi escolhido por promover residências artísticas em um diálogo aberto com o meio ambiente e conhecimentos ancestrais. Neste ano, ele recebeu outros prêmios importantes, como o Chanel Next Prize, o único brasileiro na lista, e expôs na 60ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza.

“Ao criar imagens que evocam admiração, vejo minha prática como uma forma de reparação cultural e visual, devolvendo essas figuras ao imaginário social com presença e protagonismo”, afirma Dalton, que tem trabalhos permanentes nos acervos da Pinacoteca de São Paulo e no Museu de Arte de São Paulo (Masp). “Meu trabalho é guiado pela construção de uma iconografia negra, raramente retratada e frequentemente apagada por processos históricos”, completa.

Algumas obras de Dalton foram parar no acervo exposto do MoMa - Museu de Arte Moderna de Nova York. O artista também esteve no hall de expositores da Trienal 2017 do New Museum de Nova York, uma das galerias mais aclamadas da cena de arte contemporânea dos Estados Unidos.

“Minha prática artística é uma ressonância das experiências em terreiros e quilombos, essas vivências são a base que sustenta meu trabalho”, salienta o artista que, junto com a companheira, a professora Ceiça Ferreira, fundaram em 2021 o Sertão Negro Ateliê e Escola de Arte. “O projeto centraliza o conhecimento afro-brasileiro e da diáspora africana. Hoje, é uma comunidade com mais de 30 pessoas”, comenta.

Com tanto trabalho em mãos, Dalton ainda guarda tempo para criar pontes e abrir caminhos para os artistas mais jovens que atuam no Sertão Negro. “Para mim, o projeto é um pilar essencial em minha prática artística; é um exame do passado, uma construção do presente e o cultivo de um futuro justo e saudável para a comunidade negra”, explica o artista.

Internacional

Outros nomes do Brasil também estão no Power 100 ArtReview deste ano. É o caso, por exemplo, dos curadores Thiago de Paula Souza, que aparece na 90ª posição, e Raphael Fonseca, curador da 14ª edição da Bienal do Mercosul, que figura na posição de número 86. O profissional Adriano Pedrosa, que assinou a curadoria da Bienal de Veneza, está na 33ª posição.

Publicado pela primeira vez em 2002, o Power 100 da inglesa ArtReview é o ranking anual de influência mais estabelecido e amplamente divulgado no mundo da arte contemporânea. Quem lidera a lista é a diretora Sheikha Hoor Al Qasimi, da Bienal de Sharjah e fundadora da Sharjah Art Foundation.

Dalton Paula entre na lista das 100 figuras mais influentes das artes

RECONHECIMENTO

COLAPSO DONAIRIS

A maternidade Dona Iris entrou em colapso e apenas casos de extrema urgência estão sendo atendidos pela unidade em Goiânia. Segundo a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), todos os serviços foram afetados pela falta de repasses integrais da prefeitura. Na sexta-feira (18), pediatras que estão com pagamentos atrasados decidiram não cumprir o plantão noturno e as gestantes que buscaram atendimento no hospital foram encaminhadas para o Hospital da Mulher (Hemu). A&nbsp;Fundahc informou que&nbsp;serviço foi retomado neste sábado (19).

<cite>Isso não começou agora, já tem um histórico, mas nesses últimos dois meses a situação se agravou. Hoje eu falo de desabastecimento de todo e qualquer tipo de medicamento, de serviços básicos como a alimentação, que não tem permitido a oferta de serviço assistencial. Com isso, alguns planos de contingenciamento já têm sido feitos, como a suspensão de cirurgias eletivas, atendimentos ambulatoriais, estamos mantendo somente urgência e emergência”, explicou a diretora-executiva da Fundahc, Lucilene Sousa.&nbsp;</cite>

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Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia informou que&nbsp;entrou em contato com a Fundahc solicitando a retomada do atendimento, "enquanto se definem os repasses financeiros".&nbsp; Também disse que a pasta negocia com fornecedores, juntamente com a Fundahc, para que todo o serviço seja normalizado.

