Luzes neon brilham por todos os lados. O cenário é de apocalipse, meio Blade Runner (1982), um tanto Mad Max (1980). O ferro e o concreto são os elementos medulares que compõem o design da Futuro Club, nova boate de Goiânia que abre as portas nesta quinta-feira (21), no Setor Sul. Com conceito que se lança no hype da música eletrônica, além do hip hop e do funk, a casa noturna quer arrancar os motores empoeirados de um projeto que começou há dois anos, antes da pandemia.LEIA TAMBÉM• Confira a agenda do feriado das boates de Goiânia Um dos setores mais afetados por conta da crise pandêmica, o mercado do entretenimento em Goiânia passa por um considerável aquecimento. De 2021 para cá, momento da liberação de boates e casas de shows após decreto da Prefeitura, diversos projetos paralisados resolveram se lançar na noite da cidade. É o caso da Futuro Club, que foi pensada antes da pandemia, mas que precisou ser interrompida por conta das medidas de isolamento social.“Coincidentemente, a ideia para a narrativa do espaço sempre foi a do futuro distópico, pós-apocalíptico. Tivemos de paralisar tudo e, agora, retomamos o projeto”, explica um dos proprietários da casa, o produtor Luan S. Barbosa. Localizado no meio do Setor Sul, que, ao lado do Marista, se configura como um dos bairros mais notívagos da capital goiana, a Futuro Club deseja se aventurar em shows e discotecagens nacionais. Durante toda a noite, intervenções artísticas com performances propõem conexões artísticas com o público.Para o lançamento da boate, dividida entre o feriado prolongado e a próxima semana, os organizadores do local, Luan Barbosa, Leo Pinheiro e Raphael Sarpe, prepararam um line up especial para a abertura. Se apresentam, por exemplo, nomes como o rapper Rincon Sapiência, o funkeiro FBC, dono do hit Se Tá Solteira, e o DJ de techno Tessuto, produtor da festa Carlos Capslock, de São Paulo. A ideia é fazer uma curadoria musical em programação diversa e conceitual.“Acredito que a Futuro vem para deixar bem claro que as pessoas já estão ávidas a usufruir de sua liberdade, porque nós sentimos na pele o que é ser restringido, o que é não poder abraçar, estar com pessoas, se divertir”, explica Leo Pinheiro. Há 25 anos no batente de festas e casas noturnas de Goiânia, o produtor comanda ao lado de Thiago Borges projetos que já estão no roteiro noturno de Goiânia, caso da Roxy Pub e o Metropolis. “O que o público deseja atualmente é diversidade de música, de curadoria”, diz.SertanejoNo mesmo bonde de projetos que precisaram ser interrompidos por conta da pandemia, a Azzure Club, localizada na Av. 136, no coração do Setor Marista, se lança como uma janela para a cultura da noite sertaneja da capital. Com shows e discotecagens focadas na música autoral produzida em Goiás, o cerne da casa noturna é criar uma espécie de cartão-postal da música sertaneja, além de abrir para outros ritmos. “Foi um investimento pesado. Na semana que abriríamos a Azzure veio o lockdown, em março de 2020. Tivemos de parar todo o nosso trabalho e aguardar a liberação”, conta um dos proprietários da casa, o produtor Santiago Maia.Desde outubro de 2021 que a boate abre aos finais de semana, sempre com uma programação que combina novidades, nomes de peso da música sertaneja e outros artistas de gêneros distintos. Já se apresentaram no espaço, por exemplo, cantores e duplas como Gusttavo Lima, Thiago Brava e Cleyton e Romário. Termômetro do que é lançado no mercado fonográfico e nos estúdios de Goiânia, o espaço seduz tanto o público goiano quanto de outros lugares do Brasil. “O mercado da noite gera renda e cria um turismo único para Goiás”, opina.“A noite foi feita para sonhar”Para a empresária da noite Bárbara Rodrigues Leão, proprietária da Avalon Club, a noite “foi feita para sonhar”. E é por isso que a produtora sempre cria elementos visuais e musicais para as madrugadas da casa noturna localizada no Setor Marista. Brilho, pop, funk, house e performances artísticas colorem a noite do local. “A Avalon sobreviveu à pandemia enquanto boates LGBTQIA+ tradicionais do Brasil fecharam as portas. O cenário ainda está ruim, mas o público e os produtores estão sedentos por noite”, diz.