Vídeo Português Expresso

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O que dizer? Qual é o correto?

No dia da Consciência Negra, o assunto torna-se ainda mais importante.&nbsp;

É bom lembrar que não se trata apenas de uma questão linguística.&nbsp;

É também cultural, humanitária e filosófica.&nbsp;

Há muitas teorias e muitas visões. Deixe-me, no entanto, esclarecer isso de maneira direta.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/portugu%C3%AAs-expresso/paquerar-e-paca-o-que-tem-a-ver-1.3336557" target="_self">Paquerar e paca. O que têm a ver?&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/portugu%C3%AAs-expresso/por-hora-com-ou-sem-h-1.3333564" target="_self">Por hora. Com ou sem H?&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/portugu%C3%AAs-expresso/brega-e-alem-o-1.3330714" target="_self">Brega é alemão</a></div>

Vamos lá.

As duas palavras estão corretas, mas... acalme-se! Elas não significam a mesma coisa.

Negro é um hiperônimo, ou seja, é um nome de significado abrangente. Já a preto é um hipônimo, isto é, é um nome de significado específico.&nbsp;

Negro abrange pretos e pardos.&nbsp;

Isso significa que todo preto é negro, mas nem todo negro é preto, já que os pardos também são negros.

Essa nomenclatura consta do IBGE e é resultado das ações políticas do Movimento Negro Unido.&nbsp;

Não se esqueça. Além de não errar a gramática, você também não deve ter ser racista.&nbsp;&nbsp;

Fraterno abraço 
Até a próxima 
Professor Carlos André

Negro ou preto?

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Matéria - Magazine

PORTUGUÊS EXPRESSO

Língua portuguesa e matemática

Quando apenas 8,6% dos concluintes do ensino médio dominam matemática e 37,1% atingem o nível adequado em língua portuguesa, não estamos diante de um tropeço: é um sinal de incêndio. Em Goiás, o retrato também arde: só 9,9% dos alunos do 3º ano chegam ao patamar ideal nas duas disciplinas. E, na base do sistema, 59,2% das crianças estão alfabetizadas na idade certa - avanço real, porém aquém da meta de 80% até 2030. Já sabemos que mudanças de slogan não mudam sala de aula; que reformas sem sala de aula são maquetes; e que a desigualdade entra pela porta da escola muito antes da merenda. O que nos falta é estratégia obstinada: menos anúncio, mais execução; menos paixões metodológicas, mais evidência. O Pisa 2022 já nos havia avisado: ficamos abaixo da média da OCDE e concentramos muitos estudantes no nível de baixo desempenho.&nbsp; 
O caminho existe.&nbsp; 
1. Formação docente em serviço, com prática supervisionada; aulas observadas, devolutivas curtas e metas quinzenais valem mais que cursos soltos. 
2. Didática estruturada e avaliação formativa bimestral, com foco em fluência leitora (ciência da leitura) e raciocínio matemático progressivo.&nbsp; 
3. Tutoria intensiva (grupos de 3 a 5 alunos, 3 vezes por semana) para recompor aprendizagens pós-pandemia..&nbsp; 
4. Tempo de aprendizagem: ampliar tempo integral onde houver demanda e capacidade; onde não houver, aumentar blocos de Português/Matemática e instituir “aula de estudo orientado”.&nbsp; 
5. Gestão por metas e transparência: direção escolar com contrato de desempenho, dados abertos por escola e plano de apoio a quem ficou para trás.&nbsp; 
6. Incentivos corretos ao longo do federalismo: condicionar parte de transferências a resultados e esforço (VAAR/Fundeb, convênios)..&nbsp; 
7. Proteção à continuidade: blindagem legal mínima para políticas bem-sucedidas atravessarem mandatos.&nbsp; 
Nada disso é teoria de quadro branco. O Ceará tem mostrado, por anos, que governança, avaliação e incentivos alinhados mudam o chão da escola — inclusive na alfabetização e no ensino médio. É possível repetir o método com sotaque goiano.

Rubens Vieira da Silva 
Silvânia-GO

Erramos 
Diferentemente do publicado na edição desta terça-feira (30), na reportagem “Mortes acendem alerta para bebida adulterada”, quando misturado a bebidas alcoólicas, o metanol apresenta&nbsp;um cheiro semelhante ao do etanol, o que impede sua identificação pelo odor.

