Um menino nascido e criado em uma favela do Rio de Janeiro que se tornou sambista, ator, humorista e eterno Trapalhão. A cinebiografia Mussum, o Filmis, dirigido por Silvio Guindane, leva para as telonas a trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes (1941-1994), que começou a carreira artística como membro do grupo Os Originais do Samba e alcançou a alcunha de ídolo da televisão brasileira como um dos integrantes do célebre quarteto Os Trapalhões. A produção entra em cartaz nesta quinta-feira (2) nos cinemas de Goiânia e Aparecida.

O trailer oficial do filme traz o protagonista, interpretado por Aílton Graça, criando um de seus maiores bordões: Cacildis!. Na cena, ele está recebendo o conselho de Chico Anysio (Vanderlei Bernardino) sobre o detalhe de acrescentar os “is” no dialeto utilizado pelo personagem para se destacar entre os outros humoristas, o que acabou se tornando sua marca registrada posteriormente. “E tem graça isso, seu Chico?”, questiona. “Com você falando, tem”, responde Chico Anysio, que na época comandava a Escolinha do Professor Raimundo, programa televisivo onde Mussum atuou antes de entrar para os Trapalhões.

A produção chega aos cinemas brasileiros em meio a um boom de cinebiografias, inspirado no livro Mussum – Uma História de Humor e Samba, de Juliano Barreto. O roteiro é assinado por Paulo Cursino e dividido em três etapas, narrando a história desde a infância de Antônio Carlos, o Carlinhos para amigos e família, interpretado por Thawan Lucas Bandeira. Filho de dona Malvina, uma empregada doméstica analfabeta, Carlinhos cresceu em uma favela do Rio de Janeiro correndo descalço pelas ruas e jogando bola com os amigos.

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Apesar do início de sua história ser tão comum, os rumos de sua vida não foram os mesmos de tantos outros garotos negros com a mesma origem que a sua ainda hoje. Na segunda etapa do filme, Carlinhos já é adulto e vivido por Yuri Marçal, período que foi recruta da Aeronáutica e começou a tocar com o grupo Os Originais do Samba escondido da família. Na terceira fase, Aílton Graça entra em cena. Ele dá vida ao Carlinhos que começa a se destacar na televisão.

Nos bastidores de uma produção da TV Globo, em meados de 1965, o comediante Grande Otelo lhe deu o apelido que o acompanhou pelo resto de sua vida. Após integrar o programa comandado por Chico Anysio, nos anos 1970, Mussum foi contratado para integrar o humorístico Os Trapalhões, criado por Wilton Franco e estrelado pelo quarteto de mesmo nome, composto, ainda, por Didi, Dedé e Zacarias.

O longa-metragem foi o grande vencedor da 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul, um dos maiores festivais do cinema brasileiro que aconteceu em agosto. Mussum, o Filmis levou seis prêmios na noite, incluindo o de melhor filme, melhor ator para Aílton Graça, melhor ator e atriz coadjuvantes para Yuri Marçal e Neusa Borges, respectivamente, além de melhor trilha musical, júri popular e uma menção honrosa a Martin Macias Trujillo, por seu trabalho de caracterização na produção. 
 
Cacilds! 
A cerveja virou "suco de cevadis", a exclamação "cacilda" virou "cacilds" e a bunda virou "forévis". O dialeto é tão característico de Mussum que está presente até mesmo no título do filme – ou melhor, do "filmis". 
 
O jeito peculiar de falar rendeu homenagem do filho do comediante, Sandro Gomes, que criou com a família a cerveja Biritis, e inspirou o disco&nbsp;Só no Forévis&nbsp;(1999) da banda de rock brasileira Raimundos. Na internet, se tornou meme com a circulação de uma diversidade de vídeos da época dos Trapalhões, mantendo viva a memória do personagem e seu criador. 
 
Malandro e cheio de trejeitos que ainda arrancam risadas de sua plateia, Mussum sempre dava um jeitinho de garantir o seu "mé" ou "suco de cevadis" no humorístico, de preferência pendurando a conta. O mé era como ele chamava a mistura de cachaça com mel e limão, receita criada pelo comediante na juventude para suavizar o sabor do destilado. Antônio Carlos viveu como Mussum até julho de 1994, quando morreu em decorrência de complicações cardíacas e no pulmão.

'Mussum, o Filmis' chega aos cinemas com a história do eterno Trapalhão

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Cacilds!

Após mais de duas décadas, o som das multidões retorna à arena e o sangue, a honra e o destino se entrelaçam sob o olhar impiedoso do Coliseu. Com direção de Ridley Scott, 86 anos, e protagonizado por Paul Mescal, Gladiador 2 estreia nesta quinta-feira (14) nos cinemas de Goiânia e Aparecida. Nessa nova jornada, a luta não é pela glória, mas pelo legado do general Maximus, papel que rendeu um Oscar a Russell Crowe.