Conforme a SMS, a expectativa é que o diálogo entre as instituições se mantenha aberto, "buscando garantir a normalização plena dos serviços prestados à população". A pasta ressaltou que os atendimentos de urgência e emergência foram retomados no Dona Iris nesta manhã, e todas as unidades de saúde geridas, incluindo o Célia Câmara e Nascer Cidadã, permanecem funcionando normalmente.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/justica-bloqueia-recursos-da-prefeitura-de-goiania-para-garantir-repasse-para-maternidades-1.3184963" target="_blank">Justiça bloqueia recursos da Prefeitura de Goiânia para garantir repasse para maternidades</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/maternidades-suspendem-atendimentos-que-n-o-s-o-de-urgencia-1.3168788" target="_blank">Maternidades suspendem atendimentos que não são de urgência</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/maternidades-de-goiania-seguem-sem-atendimento-ambulatorial-1.3176932" target="_blank">Maternidades de Goiânia seguem sem atendimento ambulatorial</a></div>

A Fundahc informou que situação é a mesma nas maternidades Nascer Cidadão e Célia Câmara e,&nbsp;desde que os serviços foram suspensos, 19 mil procedimentos, que englobam cirurgias, exames e consultas, deixaram de ser realizados. Em um vídeo, Lucilene&nbsp;explica que a Fundahc busca apoio em outras instâncias para garantir o empréstimo de medicamentos e outros tipos de insumos básicos para o dia a dia (assista abaixo).

<div attr-cid="policy:1.3188992" attr-version="policy:1.3188992:1729359589" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3188992" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3188992', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3188992">COLAPSO DONAIRIS (1.3188992)</a></div>

“Hoje a nossa grande preocupação é a questão do colapso da saúde materna e infantil no município de Goiânia. Essas três maternidades não prestam atendimento somente para Goiânia, mas também para municípios circunvizinhos e até outros estados [...] Propomos&nbsp;um comitê de crise que&nbsp;será composto por pessoas técnicas, dos órgãos que nos representam para que a gente possa fazer atuação em loco e avaliar as condições para a manutenção de algum serviço porque nós temos que garantir a saúde do usuário e daqueles que ofertam serviço”, ressalta Lucilene.&nbsp;

Como mostrou O POPULAR, as três maternidades também<a href="https://opopular.com.br/cidades/maternidades-suspendem-atendimentos-que-n-o-s-o-de-urgencia-1.3168788" target="_blank"> suspenderam os atendimentos </a>em agosto deste ano&nbsp;por&nbsp;a falta de repasses dos pagamentos. A falta de pagamento inviabilizou a continuidade dos atendimentos como novas internações, consultas agendadas, exames de ultrassonografia e de mamografia nas maternidades.&nbsp;&nbsp;

<h2>Bloqueio de recursos</h2>

No início de outubro, o Tribunal de Justiça de Goiás determinou o<a href="https://opopular.com.br/cidades/justica-bloqueia-recursos-da-prefeitura-de-goiania-para-garantir-repasse-para-maternidades-1.3184963" target="_blank"> bloqueio de aplicação financeira ou depósito</a> bancário nas contas vinculadas ao Fundo Municipal de Saúde da Prefeitura de Goiânia para garantir o repasse referente ao mês de agosto de 2024 para as maternidades e sugeriu o bloqueio de até R$ 6.895.584,93.

Maternidade Dona Iris entra em colapso, e apenas casos de extrema urgência serão atendidos

Cidades

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falta de repasses

O artista visual e produtor cultural Gutto Lemes abre nesta quarta-feira (25), às 10 horas, a exposição de croquis artísticos Patrimônio Adormecido Art Déco, no Museu de Imagem e Som (MIS), localizado no Centro Cultural Marietta Telles. A mostra é composta de desenhos feitos com lápis de cor e caneta hidrográfica dos 21 bens tombados do acervo goianiense. O documentário Patrimônio Adormecido Art Déco, lançado em 2003, também será exibido em tempo integral durante a abertura.

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Com entrada gratuita, a exposição fica aberta para visitação até 31 de outubro, das 9 às 17 horas. “A mostra surgiu há 20 anos, no tombamento do acervo. Alguns desenhos estão inacabados por entenderem que o material não está devidamente restaurado e divulgado como deveria. Muito ainda pode ser feito para alavancar o patrimônio art déco”, diz o artista. O projeto faz parte da programação do Goiânia Art Déco Festival 2024, com apoio da Associação Goiana de Artes Visuais (Agav) e da Secretaria de Estado da Cultura – Secult Goiás.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/caminh-o-traz-exposic-o-interativa-sobre-clarice-lispector-no-parque-mutirama-1.3179229" target="_blank">Caminhão traz exposição interativa sobre Clarice Lispector no Parque Mutirama</a></div>

Serviço

Exposição Patrimônio &nbsp;Adormecido Art Déco

Abertura:

Quarta-feira (25), às 10 horas

Local:

Museu da Imagem e Som - MIS / Centro Cultural Marietta Telles, Praça Cívica, nº 2, Centro

Visitação: 

Até 31 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17h

Entrada gratuita

Artista visual Gutto Lemes abre mostra 'Patrimônio Adormecido Art Déco' no Museu da Imagem e do Som

Exposição

Foi um estouro para a época quando o artista Caciporé Torres entregou a imagem de Cristo toda em aço inox para decorar a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, localizada em frente à Praça do Avião, no Setor Aeroporto. Construída nos anos 1970, a igreja durante muitos anos manteve o status de templo com o maior vitral do Brasil e com uma das representações mais avançadas de Jesus já concebidas e expostas num espaço católico. Os adornos são apenas algumas das muitas relíquias artísticas que as igrejas de Goiânia guardam em seus interiores.