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<div attr-cid="policy:1.3212169" attr-version="policy:1.3212169:1734644539" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3212169" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3212169', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3212169">Português expresso (1.3212169)</a></div>

Essa expressão é um pleonasmo? É errado escrever e falar?

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

A resposta à primeira pergunta é SIM. À segunda é NÃO.

Acalme-se, já explico.

Pleonasmo é uma redundância, uma “repetição de sentido no âmbito das palavras, de forma legítima, em certos casos, pois confere maior vigor ao que está sendo expresso.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/portugu%C3%AAs-expresso/anos-de-casado-ou-de-casados-1.3209716" target="_blank">Anos de casado ou de casados?</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/portugu%C3%AAs-expresso/baculejo-1.3207129" target="_blank">BACULEJO</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/portugu%C3%AAs-expresso/estreou-ou-estreiou-1.3204615" target="_blank">Estreou ou estreiou?</a></div>

No Brasil, expressão prefeitura municipal é redundante sim. Segundo o dicionário citado, a palavra prefeitura significa “o governo executivo nos municípios”. Isso significa que não existe prefeitura estadual, federal, mundial ou até intergalática (rsrs). Então, a palavra prefeitura refere-se ao município e é, portanto, um pleonasmo.

Mas...

Cuidado, devagar com o andor que o santo é de barro.

É que o mesmo Dicionário Houaiss prevê também que a palavra prefeitura não estava ligada apenas ao município. A origem é na palavra latina praefectūra, no sentido de administração. Na Roma Antiga, indicava cada uma das grandes divisões do Império, feitas pelo imperador Constantino.

Essa lógica ligada à etimologia faz com que a palavra prefeitura seja usada como lugar de administração, não necessariamente municipal. Um ótimo exemplo para isso é a prefeitura universitária, local de administração das universidades, principalmente federais.

Todas essas informações deixam clara a ideia de que, embora seja redundante no Brasil, a expressão prefeitura municipal não pode ser considerada um vício de linguagem como ocorre em subir para cima, descer para baixo, goteira no teto etc.

Prefeitura municipal é um pleonasmo consagrado, usado pela administração pública como elemento estilístico indicador de reforço da expressão. O pleonasmo é feito para não se terem dúvidas do significado, em razão da origem da palavra.

É evidente que usar apenas o substantivo prefeitura, sem o adjetivo municipal, é também correto. Como gramático normativista, eu até prefiro e recomendo.

Em resumo: escrever e falar prefeitura municipal é pleonasmo consagrado e, portanto, não é errado, em razão da origem da palavra. Caso você queira usar apenas prefeitura, como eu faço, é igualmente correto e mais recomendável, em razão do sentido atual da palavra no Brasil.

É isso.

Até a próxima semana.

Fraterno abraço

Professor Carlos André

Prefeitura Municipal

Português Expresso 

No Dia da Consciência Negra, conheça histórias de lutas e conquistas

Você não sabe o quanto eu caminhei…

Este ano, o especial Falas Negras traz um experimento social que apresenta o julgamento fictício de Wesley Cosme da Silva (Diego Francisco), um jovem negro acusado por homicídio. Suspeito pela morte de um adolescente, Wesley foi reconhecido por uma fotografia presente no “catálogo de suspeitos”, apresentado à mãe da vítima na delegacia. No tribunal reproduzido pelo programa, todos são atores, exceto os jurados, cidadãos comuns que têm a missão definir se o réu é inocente ou culpado. À frente da condução do especial, o apresentador, roteirista e diretor Clayton Nascimento participou de grande parte do processo de construção do episódio, da concepção à direção ao lado de Antonia Prado. “A história do Wesley é uma criação artística completamente baseada em fatos da vida real e mostra para a nossa nação como pessoas jovens e trabalhadoras são levadas à prisão como criminosas, sem direito a uma defesa de qualidade. Também evidencia como as suas vidas são profundamente impactadas pelos reconhecimentos fotográficos realizados nas delegacias pela sociedade civil, ou seja, nós mesmos. Perceberemos como o catálogo de suspeitos não é caso isolado, e para existir, movimenta uma grande parcela da sociedade”, adianta Clayton. Na entrevista a seguir, Clayton Nascimento observa a relevância do tema abordado no programa e conta detalhes da experiência de criar e apresentar essa obra que mistura dramaturgia e experimento social.

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Como se deu a escolha pelo tema “catálogo de suspeitos” para o Falas Negras de 2024?

