-Imagem (1.1585247)Logo nos primeiros passos, a música do famoso compositor alemão Johann Sebastian Bach toma conta do ambiente. Mais à frente, toca John Lennon, Janis Joplin e Bob Dylan. Os artistas estão entre os preferidos de um dos maiores gênios da tecnologia do mundo, Steve Jobs (1955-2011). A vida do inventor é retratada na mostra Steve Jobs, o Visionário, aberta ontem no Espaço Cultural Brasília, no Iguatemi Shopping. A exposição fica em cartaz até 9 de setembro e reúne mais de 200 itens, boa parte do acervo do colecionador italiano Marco Boglione, que se dedica a comprar objetos relacionados a Jobs.A exposição foi dividida em cinco áreas narrativas – negócios, inovação, fracasso, competição e espiritualidade – que representam momentos diferentes da vida do americano. São fotos, reportagens, objetos pessoais, vídeos, apresentações, pensamentos e produtos que mostram a forma como ele pensava. Em uma das salas, por exemplo, cartelas da droga LSD e os instrumentos utilizados pelo criador do iPhone na fabricação do ácido na própria casa na época da faculdade. “Queremos tornar a figura de Steve Jobs mais acessível e mais aprofundada para os brasileiros”, explica a curadora Cecilia Botta. Outros objetos, mais delicados e pessoais, também chamam a atenção: pequenos inventos, o jogo de estratégia militar que ele gostava, uma linha do tempo com todas as revistas nas quais Jobs foi capa, uma visita com óculos 3D pela garagem do empresário e até uma caixa de pizza para transportar placas de computadores estão entre os itens expostos. Em outra área, fotos do dia a dia do americano chamam a atenção. Os registros foram feitos por Jean Pigozzi, fotógrafo e amigo de confiança do inventor. As imagens aproximam o visitante de um lado mais humano do empresário e mostram Jobs arrumando o cabelo da esposa e fazendo gestos obscenos na fachada do prédio da IBM. As fotografias pessoais foram cedidas pela viúva Laurene Powell Jobs.SeçõesA primeira parada na exposição é na seção Espiritualidade. O público encontrará itens da sua relação com o budismo e uma videoinstalação que ilustra a escolha do nome Apple. A origem da logomarca também é contada. Na década de 1970, Jobs estava seguindo uma dieta à base de frutas, principalmente com maçã, e tinha acabado de voltar de um pomar, quando propôs Apple Computer. O primeiro logotipo, criado em estilo vitoriano, foi desenhado por Ron Wayne, cofundador da Apple. Na área Competição, característica marcante do americano, são destacados os embates com a IBM, Bill Gates e Samsung. São mostrados, então, vídeos de discursos de ataque do fundador da Apple a tais empresas, dando um ar quase cômico à seção.Na parte Fracasso, a exposição exibe a peça mais rara de Jobs: o Apple One, fabricado em 1976, que foi adquirido em um leilão em 2010 por U$ 213,6 mil, em Londres, Inglaterra. O computador, que usava uma fita K7 para salvar arquivos, foi comprado pelo idealizador da mostra. Hoje, ele não funciona, mas já está valendo o triplo. Na época, foram fabricados 200 modelos e atualmente existem apenas 50 no mercado e só 10 estão em uso. “Apesar de não ter sido considerado um sucesso, a máquina foi um marco na tecnologia e abriu espaço para outros acertos na carreira de Jobs”, ressalta Cecilia Botta.No mesmo setor, o visitante conhecerá o Lisa (nome em homenagem a sua filha mais velha), um dos maiores fracassos de Jobs, mas que serviu de base para o sucesso do Macintosh – que teve a logo desenhada pelo artista plástico norte-americano Andy Warhol (1928-1987). O aparelho, lançado em 1983, foi o primeiro computador pessoal a ter um mouse e uma interface gráfica. Paralelamente, no mesmo espaço, batizado de Inovação, são mostrados os acertos, caso do Apple 2, o iMac e as primeiras gerações do iPod, iPad e iPhone. “O que Jobs imaginou e desenvolveu foi uma revolução cultural surpreendente causando impacto na nossa vida”, diz Botta.-Imagem (Image_1.1585129)-Imagem (Image_1.1585128)-Imagem (Image_1.1585127)-Imagem (Image_1.1585126)