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Gladiador foi um verdadeiro fenômeno cinematográfico em Hollywood, revitalizando o gênero épico no início dos anos 2000. O impacto do filme, que conquistou tanto a crítica quanto o público, abriu caminho para uma série de produções históricas de grande escala, trazendo de volta a grandiosidade dos tempos antigos. Troia, Rei Arthur e Alexandre, por exemplo, seguiram o rastro do sucesso da obra-prima de Ridley Scott.

A continuação chega com boa expectativa, apoiada por um elenco de peso e um investimento considerável. Paul Mescal, indicado ao Oscar por seu papel em Aftersun (2022), é um dos talentos mais promissores da nova geração. Pedro Pascal, um dos atores mais requisitados atualmente. Denzel Washington, vencedor de duas estatuetas, é sinônimo de excelência. Para completar, Connie Nielsen retorna como a única personagem do elenco original.

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Em termos técnicos, a produção levou a construção de cenários a um nível impressionante, recriando com minúcia não apenas o Coliseu, mas também as imponentes praças, templos e a arquitetura que definiram a Roma Antiga. Uma réplica de 14 metros do Coliseu foi erguida na ilha de Malta, tornando-se um dos maiores sets já criados para um filme.

<h2>Trama</h2>

A trama começa 15 anos depois do fim do primeiro longa. Após a batalha entre Maximus e Commodus (Joaquin Phoenix), Lucilla quer proteger o filho Lucius (Paul Mescal) e decide mandá-lo para o norte da África, na região de Numídia. Enquanto isso, o Império Romano continua a marcha pelo mundo, forçando prisioneiros a lutarem pelas suas vidas.

Tropas do Império Romano, lideradas por Marcus Acacius (Pedro Pascal), chegam às costas da Numídia para conquistá-la. Lucius é feito prisioneiro e levado de volta a Roma para lutar como gladiador. Quando ele vê sua mãe Lucille sentada ao lado de Acacius, com quem se casou, na arena, sua sede por vingança o leva por um caminho parecido com o de Maximus. Na telona, os fãs vão perceber que fisicamente ele é bastante parecido com o antigo protagonista, até mesmo nos gestos, como o de pegar areia no chão antes da luta na arena.

A rivalidade entre Marcus Acacius e Lucius vai dar o tom do filme, mas não parece que será o grande embate que se terá pela frente. Enquanto isso, Macrinus (Denzel Washington), um mercador rico e que vende de tudo um pouco, como armas e até gladiadores, segue com o seu plano de assumir a liderança do Império Romano. Ele planeja as mortes dos imperadores gêmeos Geta (Joseph Quinn) e Caracalla (Fred Hechinger), que são viciados em violência e poder, e da rainha Lucilla. Por ora, a única certeza é de sangue e traições.

<h3>Diretor</h3>

Ridley Scott é um dos diretores mais influentes e visionários do cinema moderno, com uma carreira que se estende por mais de quatro décadas. Nascido na Inglaterra em 1937, ele é conhecido por sua habilidade em criar mundos visuais impactantes e realistas, explorando desde o futuro distópico de Blade Runner (1982) até os desertos do Oriente Médio em Perdido em Marte (2015). Ele ganhou notoriedade com Alien, o Oitavo Passageiro (1979), um clássico do terror. Seu estilo é marcado por uma atenção minuciosa aos detalhes, um rigor estético impressionante e uma capacidade de dirigir cenas épicas que ficam na memória do público.

Com filmes que vão do sci-fi ao drama histórico, o cineasta é mestre em transformar o comum no extraordinário, explorando a tensão entre a fragilidade humana e cenários grandiosos. Seu reconhecimento como um dos grandes nomes de Hollywood foi solidificado com o sucesso de Gladiador (2000), que lhe rendeu o Oscar de Melhor Filme e uma indicação como Melhor Diretor. Ao longo dos anos, Ridley Scott continuou a se reinventar, dirigindo filmes de diversos gêneros, como o suspense Hannibal (2001), o épico Cruzada (2005), e o drama empresarial Todo o Dinheiro do Mundo (2017).

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CURIOSIDADES

Construção 
Um Coliseu de 14 metros foi construído na ilha de Malta para a continuação, cerca de um terço do tamanho da construção original, em Roma.

Figurantes 
Cerca de 500 figurantes foram chamados para encher as arquibancadas, com outros milhares adicionados digitalmente na pós-produção.

Figurino 
A equipe de figurino recriou trajes romanos inspirados em peças históricas e artefatos reais, com detalhes meticulosos para trazer autenticidade aos personagens da nova geração.

Treinamento 
Os atores principais passaram por meses de treinamento físico e combate com espadas, garantindo realismo nas cenas de batalha e homenageando a intensidade do primeiro filme.

Agenda 
O astro Chris Hemsworth, conhecido mundialmente por ser o Thor dos filmes da Marvel, foi cotado para o papel principal, mas devido a conflitos de agenda, a ideia não avançou.

