Como um filme é feito? Quais os caminhos a obra percorre até chegar nas salas de cinema? Quantos e quais profissionais são precisos para criar uma produção? Foi pensando nessas questões que diversos atuantes na cena audiovisual de Goiás participaram ao longo dos últimos meses do projeto Produzindo Filmes. Trata-se de quatro oficinas para iniciantes que foram gravadas e que agora estão disponíveis gratuitamente no site da produtora goiana Fata Morgana.

O projeto foi contemplado no Edital de Chamada Pública (009/2023) de Apoio às Empresas Produtoras de Audiovisual do Estado de Goiás, da Lei Paulo Gustavo. São quatro oficinas disponíveis ao público com conteúdo permanente: Roteiro e Direção com o cineasta e roteirista Alberto Araújo, Produção Executiva com a produtora Débora Torres, Edição com o editor Antônio H. Queiróz; e Fotografia de Still com o fotógrafo Beto Gerolineto.

Contemplando a diversidade de público com total acessibilidade, as oficinas são destinadas aos interessados no fazer cinematográfico e direcionada aos iniciantes de um modo muito particular. O cineasta Alberto Araújo, diretor de filmes como O Voo do Anjo (2024), gravado em Goiânia, explica que são diversos os caminhos percorridos por quem deseja se profissionalizar no audiovisual.

“Toda troca de experiência profissional é válida e importante, principalmente quando se trata de produção de audiovisual”, diz o profissional. Durante a oficina de Roteiro e Direção, Alberto Araújo aborda os temas de maneira menos teórica e mais prática, contando as experiências que viveu, desde o momento solitário em que você se encontra diante de uma tela em branco do computador, até a hora de botar a mão na massa em pleno set de filmagem.

Aprendizado

Outro tema importante do projeto, a oficina de Edição ministrada por Antônio H. Queiróz mergulha na arte de montar e editar um filme, com todos os processos e desafios. “A aula contempla desde a história e técnicas essenciais até estilos mais modernos e experimentais. A oficina passeia por onde podemos iniciar no mundo da edição, tendo um panorama geral sobre técnicas e softwares utilizados”, completa o editor.

Ministrada pela produtora Débora Torres, a oficina de Produção Cinematográfica reitera todas as etapas da produção de um projeto cinematográfico. Atriz, produtora executiva teatral e cinematográfica, a goiana é diretora, roteirista, palestrante e gestora ambiental com mais de 35 anos de carreira. “A oficina destaca desde a ideia até a sua execução, além dos desafios da atividade e estratégias para aperfeiçoar o trabalho”, comenta a goiana.

As oficinas são destinadas a jovens estudantes e adolescentes, além do público da terceira idade que deseja começar a criar filmes, mesmo com a câmera do celular. Para o fotógrafo Beto Gerolineto, que ministra a oficina de Fotografia de Still, o projeto tem uma importância para a realização audiovisual de Goiás, especialmente porque a fotografia e o still desempenham um papel fundamental na preservação e na valorização do cinema goiano.

“O still não é apenas uma ferramenta de divulgação, mas também um meio de documentar os processos criativos e técnicos de uma produção. É por meio desses registros que conseguimos preservar a memória do audiovisual”, salienta o profissional. As oficinas estão disponíveis no site da produtora Fata Morgana, que tem em sua trajetória filmes, videoclipes e programas de TV.

Projeto Produzindo Filmes

Oficinas gratuitas: Roteiro e Direção, Produção Executiva, Edição e Fotografia de Still

Acesso permanente pelo site: www.produtorafatamorgana.com.br

Informações: fatamorganaprodfilmes@gmail.com

Profissionais do cinema feito em Goiás integram projeto de profissionalização

Magazine

Magazine - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Magazine

AUDIOVISUAL

O filme "O Último Azul", do cineasta Gabriel Mascaro, ganhou o Grande Prêmio do Juri no Festival de Berlim, na tarde deste sábado (22), considerado o segundo maior prêmio do evento, atrás apenas do Urso de Ouro, que foi para o norueguês "Drommer", de Dag Johan Haugerud.

<a href="https://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

É a primeira vez que um filme nacional leva o Grande Prêmio do Júri desde 1978, quando "A Queda", de Ruy Guerra e Nelson Xavier, foi laureado. O Brasil já levou o Urso de Ouro em duas ocasiões - com "Central do Brasil", em 1998, de Walter Salles, e com "Tropa de Elite", em 2008, de José Padilha.

A premiação impulsiona a atenção internacional aos filmes brasileiros há uma semana da cerimônia do Oscar, no próximo domingo (2), quando "Ainda Estou Aqui" compete pelas estatuetas de melhor filme, melhor atriz e melhor filme internacional.

Mascaro, diretor dos célebres "Boi Neon" e "Ventos de Agosto", subiu ao palco do Berlinale Palast com seus atores principais, Denise Weinberg e Rodrigo Santoro, e agradeceu ao júri, presidido pelo diretor americano Todd Haynes.

"Muitos filmes que me inspiraram como cineasta estrearam aqui [na Berlinale]. Quero expressar minha mais profunda gratidão ao júri por confiar este prêmio ao meu filme. Ele existe graças à dedicação de muitas pessoas que trabalharam duro para transformar este sonho em realidade", afirmou.

Resumiu ainda a mensagem de sua obra. "Fala sobre o direito de sonhar e a crença de que nunca é tarde para encontrar um novo significado para a vida".

O filme de Mascaro imagina um país que despacha idosos a partir dos 75 anos para colônias, que soa como eufemismo de um governo de slogans e publicidade. A protagonista, Tereza, vivida por Weinberg, prestes a ser exilada, resolve fazer uma coisa que nunca fez na vida e, para tanto, parte em uma jornada pelo único caminho clandestino que lhe restou, os rios amazônicos.

Com uma participação pontual, Santoro dá lastro internacional ao filme no papel de Cadu, um barqueiro que aparece no caminho de Tereza. A obra, exibida nos primeiros dias do evento, era uma das favoritas da competição, liderando em avaliações positivas nas tabelas de críticas de revistas como a Screen International.

Haugerud, diretor do delicado "Drommer", fez um pedido ao público, logo depois de receber o Urso de Ouro: "Escrevam mais, leiam mais. Isso expande a mente. Só fará bem a vocês". Era uma referência à personagem principal de seu filme, uma adolescente que escreve um livro sobre sua paixão por uma professora e dá um nó na cabeça dos adultos em volta.

Entre os outros premiados, o chinês Huo Meng levou o Urso de Prata de melhor direção por "Living the Land", enquanto o romeno Radu Jude, veterano do festival, ganhou o prêmio de melhor roteiro por "Kontinental '25".

No flanco das atuações, o Urso de Prata de atuação principal foi para Rose Byrne, por "If I Had Legs I'd Kick You", enquanto Andrew Scott foi eleito o melhor coadjuvante, por "Blue Moon", de Richard Linklater.

O júri desta edição presidido por Haynes, autor de "Segredos de um Escândalo", tinha como membros o diretor franco-marroquino Nabil Ayouch e o argentino Rodrigo Moreno, a atriz chinesa Fan Bingbing, a figurinista alemã Bina Daigeler, a crítica de cinema americana Amy Nicholson e a atriz alemã Maria Schrader.

Na competição principal da Berlinale, o Brasil também já foi destaque com três brasileiras que levaram o prêmio de melhor atriz - Fernanda Montenegro, por "Central do Brasil", Marcélia Cartaxo, por "A Hora da Estrela", em 1986, e Ana Beatriz Nogueira, por "Vera".

Já os curtas nacionais "Ilha das Flores", de 1990, e "Manhã de Domingo", em 2022, venceram a principal competição do evento.

Nesta edição, "A Hora do Recreio", documentário da diretora brasileira Lúcia Murat, ganhou uma menção especial do júri jovem da mostra Generation, voltada ao público infantojuvenil.

<h2>Conheça os vencedores da competição principal do Festival de Berlim deste ano a seguir.</h2>

Urso de Ouro 
"Drommer", de Dag Johan Haugerud

Grande Prêmio do Júri 
"O Último Azul", de Gabriel Mascaro

Prêmio do júri 
"El mensaje", de Iván Fund

Melhor direção 
Huo Meng, por "Living the Land"

Melhor atuação principal 
Rose Byrne, por "If I Had Legs I'd Kick You"

Melhor atuação coadjuvante 
Andrew Scott, por "Blue Moon"

Melhor roteiro 
Radu Jude, por "Kontinental '25"

Melhor contribuição artística 
Lucile Hadzihalilovic pelo conjunto do filme "La Tour de Glace"

Filme brasileiro 'O Último Azul' leva o Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim

Filme brasileiro com Rodrigo Santoro conquista prêmio em Berlim

CINEMA

"Ainda Estou Aqui" alcançou, no último sábado (15), a marca de 5 milhões de espectadores, beneficiada pela aproximação do Oscar 2025, que acontece no próximo dia 2 de março. O filme concorre a três prêmios, nas categorias de melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz, pelo papel de Fernanda Torres.

