Duas cenas trágicas, duas mortes que, na segunda metade do século passado, ficaram no imaginário do Brasil e dos Estados Unidos, gerando diversas teorias da conspiração, suspeitas e produtos culturais, de livros a séries de TV, de filmes com astros de Hollywood a documentários que juram mergulhar em mistérios insondáveis envolvendo os dois casos. Em 1963, o então presidente norte-americano, John Kennedy, foi abatido com dois tiros – um nas costas que saiu pela garganta, outro na cabeça – enquanto desfilava em carro aberto por Dallas, no Texas. Treze anos depois, um acidente de carro na Via Dutra, no município fluminense de Resende, matou Juscelino Kubitschek, um dos mais populares estadistas do Brasil, e seu motorista. Mortes que regularmente voltam a ser debatidas. Os dois eventos trágicos que vitimaram os políticos que eram conhecidos pelas iniciais quase idênticas – JK no caso do líder brasileiro e JFK quanto ao estadunidense – guardam mais coincidências, inclusive pelo fato de agora ambos os casos estarem de novo sob o escrutínio público. O assassinato de Kennedy é, de longe, o instante da história dos EUA que mais provocou teorias da conspiração. O atentado foi creditado a um assassino solitário, Lee Harvey Oswald, que também foi morto na frente das câmeras um dia depois, baleado por uma espécie de gângster texano, chamado Jack Ruby. A investigação que levou a esse desfecho, porém, sempre foi cercada de especulações e documentos a respeito, alguns já publicados. Mas agora o presidente Donald Trump promete revelar tudo. Tudo mesmo.