Sou um artista pesquisador. Tenho essa formação que instiga o criador a buscar temas, perguntas, curiosidades e incômodos sociais para criar possibilidades criativas. Eis que lendo uma matéria do G1, encontro o triste fato de que 83% das pessoas presas injustamente por reconhecimento fotográfico, por meio do catálogo de suspeitos, são negras. Poderia ser eu mesmo, um primo, um vizinho. Achei a porcentagem tão alta! É a partir dessa informação que surge a necessidade de transformar o assunto em arte, criação. Nasceu assim o Falas Negras 2024.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/dia-da-consciencia-negra-veja-o-que-abre-e-o-que-fecha-no-feriado-em-goias-1.3200771" target="_blank">Dia da Consciência Negra: Veja o que abre e o que fecha no feriado em Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/confira-a-programac-o-especial-de-goiania-para-o-dia-da-consciencia-negra-1.3200873" target="_blank">Confira a programação especial de Goiânia para o Dia da Consciência Negra</a></div>

Como surgiu o convite para integrar a equipe do projeto?

Eu havia acabado de fazer a primeira temporada de Macacos (espetáculo de teatro) no Rio de Janeiro, onde pude receber muitas pessoas na plateia. Uma delas foi a Antonia Prado, que também está na equipe de direção. Um dia ela me ligou e fez o convite.

&nbsp;

Qual é a principal proposta desse episódio, na sua opinião?

A principal proposta é mostrar para toda a nossa população brasileira como se dão esses casos. O que veremos é um estudo sobre o tema, então será compartilhado como acontecem, dentro das salas dos tribunais, os julgamentos que podem levar diariamente jovens negros para o sistema carcerário. Se pelos números – que já são chocantes por si só – a nossa sociedade não promove um movimento que exponha esse cenário, sinto que pela emoção que a narrativa promove conseguiremos enviar a mensagem de quão delicado, urgente e importante é falarmos das práticas, do modus operandi dos “catálogos de suspeitos”.

&nbsp;

Como realidade e ficção se misturam nesse episódio?

O protagonista fictício Wesley Cosme da Silva representa milhares de outros jovens reais, negros e brasileiros, de 19 a 25 anos, e que foram presos. Além disso, quando eu estava em sala de roteiro com as competentes parceiras Mariana Jaspe, na escrita ao meu lado, e Jaqueline Neves, na pesquisa de todo o episódio, conseguimos ter acesso e conhecimento de múltiplos e distintos casos vindos do “catálogo de suspeitos”. E, como numa espécie de costura dessas narrativas, pudemos dar origem ao Falas Negras 2024, e ao próprio “Caso Wesley”. Por isso, o nosso Wesley e sua mãe, dona Rosa, certamente representam uma parcela de jovens negros brasileiros que estão clamando por ajuda, e que precisam fazer justiça.

Essa narrativa é inspirada em fatos reais? O que a história do Wesley demonstra para a sociedade?

A história do Wesley é uma criação artística completamente baseada em fatos da vida real e mostra para a nossa nação como pessoas jovens e trabalhadoras são levadas à prisão como criminosas, sem direito a uma defesa de qualidade. Também evidencia como as suas vidas são profundamente impactadas pelos reconhecimentos fotográficos realizados nas delegacias pela sociedade civil, ou seja, nós mesmos. Perceberemos como o “catálogo de suspeitos” não é caso isolado, e para existir movimenta uma grande parcela da sociedade.

Como foi participar desse projeto estando em várias funções, sendo criador, roteirista, diretor e apresentador?

Foi maravilhoso! Deliciosamente desafiador e muito formativo! Certamente, eu entro um profissional para criar, roteirizar, dirigir – sempre ao lado de uma grande equipe – e saio outro dessa vivência. Fiz uma reunião para mostrar o que eu estava criando e, advindo do teatro, como eu poderia tornar a experiência mais televisiva possível. Sorte a minha, pois pude beber direto da fonte de Rosane Svartman, que me deu dicas de ouro na carpintaria da escrita, assim como Manuela Dias, que sempre me apoia com seu conhecido rigor profissional, me falando sobre técnicas e possibilidades. Não posso nunca deixar de falar de Mariana Jaspe, que logo eu mesmo pediria para se tornar minha dupla na escrita, principalmente pelos olhares críticos, formativos e sobretudo construtivos dessas excelentes mulheres. ()

Clayton Nascimento fala sobre a criação e apresentação do especial 'Falas Negras'

Entrevista

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