O historiador e promotor de justiça Jales Guedes Coelho Mendonça toma posse da Cadeira 27 da Academia Goiana de Letras nesta quinta-feira (28), que tem como patrono Bartolomeu Antônio Cordovil. Ele ocupa a vaga deixada pelo escritor Emílio Vieira. Jales Mendonça é presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) e sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).“É uma grande alegria ocupar essa cadeira. O primeiro ocupante foi Leolídio Caiado, descrito pela revista O Cruzeiro como o nosso ‘Hemingway do Sertão’ pelo seu vínculo com uma temática que não era comum na época, que era a do meio ambiente. Em seguida, quem assumiu foi o professor Emílio Vieira, falecido em 2024, que era conhecido como ‘O Etrusco’ pelo seu grande conhecimento da língua italiana”, comenta.Jales Mendonça é graduado em Direito pela Uni-Anhanguera com especialização em Direito Administrativo pela mesma instituição e mestre em História pela PUC Goiás, além de possuir doutorado em História pela UFG. É promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás e atua principalmente no âmbito da História Política de Goiás.Ele foi eleito para presidir o Instituto Histórico Geográfico de Goiás (IHGG) em 2021 e reeleito em 2025. É autor de livros e ensaios sobre história, como as publicações A Invenção de Goiânia: o Outro Lado da Mudança (2013); A Assembléia Constituinte Goiana de 1935 e o Mudancismo Condicionado (2008) e Os 50 concursos do MPGO (1948-2018), de 2019.O historiador foi eleito em 26 de junho de 2025 com 29 votos de 30 membros da AGL que participaram do processo. A posse de Jales como imortal de Goiás acontece no auditório da sede do instituto, localizada na Rua 20, no Centro. O discurso de recepção fica por conta do pesquisador e poeta Geraldo Coelho Vaz em solenidade que começa às 17 horas. A posse na academia goiana vem na esteira da eleição como sócio correspondente do IHGB, entidade cultural mais tradicional do País, que ocorreu em janeiro deste ano. “Foi outro grande reconhecimento do nosso esforço e dedicação à área da cultura”, comenta Jales, que se tornou o quarto goiano a ingressar no instituto. Ele foi empossado após Leopoldo de Bulhões, Colemar Natal e Silva e José Mendonça Teles ocuparem a cadeira de sócios eméritos, titulares, honorários e correspondentes.Jales destaca que apesar do reconhecimento do IHGB, ainda existe uma subrepresentação de goianos em todos os campos nacionais, tanto no político e judiciário como também no cultural. “Na Academia Brasileira de Letras (ABL), por exemplo, só tivemos o Bernardo Élis; no Supremo Tribunal Federal (STF), apenas o Guimarães Natal; nunca tivemos um Presidente da República, nem presidente da Câmara dos Deputados ou do Senado”, aponta ele.