Reunidos no centro do palco, bailarinos dançam ao som de grandes clássicos da Broadway tocados por músicos de orquestra. Tem de tudo ali: de Mamma Mia!, passando por Chicago até chegar em A Bela e a Fera e Moulin Rouge. Os protagonistas desse universo musicado são os sete pecados capitais que dão vida ao espetáculo 7x Pecado - Broadway in Concert, que estreia nesta quinta-feira (9), no Teatro Escola Basileu França. A peça segue em cartaz até o dia 12, com entrada gratuita.Estrelada pela atriz e cantora gaúcha Alessandra Verney - a mesma artista de Beatles Num Céu de Diamantes e vA Noviça Rebelde - e pelo goiano Pablo Diego Garcia, a produção conta com 72 artistas goianos distribuídos na dança e na música. O espetáculo, coordenado pela Secretaria-Geral da Governadoria (SGG), marca também a reabertura do Teatro Escola Basileu França, em reforma desde junho.De acordo com a diretora do espetáculo, a coreógrafa e produtora paulista Glaucia da Fonseca, o musical combina intercâmbio cultural e troca artística com profissionais de diferentes cidades do País. “O processo do espetáculo é muito intenso de diversos artistas goianos com nomes de outros Estados brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro”, explica a diretora, que já assinou produções nacionais como O Despertar da Primavera, Sunset Boulevard e Um Violinista no Telhado.A criação do musical movimenta o corpo artístico do Teatro Escola Basileu França junto com artistas da Orquestra Filarmônica de Goiás e da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, lideradas pelos maestros titulares Neil Thomson e Eliel Ferreira. Segundo Glaucia, 7x Pecado combina técnica das artes cênicas com música instrumental. “Nós temos a participação dos bailarinos do Basileu França, as crianças do Canto Coral, a presença do cantor e músico Manso, da Orquestra Jovem e Orquestra Filarmônica de Goiás, além da participação da bailarina Paula Soares”, destaca.A força e a valorização das relações humanas pautam 7x Pecado, com texto assinado pelo carioca André Dias. Como num ringue de vale-tudo, a trama gira em torno de uma aposta bem-humorada entre Deus e o Diabo sobre o amor. No espetáculo, uma atriz reencontra uma grande paixão e precisa driblar as artimanhas de anjos e demônios para poder vivê-la a qualquer custo. Ao longo da história, a pergunta que se faz é: quem é mais forte, amor ou pecado?“É um trabalho construído a muitas mãos que fala sobre o bem e o mal, mas com enfoque no livre arbítrio, nos processos de escolha. Nem tudo é tão bem e mal, existe um caminho do meio, da valorização do humano”, aponta a diretora. No decorrer da trama, os sete pecados, como gula, avareza e raiva, surgem de formas cotidianas para provocar e refletir.Para o prólogo do espetáculo, foi escolhido um monólogo do professor e filósofo Clóvis de Barros Filho. “Sem Deus, não há pecado. Porque pecar é deliberar, decidir e agir, em plena consciência, contra a Sua vontade”, diz. Segundo o roteirista André Dias, a obra traz uma dicotomia e reflete sobre a realidade. “Não acredito no conceito de pecado, mas sim em um delicado equilíbrio entre o bem e o mal, que cada ser humano traz dentro de si”, explica.Música Toda a trama de 7x Pecado é pontuada por grandes sucessos da Broadway, como Cabaret, Grease, Frozen, Dreamgirls, Les Miserables e O Fantasma da Ópera. O roteiro musical assinado por Anna Toledo traz músicas em inglês e em português, com destaque para as canções dos maiores sucessos da Broadway, com direção musical e arranjos de Thiago Rodrigues. “O espetáculo fala sobre a dualidade, pecado e virtude surgem como consequências de nossas ações, afinal somos todos humanos e passíveis de erro”, argumenta o roteirista.De cara novaDe portas fechadas desde o início da pandemia, em março de 2020, o Teatro Escola Basileu França reabre as portas nesta quinta-feira (9) após uma reforma em sua estrutura física orçada em R$ 6,3 milhões. Divididas por etapas, a primeira fase da revitalização do prédio inclui a adequação do piso para espetáculos de balé, iluminação cênica, novo palco, aquisição de equipamentos técnicos, melhoria acústica e mudanças na fachada do prédio. “O objetivo é dar condições para que o Basileu ofereça um ensino de alta qualidade, nas mais variadas formas de manifestação artística”, diz o titular da SGG, Adriano da Rocha Lima, responsável pela governança da reforma.O teatro integra a Escola do Futuro em Artes Basileu França, atualmente sob batuta da Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Inovação (Sedi). Em setembro, o governo assinou um convênio entre as escolas do futuro e os colégios tecnológicos com a Universidade Federal de Goiás, para conectar a instituição cultural com o ensino superior e pesquisas da UFG, além de criar intercâmbios educacionais. Ações como a reabertura do teatro e o intercâmbio com artistas de outros Estados, segundo o titular da pasta, buscam oferecer capacitação aos artistas locais. Após os treinamentos, a ideia é que os estudantes do Basileu França montem seus próprios musicais e realizem turnês.