Embalados por canções e poesias na voz de Maria Bethânia, bailarinos se amontoam no palco para tentar desvendar as múltiplas faces do amor. É esse o mote de Começaria Tudo Outra Vez, espetáculo que será apresentado nesta terça-feira (26), na noite de abertura da Mostra GiroDança, que segue com programação gratuita durante toda a semana no Teatro Goiânia.

Com apresentações cênicas, oficinas e encontros com coreógrafos, o festival chega a sua 8ª edição e se firma como um dos eventos relacionados à dança contemporânea em Goiânia. Neste ano, o evento foi dividido em duas etapas: a primeira, nesta semana, promove a reunião de diversas companhias brasileiras - e goianas. Já a segunda parte tem como foco as atividades infantis durante as férias de janeiro de 2026. O projeto tem apoio do Programa Goyazes, do governo de Goiás.

“Resolvemos dividir a programação para expandir o projeto para outra época do ano e destacar uma parte da agenda para o público infantil, que é um dos focos da mostra”, destaca a diretora do festival, a coreógrafa Joisy Amorim. A formação de plateias, a relação entre produção local e nacional e o intercâmbio cultural são algumas das teclas batidas pela Giro8 Cia. de Dança, que promove o evento.

Neste ano, a GiroDança celebra a cultura tupiniquim por meio da temática Brasilidades. A ideia é celebrar os ritmos, artistas e culturalidades do País em volta de diversas companhias que levam para o palco do Teatro Goiânia espetáculos recheados de nuances de brasilidades. É o caso, por exemplo, da obra Começaria Tudo Outra Vez, da anfitriã do evento, Giro8 Cia. de Dança.

“O espetáculo celebra a essência do amor traçando sua jornada desde as reflexões filosóficas de Sócrates, Platão e Aristóteles, até as discussões mais contemporâneas, sempre imerso na complexidade das relações humanas”, explica Joisy, que é a diretora da companhia e, também, do espetáculo. O trabalho já viajou para diversas cidades, como São Paulo, além de ter feito turnê pelo México.

Para a abertura do evento, quem inicia os trabalhos às 19h30 é o grupo Contemporânea Ensemble, da Bahia, que apresenta A Arte de Isadora Duncan. A obra homenageia a bailarina e coreógrafa americana, pioneira da dança moderna, reconhecida por seu estilo livre e inspirada na Grécia Antiga, que rompeu com as amarras e restrições do balé clássico, usando movimentos mais naturais e sempre descalça com trajes esvoaçantes.

Além da Giro8, ainda se apresenta de Goiás o Nômades Grupo de Dança, que leva o espetáculo Trama para o teatro. Fundada em 2002, a companhia é um dos grupos mais reverenciados em dança contemporânea no Estado. Com 23 anos de trajetória, ela se destaca pela linguagem corporal livre e por trabalhos que mesclam cultura e comunidade. Já participou de diversas apresentações, intervenções e residências artísticas no Brasil e no exterior.

“É tradição na agenda da Mostra GiroDança destacar grupos internacionais. Desta vez fizemos diferente. A ideia é adentrar ao tema Brasilidades e promover uma aglutinação cultural com destaque em companhias de Goiás e de outras partes do País”, reitera Joisy. “Muito além de promover o intercâmbio, os goianos podem ter contato com obras e artistas de sotaques e linguagens diferentes”, completa a coreógrafa.

Culturalidades

Um dos grupos que se apresentam dentro do conceito de Brasilidades é a Cia. de Teatro Alberto Maranhão, de Natal, no Rio Grande do Norte. O grupo leva para a noite de quarta-feira (27) a obra Gonzagando. O espetáculo homenageia Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, por meio de coreografias de suas músicas. A apresentação celebra a cultura popular nordestina, incorporando a alegria e os sonhos do sertanejo em sua expressão artística.

Um dos pontos altos do festival é a apresentação da renomada Cia. de Danças de Diadema, de São Paulo, que se joga no espetáculo Eu por Detrás de Mim, na sexta-feira (29), às 19h30. Com criação de Ana Bottosso, a peça nasceu a partir de inspirações das obras do artista visual dinamarquês Olafur Eliasson e no conto O Espelho, explorando reflexões sobre o conceito de “eu”. Com temática filosófica e recheada de nuances, o trabalho já rodou por diversas capitais.

