Morreu ontem pela manhã em Goiânia o arquiteto e urbanista Flávio Paraguassu, de 56 anos, em decorrência de complicações de um câncer no fígado. Após ser internado na madrugada de segunda-feira no Instituto de Ortopedia de Goiás (IOG), para onde foi encaminhado depois de sentir falta de ar, ele não resistiu e faleceu ontem pela manhã. O sepultamento será hoje, às 10 horas, no Cemitério Santana. O velório está sendo realizado na Paz Universal na Avenida Castelo Branco.Embora estivesse em tratamento, Flávio trabalhava normalmente em seus projetos e na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), onde era professor. Flávio, apesar de diagnosticado com hepatite, só descobriu no início do ano que tinha câncer. Mesmo assim ele, manteve sua rotina de trabalho, como a participação na 18ª edição do Casa Cor Goiás (evento que será realizado em maio), ao lado da empresária e decoradora Ednara Braga, amiga e parceira profissional há mais de 20 anos. “Ele era um grande arquiteto, muito criativo e competente, um profissional sensacional. Éramos amigos há 22 anos e parceiros em projetos para a Casa Cor, entre outros trabalhos. Inclusive, quando o Flávio soube que estava doente até pensei em desistir, mas ele não aceitou. Ele sempre foi muito positivo em relação à melhora, sempre dizia que tudo ia dar certo”, conta Ednara. “Ele era um irmão, um querido, que gostava de viver, trabalhar e se divertir. É uma perda irreparável”, lamenta Ednara.Alegria“O Flávio era muito marcante porque, além de muito profissional, era uma pessoa ativa, alegre, participativa. Na Casa Cor ele não vinha só para expor seu trabalho ao lado da Ednara Braga, mas tinha alegria de participar”, recorda-se Eliane Martins, uma das organizadoras da Casa Cor Goiás. “Inclusive, tínhamos uma atividade em que os expositores se apresentavam com shows e o Flávio sempre gostava de cantar. Nós, os amigos e colegas, sabíamos da doença, mas fomos pegos de surpresa porque foi muito rápido”, disse Eliane.“O Flávio tinha uma boa convivência com os colegas e alunos. Ele era um professor que dominava muito o conteúdo, um profissional dedicado”, observa Roberto Cintra, coordenador do curso de Artes e Arquitetura da PUC -GO. Na semana passada, disse o coordenador, eles chegaram a marcar uma reunião sobre a necessidade ou não de uma licença médica. “Ele manifestou que, se pudesse, queria continuar trabalhando. De qualquer maneira o professor ficou de conversar com o médico sobre isso com o seu médico, mas não teve tempo”, comenta Roberto.“É uma perda inestimável para a arquitetura goiana e para nós, que perdemos um companheiro. Flávio Paraguassu era nossa ligação direta com o importante segmento da arquitetura de interior, em que atuava de maneira destacada. Me lembro de seu projeto na Casa Cor do ano passado, em que ele usava suas referências e dava personalidade ao ambiente”, afirma Arnaldo Mascarenhas Braga, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás.