A Academia Goiana de Letras inicia um novo capítulo sob a liderança de um nome conhecido da casa. Pela terceira vez, a escritora Lêda Selma foi eleita presidente da instituição para o biênio 2026-2028, sucedendo Aidenor Aires. O escritor Ademir Luiz assume a vice-presidência. Realizada na noite de quinta-feira (13), na sede da AGL, compareceram 29 dos 40 membros da instituição e a chapa única obteve 23 votos validados, com cinco em branco e um nulo. A cerimônia de posse deve ocorrer em janeiro de 2026.“A sensação de poder, pela terceira vez, assumir a presidência, é a de quem ama a AGL e sempre, independentemente de fazer parte da diretoria, colabora para o protagonismo e engrandecimento da entidade”, disse a escritora ao POPULAR, que é a primeira a eleger-se para um terceiro mandato na Academia. O primeiro foi de 2015 a 2017 e o segundo de 2017 a 2019. Fundada em 1939, a AGL só passou a admitir mulheres em 1973. Maria do Rosário Casimiro foi a primeira a presidir a casa, nos anos 1990, por dois mandatos.A nova gestão, segundo Lêda Selma, tem como foco enfrentar desafios antigos e urgentes da Academia. Entre eles, a busca por recursos públicos e privados para manter a instituição ativa e garantir a execução dos projetos programados, além da necessidade de ampliar a equipe administrativa, hoje formada por apenas dois funcionários, número insuficiente para atender às demandas da casa. Outro eixo central será ampliar a presença da entidade na sociedade, levando ações para escolas, ruas e com mais atuação também nas redes sociais.“Assim como nas minhas gestões anteriores, queremos dar visibilidade ao nosso trabalho e aproximar estudantes, professores e a comunidade da literatura goiana e cuidar da nossa estrutura física”, afirma ela, sobre a Casa Colemar Natal e Silva, localizada na Rua 20, no Centro. Poetisa, cronista e contista, Lêda ganhou prêmios literários e participou de antologias nacionais e internacionais. Na carreira, publicou mais de 15 livros, entre eles, Das sendas à travessia (1986); Fuligens do sonho (1990) e Pois é, filho (1997).Lêda Selma nasceu na cidade de Urandi (BA), mas mudou-se ainda criança com os pais para Goiânia. Ela construiu sua vida e carreira poética em Goiás. Cursou Letras Vernáculas na Universidade Católica de Goiás (UCG) - hoje PUC-GO, e fez pós-graduação em Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Produtora cultural e professora em diversos estabelecimentos de ensino na capital, a ocupante da 14ª cadeira da AGL integra a União Brasileira de Escritores de Goiás, Associação Goiana de Imprensa, além de outras entidades culturais.Em homenagem às suas contribuições, a presidente recebeu da Câmara Municipal de Goiânia e da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, respectivamente, os títulos de Cidadã Goianiense e Cidadã Goiana. Em 2020, também foi laureada com o Troféu Jaburu, a mais importante comenda da cultura em Goiás. Em novembro de 2024, sua atuação foi destacada no curta-metragem Lêda Selma: Trajetórias, Desenhos e Voos – Fazedora de Poesias, dirigido por Nelson Santos e produzido com apoio do Fundo de Arte e Cultura (FAC).Antes do Batismo Cultural de Goiânia, em 1942, foi criada a Academia Goiana de Letras, pelo advogado Colemar Natal e Silva - a sede da entidade foi a residência onde ele morou com a família. Trata-se da agremiação literária mais proeminente de Goiás. Entre os membros fundadores da Academia, estava o fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira. A AGL compõe-se de 40 cadeiras patroneadas por destacados nomes da literatura, como Geraldo Coelho Vaz, Miguel Jorge, Gabriel Nascente e Edival Lourenço.