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Ao contrário de Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, que mantêm templos católicos datados desde o século 16, as igrejas de Goiânia foram erguidas juntas aos outros prédios e edificações da então nova capital de Goiás. Construídas no século 20 aos moldes dos movimentos do art déco e do modernismo que ajudaram a modelar a cidade, muitos templos são espécies de salvaguardas de afrescos, pinturas, painéis, vitrais, instrumentos musicais e esculturas.

Na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, o Cristo todo em aço inox ainda hoje é considerado moderno para um espaço religioso. Quem o criou foi Caciporé, escultor, desenhista e professor de São Paulo famoso por usar materiais industriais, como aço e ferro, além de sucatas, que são cortados, lixados, vergados, moldados, soldados e pintados pelas mãos do artista.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/padre-nilo-pisaneschi-morre-aos-84-anos-1.3175588" target="_blank">Padre Nilo Pisaneschi morre aos 84 anos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/igreja-e-condenada-a-pagar-r-10-mil-a-fiel-exposto-por-testemunhar-em-investigac-o-contra-pastor-1.3174737" target="_blank">Igreja é condenada a pagar R$ 10 mil a fiel exposto por testemunhar em investigação contra pastor</a> 
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O Jesus crucificado de Caciporé harmoniza-se junto aos vitrais elaborados por outro artista de São Paulo, Hubert Van Doorne, que conseguiu criar sugestivos efeitos cromáticos incrustando pequenas peças de vidro em armações de chumbo, reunidas em esquadrias metálicas. O resultado é um espaço que parece ser um pedaço do céu no meio do caos urbano.

Não muito longe dali, na Catedral Metropolitana de Goiânia, localizada no Centro, os vitrais coloridos feitos pelo artista Wilson Jorge há mais duas décadas criam jogos de luzes durante as missas. Trata-se de uma técnica de pintura sobre cerâmica vitrificada. Natural de Pires do Rio, o profissional especialista em arte sacra, além de ser restaurador, também pintou o afresco de Pentecostes da catedral.

“Durante vários meses trabalhei no processo do afresco da Catedral Metropolitana. Eram em torno de 18 horas e os sinos da igreja repicavam anunciando o Ângelus e, quem sabe, anunciando o término de mais uma obra de arte na história do templo”, rememora o artista, que tem pinturas espalhadas por vários espaços religiosos da capital, incluindo o Mosteiro São Bento, primeiro mosteiro da capital, e Igreja Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges, na Nova Suíça.

A Catedral também guarda o órgão de tubos mais antigo de Goiânia e o segundo de todo o Estado, muito parecido com o que existe na Igreja do Rosário, localizada na cidade de Goiás. “É um instrumento musical que celebra as canções religiosas e cria sons angelicais em todo o local. A partir de outubro, o órgão passará por um processo de restauração”, confirma o padre Carlos Gomes, que toma conta do espaço.

Já bem próximo da Catedral Metropolitana, na moderna Paróquia São João Evangelista, localizada no Setor Universitário, Wilson Jorge construiu com riqueza artística a passagem da transfiguração de Jesus no alto da montanha. De acordo com o padre David Pereira, um dos nomes de salvaguarda da arte sacra da capital, o afresco é um dos pontos altos para as fotos de casamentos. “É a igreja mais bonita de toda a cidade”, brinca o sacerdote. 
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Painel doado por Américo Poteiro há 30 anos na Paróquia Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos, no Setor Sudoeste (Fábio Lima / O Popular)

A arte naïf também entra no colorido jogo das igrejas de Goiânia. É o caso, por exemplo, da Paróquia Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos, no Setor Sudoeste, que tem um grande painel feito ao longo de três anos por Américo Poteiro, com a colaboração de seu pai, Antonio. “A obra tem uma visão tridimensional com um rosto no meio que parece estar seguindo quem o olha. São 198 faces que reiteram a visão ampla da igreja e a congregação de todos os povos”, comenta o artista plástico.