Durante todos os dias, além dos espetáculos de companhias brasileiras, o evento também abre a agenda para peças da Mostra Escola, com alunos que desejam apresentar números e esquetes. “O desejo é que todos tenham a oportunidade de sentir a emoção de estar no palco. É uma forma de promover, também, a profissionalização desses profissionais que estão nas etapas de aprendizado e educação”, define Amorim.

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Serviço&nbsp; 
Evento: 8ª edição da Mostra GiroDança&nbsp; 
Data: abertura nesta terça-feira (26), às 19h30; evento segue com programação até o sábado (30)&nbsp; 
Local: Teatro Goiânia, Av. Tocantins esquina com Av. Anhanguera, Centro&nbsp; 
Ingressos gratuitos e disponíveis para retirada no Sympla 
Informações: @mostragirodança&nbsp;

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Encontro marcado

Além das apresentações de dança, a Mostra GiroDança também promove no sábado (30) atividades formativas. Às 15h30 haverá encontro de coreógrafos no Allegro Centro de Dança, localizado no Setor Marista, em um diálogo entre diretores de companhias regionais e nacionais, professores e coreógrafos, promovendo um intercâmbio sobre processos criativos, metodologias de ensino e estratégias de fomento à dança. Entre 9h e 15h30, no mesmo local, haverá oficinas gratuitas de dança. Serão oferecidas vivências em dança contemporânea, balé clássico, processos criativos e teatro. Todas as atividades são gratuitas.

Mostra GiroDança celebra a diversidade cultural brasileira com espetáculos de diversas regiões

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Baila comigo

A Farândola Teatro-Circo, fundada e encabeçada pela atriz e palhaça Fernanda Pimenta, segue as comemorações de seus 13 anos de atividade com a apresentação do espetáculo Malagueta na Labuta nesta sexta-feira (22), às 19 horas, no Lacena/UFG. A direção é de Thaise Monteiro. O projeto conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc Goiás - Edital 16/2024, de Manutenção continuada de Grupos e Companhias Artísticas, viabilizado por meio do Governo de Goiás e do Governo Federal.Na trama, a diarista Malagueta é requisitada por uma de suas patroas para uma faxina de urgência. Entre a desordem da casa, avental e espanadores, a personagem cria outras realidades, estreitando os limites entre trabalhar e brincar, o que torna a lida diária menos dura e mais agradável, fazendo confluir suor e riso. Criada em 2021, esta obra também foi objeto de pesquisa do doutorado da sua criadora, que trabalhou com o tema das palhaçarias feministas. Fundada no Rio de Janeiro em 2011 por Fernanda Pimenta e Elena Diego, a Farândola Teatro-circo se estabeleceu em Goiás em 2013.	A companhia desenvolve pesquisas e apresenta espetáculos que combinam teatro e circo, utilizando dramaturgia própria e colaborações artísticas. A atriz, diretora, pesquisadora, dramaturga, oficineira, produtora e palhaça Fernanda Pimenta é quem encabeça a companhia. Em 2024, ela foi condecorada com o Prêmio Jaburu, por sua pesquisa, como destaque cultural do estado de Goiás. SERVIÇOEspetáculo: Malagueta na Labuta, da Farândola Teatro-CircoData: Sexta-feira (22), às 19 horasLocal: Lacena/UFG, Sala 2, Pavilhão de Artes da Cena Prof. Hugo Zorzetti, Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC), Câmpus Samambaia, UFGEntrada: Gratuita

Farândola Teatro-Circo apresenta o espetáculo 'Malagueta na Labuta'

Diarista do riso

O diretor de teatro Bob Wilson, um dos nomes mais importantes da cena artística mundial, morreu na última quinta-feira (31), aos 83 anos, em Nova York. Reconhecido também por seu trabalho como diretor de óperas, iluminador, pintor, escultor e dramaturgo, Wilson teve a morte confirmada pelo Watermill Center, seu estúdio, por meio das redes sociais. Segundo o comunicado, a causa foi uma “doença breve, porém aguda”.

Nascido no Texas em 1941, ele se mudou para Nova York nos anos 1960 e se tornou uma das principais referências do teatro experimental no mundo, inclusive com diversas montagens no Brasil. Wilson se formou em arquitetura e sempre lembrava não ter passado por qualquer escola de artes cênicas, que sempre considerou muito restritas. “Elas só nos ensinam a decorar”, dizia ele.