<a href="http://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

O longa dirigido por Walter Salles também já arrecadou cerca de R$ 120 milhões na bilheteria global, tendo alcançado aproximadamente R$ 20 milhões nos Estados Unidos desde a sua estreia no mês passado, segundo dados do Box Office Mojo.

De acordo com informações do IMDb, "Ainda Estou Aqui" foi produzido com um orçamento de cerca de R$ 8 milhões de reais e é o filme mais barato entre os indicados ao Oscar de melhor filme nessa temporada.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/filme-ainda-estou-aqui-utilizou-fotos-do-acervo-goiano-para-compor-a-ambientac-o-1.3225850" target="_blank">Filme 'Ainda Estou Aqui' utilizou fotos do acervo goiano para compor a ambientação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/tres-profissionais-de-goias-participaram-da-realizac-o-de-ainda-estou-aqui-1.3227890" target="_blank">Três profissionais de Goiás participaram da realização de 'Ainda Estou Aqui'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/fernanda-torres-se-destaca-em-festival-com-premiac-o-ao-lado-de-ariana-grande-1.3229585" target="_blank">Fernanda Torres se destaca em festival, com premiação ao lado de Ariana Grande</a></div>

O longa contou com recursos privados das produtoras VideoFilmes, criada pelo cineasta e seu irmão João Moreira Salles, RT Features, criada por Rodrigo Teixeira, e a produtora francesa MACT Productions.

As três possuem um longo currículo de filmes nacionais e internacionais que participaram de diferentes festivais e premiações de prestígio e foram bem recebidos pela crítica, caso de "Me Chame pelo Seu Nome", de Luca Guadagnino, "O Farol", de Robert Eggers, e "Central do Brasil", também dirigido por Salles.

A adaptação homônima do livro de Marcelo Rubens Paiva ainda contou com o apoio das coprodutoras Globoplay e Conspiração, e recebeu recursos privados levantados pelas empresas. A distribuição é feita pela Sony Pictures. Em resposta à reportagem, a assessoria de imprensa do filme afirmou que não houve participação de financiamento público no desenvolvimento do longa.

A assessoria de imprensa do filme afirma que não houve participação de financiamento público.

Com o encerramento das votações para o Oscar na noite desta terça-feira (18), a campanha de divulgação de "Ainda Estou Aqui" seguiu forte até os últimos dias. Desde o anúncio dos indicados ao prêmio da Academia em 23 de janeiro, a agenda de Torres entrou em uma nova fase para fortalecer a artista e o filme frente aos votantes.

Entre entrevistas, sessões, participações em festivais e encontros com outras indicadas ao prêmio —caso de Ariana Grande, que concorre ao troféu de melhor atriz coadjuvante por seu papel em "Wicked", e Demi Moore, sua grande rival na categoria pelo terror "A Substância"— a brasileira apareceu em diversos eventos vestindo roupas de marcas luxuosas Chanel, Dior e Carolina Herrera.

É costume que os artistas sejam procurados pelas marcas. Junto de seus stylists, os atores escolhem as roupas que melhor combinam com as propostas alinhadas pela equipe de campanha e que estejam de acordo com as mensagens do filme e personagens interpretados.

No caso de Fernanda, seu stylist de longa data é Antonio Frajado, que trabalha com ela há anos e vem ajudando a compor looks que dialogam com a seriedade da história de Eunice Paiva.

Como as marcas vão atrás de nomes que possam divulgar e dar visibilidade a suas peças, esse valor não costuma estar incluso nos custos de campanha, que no caso de "Ainda Estou Aqui", não foram divulgados até o momento.

