O dono do pesque-pague, que não teve a identidade revelada, disse em depoimento que desconhecia a corrente elétrica em uma estrutura metálica da tenda onde Matheus Rodrigues Vaz, de 20 anos, estava, segundo delegada do caso, Renata Vieira. O jovem morreu na última sexta-feira (4) após levar um choque no estabelecimento.
O proprietário ainda afirmou que a morte foi inesperada e lamentável, de acordo com a delegada.
Ele alegou que naquele dia chovia muito e ele alugou o espaço para funcionar como bar, restaurante e pesque-pague por um período de três meses. Anteriormente, o local ficou desativado por três ou quatro anos porque o proprietário faleceu e disse que, quando alugou, o local já estava bem abandonado, mas já estava fazendo algumas melhorias. Ele disse que já tinha arrumado a piscina e a parte do restaurante, mas nunca tinha percebido nada em relação a parte elétrica das tendas", relatou a delegada.
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O POPULAR tentou contato com a defesa do estabelecimento, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. O local é voltado para pesca, bar e restaurante, e, de acordo com a polícia, chamava-se Clube do Mané, e é assim que o local ainda é popularmente conhecido, mas agora chama-se "Confraria do Peixe 2".
Entenda o caso
De acordo com Laurinda Barros, tia do Matheus, ele estava tirando a semana anterior para ir pescar porque na última segunda-feira (7), ele começaria em um novo trabalho. Segundo ela, na sexta-feira ele foi ao pesque-pague junto com o irmão mais novo, de 10 anos, e, na hora da pesca, pegou um peixe grande e quando tentou puxar, ele viu que não conseguiria sozinho e encostou na tenda para pegar força e puxar.
Nesse momento ele recebeu uma descarga elétrica e infelizmente veio a falecer. O irmãozinho dele, vendo o estado do irmão, chegou próximo dele para tentar ajudar, mas com a descarga elétrica, ele caiu para trás. Outros clientes do pesque-pague também tentaram ajudar", relata.
De acordo com a polícia, Matheus foi levado para o Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) do bairro Goiá, mas não resisitu. Seu corpo foi recolhido pelo Instituto Médico Legal (IML) e, segundo Laurilinda, ele foi enterrado no cemitério Jardim da Paz, em Aparecida de Goiânia, no último sábado (5).
Pertences de Matheus
De acordo com Laurinda Barros, no momento em que a família foi até o estabelecimento para tentar entender o que aconteceu, uma mulher que dizia que era proprietária do local, afirmou que eles não poderiam ficar lá, e disse que só falaria sobre o assunto e devolveria o celular, a carteira e os materiais de pesca de Matheus, na presença do advogado dela.
Em entrevista ao POPULAR, Laurilinda Barros afirmou que diferentes versões sobre o paradeiro dos pertences de Matheus foram contadas, inclusive, que o celular dele havia caído no lago e até que os pertences tinham sido entregues para a Polícia Civil (PC).
Segundo a Polícia Civil (PC), o dono do estabelecimento disse que não ficou com os pertences de Matheus e que o molinete caiu no lago, o carro foi levado pelos primos e o celular teria ficado com o irmão pequeno, que, por sua vez, não o pegou, segundo a família.
Confira a nota da defesa da família na íntegra:
Os advogados que representam a família da vítima Matheus informam que acompanham de perto as investigações relacionadas ao caso que resultou em sua morte, ocorrido em um pesque-pague na cidade de Goiânia.
A autoridade policial responsável pelas investigações já comunicou oficialmente à equipe jurídica o início das diligências, incluindo a oitiva das partes envolvidas e das testemunhas.
Em relação aos pertences pessoais de Matheus, apesar do contato direto mantido com o advogado da empresa, os itens ainda não foram restituídos à família. A delegada responsável pela investigação informou que, caso os pertences não sejam entregues de forma voluntária durante a oitiva da empresa, determinará a intimação formal para a imediata devolução dos mesmos.
Paralelamente, os advogados da família estão adotando as medidas legais cabíveis e já providenciam o registro de ocorrência por apropriação indébita.
Advogados
Daniel Louredo OAB/GO 47.976
Gilmar Cândido OAB/GO 45.545