Enveredou pelas artes plásticas e encontrou no teatro e na ópera um modo de reunir todas as formas artísticas. Célebre pelo apelo visual e pela encenação pontuada por silêncios, ficou conhecido pelo perfeccionismo, assinando também a cenografia e o desenho de luz de seus espetáculos. Suas montagens foram de Shakespeare a contemporâneos como Heiner Müller, de Umberto Eco a poetas concretistas como Christopher Know- les, e, na música, de óperas de Wagner a parcerias com Lou Reed e David Byrne.

Nos anos 1970, fez parte de uma trupe de encenadores, que incluía Peter Brook, que se notabilizou pelos espetáculos longos, com uma atenção especial ao gesto, ao vazio e às pausas — uma ruptura com a percepção automatizada, como afirmava o professor e teórico alemão Hans-Thies Lehmann.

Caso, por exemplo, da ópera A Vida e Época de Dave Clarke, no qual enormes “tableaux vivants”, ou quadros vivos, se moviam ao longo de mais de 12 horas. Originalmente, o espetáculo, que foi encenado em São Paulo, fala de Josef Stálin, mas o título foi alterado para evitar problemas com a censura. Em 1967, Wilson adotou Raymond Andrews, um garoto de 13 anos que encontrou sendo agredido por um policial, nas ruas de Nova Jersey. Autista, disléxico e na época surdo e mudo, o garoto passara dos 11 aos 13 anos em uma instituição especializada, e Wilson decidiu tirá-lo dessa vida.

No Brasil, trouxe ainda outras diversas montagens, dentre elas, sua versão de A Última Gravação de Krapp, de Samuel Beckett, além da Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht, e Lulu, de Frank Wedekind e trilha sonora de Lou Reed — todas estas com a célebre companhia alemã Berliner Ensemble.

A identificação de Wilson com Beckett sempre foi marcante, seja na economia da linguagem, no desprezo pela narrativa convencional ou no jogo dialético entre tempo e espaço como recurso teatral. Mas ele só se aventuraria pela obra do irlandês após 40 anos de carreira, quando montou Dias Felizes, originalmente em 2008.

Em 2013, montou A Dama do Mar, com elenco brasileiro, no ano seguinte trouxe A Velha Senhora, com Mikhail Baryshnikov e William Dafoe — o espetáculo reforçou sua filiação a temas históricos como o regime stalinista, e explorou o terror imposto pelo governo. Na ocasião, disse que a poluição dos textos teatrais era um defeito comum a muitos dramaturgos.

Já em 2016, produziu no Brasil o musical Garrincha, desenvolvido ao longo de dois anos no Watermill Center, misturando diversas referências, como a biografia Estrela Solitária, de Ruy Castro, filmes e fotografias, até poemas, como um haicai de Nicolas Behrm — “Nem tudo o que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado”.

Em 2012, estreou na Alemanha Conferência sobre o Nada, a partir da obra de John Cage. Apresentada em São Paulo em 2017, o espetáculo refletia a influência do músico em suas encenações — Wilson sempre começava a dirigir os espetáculos apenas com movimentos, sem diálogos ou som, e só depois acrescentava as falas.

Wilson reforçou também a relação com as artes plásticas com o musical A Vida e a Morte de Marina Abramovic, sobre a célebre artista performática, que tinha no elenco o ator Willem Dafoe, o músico Antony Hegarty, do Antony and the Johnsons, três cantores siberianos e mais 16 dobermans.

O encenador também ajudou a revitalizar a carreira de Winona Ryder, por quem se apaixonou quando ela trabalhava como babá do seu amigo e músico americano Tom Waits. Na época, a artista foi flagrada roubando uma carteira e sua carreira ia de mal a pior. Ela se tornou uma das participantes de sua exposição de fotos Voom Portraits, que foi exibida no Sesc Pinheiros em 2008, que tinha ainda imagens de figuras como Isabella Rosselini e Brad Pitt.

O último trabalho de Wilson estreou, no ano passado, em Florença — Pessoa, Since I’ve Been Me, inspirado no poeta Fernando Pessoa, retraçando sua trajetória, da vida até a morte, costurando trechos de seus poemas. Apesar de tratar de um dos maiores nomes da língua portuguesa, Wilson encerrou o espetáculo com um verso escrito em inglês, escrito pouco antes da morte do poeta, em 1935 — “I know not what tomorrow will bing”, não sei o que o amanhã trará.&nbsp;

Morre Bob Wilson, um dos principais diretores de teatro e ópera do mundo, aos 83 anos

Adeus ao mestre da cena

Lúcia Valentina, uma jovem de 15 anos, encontra antigas cartas de seu avô - um ex-artista circense que desapareceu misteriosamente -, e descobre aventuras vividas por ele em cidades fantásticas. É essa a premissa de Cartas do Vô Chico, que será apresentado pela Catavento Cia. Circense neste sábado (26), às 17 horas, no Shopping Cerrado. A entrada é gratuita.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px; outline-offset: -2px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_self">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

A apresentação explora temáticas universais como aventura, mistério, amor, família e autoaceitação. No pocket show, serão apresentadas cenas selecionadas do espetáculo, principalmente acrobacias aéreas, resultando em uma experiência artística que une de cores, música e adrenalina.