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Protagonizado por Paul Mescal, Gladiador 2 entra em cartaz nas salas de cinema

Honra e Glória

Confira a programação de cinema de Goiânia e Aparecida de 14 a 20 de novembro de 2024

Grade

A Mostra Permanente de Curtas, promovida pela produtora Estratos Filmes, segue em cartaz no Cine Ritz até quinta-feira (14), a partir das 19 horas. Serão exibidos 60 filmes de 18 estados brasileiros, apresentando um panorama diversificado da produção cinematográfica nacional e regional, como Solange Não Veio Hoje, de Hilda Lopes e Klaus Hastenreiter, Dependências, de Luisa Arraes, e a animação Visagens e Visões (foto), de Rod Rodrigues.

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O evento propõe uma experiência abrangente para o público, ao mesmo tempo que oferece um reconhecimento simbólico aos diretores, reforçando o compromisso de valorização da produção independente. O ator e diretor goiano Victor Vinícius é um dos curadores, ao lado do editor cinematográfico Thomaz Deboa e da roteirista Milena Ribeiro.

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O projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo do Governo Federal operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. A entrada é gratuita. Informações: mostrapermanentedecurtas.com.

Mostra de Curtas exibe 60 filmes no Cine Ritz

GRATUITO

Parte das comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Brasil, celebrados em 2024, o filme Toquinho, Incontri e una Chitarra (Toquinho: Encontros e um Violão), dirigido por Erica Bernardini, integra a programação do 19º Festival de Cinema Italiano, que desembarca em Goiânia pelo terceiro ano consecutivo. A programação é gratuita e ocupa o Sesc Centro nos dias 11, 14, 18 e 19 de novembro. Os ingressos devem ser retirados via Sympla.

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Shows, entrevistas e canções que fazem parte do imaginário brasileiro e dos 56 anos de carreira de Toquinho são intercalados com a sua relação com a Itália, país que abrigou ele e Chico Buarque, que moravam juntos, durante a ditadura militar. O documentário foi escolhido pela Embaixada da Itália para compor as comemorações da imigração italiano no Brasil.

Outros seis filmes integram a programação de Goiânia, que exibe produções inéditas e recentes. Na segunda-feira (11), a abertura do festival conta com exibição da comédia Un Mondo a Parte (Um Mundo à Parte), dirigida por Riccardo Milani e estrelada por Antonio Albanese e Virginia Raffaele, com classificação livre. A programação volta na quinta-feira (14), exibindo o filme sobre a vida e obra do cantor e músico brasileiro Toquinho, seguido de Io Capitano (Eu, Capitão), de Matteo Garrone.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/festivais-unificados-da-escola-de-musica-e-artes-cenicas-da-ufg-celebram-os-sons-eruditos-e-populares-1.3197171" target="_blank">Festivais Unificados da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG celebram os sons eruditos e populares</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/filipe-catto-apresenta-show-especial-em-homenagem-a-gal-costa-em-goiania-1.3197155" target="_blank">Filipe Catto apresenta show especial em homenagem a Gal Costa em Goiânia</a></div>

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Em meados dos anos 1980, Aida, uma menina de 12 anos, desconfia das misteriosas ausências do pai, Adriano, e de seu trabalho em uma empresa de importação e exportação em E Se Mio Padre (E Se o Meu Pai) , de Solange Tonnini (Divulgação)

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A agenda do dia 18 de novembro (segunda-feira) é dedicada à comédia. Pare Parecchio Parigi (Parece Bastante Paris), de Leonardo Pieraccioni, é exibido no mesmo dia que Romeo è Giulietta (Romeu é Julieta), de Giovanni Veronesi. A programação se encerra no dia 19, com os filmes E Se Mio Padre (E Se o Meu Pai), de Solange Tonnini, e Palazzina Laf, de Michele Riondino.

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Romeo è Giulietta (Romeu é Julieta), de Giovanni Veronesi, acompanha a busca do renomado diretor teatral Federico Landi Porrini (Sergio Castellitto) por atores perfeitos para sua produção de Romeo e Giulietta (Divulgação)

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Fora do eixo

O formato do festival, que seleciona produções recentes do País em questão, consegue oferecer ao público a oportunidade de assistir a filmes que muitas vezes não chegam ao circuito comercial. “Eventos do tipo têm um papel fundamental no fortalecimento da identidade e da diversidade cultural da comunidade, oferecendo aos participantes a oportunidade de expandir seus horizontes e se conectar com diferentes culturas, além também de desenvolver a educação cultural e a formação de novos públicos e plateias”, aponta Carol Breviglieri, assessora técnica de audiovisual do Sesc Goiás.

Mesmo que a temática pareça ser nichada, ela observa que um evento de 19 edições demonstra sua importância e interesse do público. “A maturidade de um festival com tantas edições também se reflete em sua organização e programação que a cada ano é aprimorada, garantindo que a experiência para o público e demais envolvidos seja ainda melhor”, comenta. “É o terceiro ano consecutivo que o Sesc Goiás recebe o Festival Italiano e é sempre importante dado à visibilidade e à tradição do festival”, destaca.

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Un Mondo a Parte (Um Mundo à Parte), de Riccardo Milani, acompanha Michele Cortese (Antonio Albanese), um professor do ensino fundamental que, após 40 anos ensinando na caótica Roma, encontra a oportunidade de uma nova vida (Divulgação)

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