A apresentação faz parte do projeto Sabadou da Diversão, uma iniciativa do espaço que promove duas apresentações infantis gratuitas por mês. A Catavento é uma companhia circense com sede em Goiânia que atua nas áreas artísticas e de formação exercendo e promovendo a arte circense em todo o Estado.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/goianos-do-kamisa-10-s-o-os-destaques-do-festival-samba-brasil-neste-sabado-26-em-goiania-1.3292627" target="_self">Goianos do Kamisa 10 são os destaques do Festival Samba Brasil neste sábado (26), em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/grupo-tres-em-cena-promove-ensaio-aberto-de-novo-espetaculo-1.3292633" target="_self">Grupo Três em Cena promove ensaio aberto de novo espetáculo</a></div>

<h2>SERVIÇO</h2>

Evento: Espetáculo Cartas do Vô Chico, da Catavento Companhia Circense

Data:&nbsp;neste sábado (16), a partir das 17 horas

Local:&nbsp;Espaço de Eventos do Shopping Cerrado (piso 1, próximo ao Vapt Vupt) - Avenida Anhanguera nº 10.790, Setor Aeroviário

Informações:&nbsp;@shoppingcerrado

Entrada gratuita

Catavento Cia. Circense promove show que une circo, teatro e música neste sábado (26)

Magia nos ares

Dirigido por Izabela Nascente e protagonizado pelas atrizes Camila Freitas, Elyza Sal, Lidiane Leles e Paula de Paula, o espetáculo As Fanfarronas ganha uma pré-estreia nesta segunda-feira (16), às 15 horas, na Escola de Música e Artes Cênicas, da Universidade Federal de Goiás (EMAC/UFG). Já a estreia oficial acontece dia 21 de junho, na Praça do Skate em Alto Paraíso de Goiás. A entrada é franca. Livremente inspirado na obra O Soldado Fanfarrão, de Plauto, o Grupo Carroça subverte convenções e dá voz às mulheres em cena, ressignificando o riso e a comédia a partir de seus próprios olhares. O trabalho já foi apresentado no dia 12 de junho, na Associação de Idosos Balneário Meia Ponte e na EMAC/UFG. O projeto é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.O espetáculo conta a história de duas mulheres: Filocomásia, sequestrada por um soldado que a tomou como esposa, e Palestriã, antiga criada que também é prisioneira. Enquanto debocham das figuras masculinas ao redor, criticam as bizarrices do patriarcado e lutam para romper as correntes reais e simbólicas que ainda as aprisionam. Em palco, as artistas, integrantes do Grupo Carroça e formadas em Artes Cênicas, tiveram seu primeiro contato com a obra O Soldado Fanfarrão, de Plauto, durante a graduação. Em 2024, após dez anos desde esse encontro inicial, as atrizes revisitaram o texto clássico e perceberam a potência de adaptar a obra a partir de uma perspectiva feminina. Foi desse impulso criativo e do desejo de criar uma montagem composta apenas por mulheres que surgiu As Fanfarronas.A linguagem do trabalho é o grotesco e, uma das suas características, é a subversão. A diretora, Izabela Nascente, justifica essa escolha. “A mulher na sociedade é o ser que mais foi reprimido na história da humanidade. Tendo isso em vista, a gente se coloca como esse corpo grotesco, esse corpo subversivo de um padrão, de uma norma. A gente trabalha esse texto escancarando as questões que nos incomodam”, explica.ServiçoEvento: Grupo Carroça estreia espetáculo As Fanfarronas Pré-estreia: nesta segunda-feira (16), às 15 horasLocal: EMAC/UFG, Campus SamambaiaEstreia: 21 de junho, às 18 horasLocal: Praça do Skate, Centro de Alto Paraíso de GoiásEntrada gratuita em todas as apresentaçõesInformações: @grupocarroca