&nbsp;

&nbsp;

&nbsp;

'Ainda Estou Aqui' alcança R$ 120 milhões nas bilheterias internacionais

Uma grande pintura com ícones art déco da capital, como o Teatro Goiânia, estampa a entrada do Cine Cultura, que desde o último agosto passa por uma <a href="https://opopular.com.br/magazine/cine-cultura-esta-fechado-para-revitalizac-o-completa-1.3160323" target="_blank">reforma completa</a> em sua estrutura. Ao entrar na sala, quem acompanha de perto o espaço vai se impressionar: novas poltronas, carpete, iluminação, sistema de ar-condicionado e sonorização, painéis acústicos, tela e projetor, tudo com uma roupagem retrô, criam uma nova etapa dos 35 anos do único cinema público da cidade.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

O novo Cine Cultura, localizado no Centro Cultural Marietta Telles, na Praça Cívica, reabre as portas ao público no dia 1º de fevereiro, em um sábado marcado por exibições especiais. Desta quinta-feira (16) até a data de reinauguração, a equipe da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás) ainda tem muito o que fazer: os últimos ajustes estão a todo o vapor, como a instalação das luminárias de piso e os guarda-copos das poltronas.

O restauro teve investimento total de R$ 2,1 milhões, sendo R$ 1,4 milhão da obra e R$ 755 mil dos equipamentos necessários. Os recursos vieram por meio da lei federal Paulo Gustavo, operacionalizados pela Secult Goiás. “O trabalho se concentrou em deixar o espaço oco para fazer as reformas necessárias, com foco na acessibilidade e no recebimento de novos equipamentos. Foi um trabalho muito específico e conjunto”, explica a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria, Bruna Arruda.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/cine-cultura-esta-fechado-para-revitalizac-o-completa-1.3160323" target="_blank">Cine Cultura está fechado para revitalização completa</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/estrelado-por-angelina-jolie-maria-callas-investiga-ultimos-dias-da-diva-da-opera-1.3220381" target="_blank">Estrelado por Angelina Jolie, 'Maria Callas' investiga últimos dias da diva da ópera</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/mma-meu-melhor-amigo-traz-marcos-mion-na-pele-de-lutador-com-filho-autista-1.3220385" target="_blank">"MMA - Meu Melhor Amigo" traz Marcos Mion na pele de lutador com filho autista</a></div>

Na última terça-feira (14), a reportagem do POPULAR foi conferir de perto as novidades do cinema. Um teste de tela e som foi realizado no espaço, com exibições do trailer de Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel (2001), pop premiado de Peter Jackson, e o preto e branco Les Mistons (Os Pivetes, 1957), de François Truffaut. O que mais impressiona é a qualidade do novo projetor e do sistema de som, que garantem a experiência completa.

O Cine Cultura nasceu em 1989 dentro das instalações do Marietta Telles. Uma das maiores reivindicações de quem frequenta o local era o mau cheiro das antigas poltronas, além da falta de opções de pagamento - antes apenas no dinheiro - e da qualidade da projeção dos filmes. Para agora, toda uma mudança estratégica beneficia a sala com a inserção de equipamentos atuais.

“A ideia foi trazer o cinema para os novos tempos, com materiais modernos e compatíveis com o que há de mais contemporâneo em relação às salas audiovisuais”, comenta Bruna. O trabalho da Superintendência Patrimônio Histórico foi todo compartilhado com a equipe do próprio Cine Cultura, que tem como diretor Fabrício Cordeiro há nove anos.

A ideia agora é de que o Cine Cultura sirva como um expoente de circulação dos outros pontos artísticos localizados dentro do Marietta Telles, como o Museu da Imagem do Som (MIS) e sua sala de exposição, e da Biblioteca Pio Vargas. A imersão ao cinema começa, por exemplo, nos corredores do local, que serão decorados com os pôsteres dos filmes em cartaz na sala audiovisual.

<h2>PROGRAMAÇÃO</h2>

A programação completa ainda é segredo, mas a ideia, segundo Fabrício Cordeiro, é de que o Cine Cultura mantenha a agenda focada em filmes com pegadas mais cult e pop, além do cinema nacional e de Goiás, ao lado de produções comentadas e queridas pelo público. “Já estamos negociando com diversas distribuidoras para que possamos exibir um leque de filmes que agreguem diferentes tipos de espectadores”, reitera o diretor.

O Cine Cultura sempre teve um conceito de janela audiovisual que prioriza filmes brasileiros e goianos que não teriam a oportunidade de serem exibidos em salas comerciais de shoppings, por exemplo. Também abre espaço para festivais goianos, lançamentos de filmes de realizadores locais, mostras especiais, como a tão benquista de Halloween, e produções premiadas e comentadas, caso de longas-metragens internacionais que circulam em premiações.

Um dos filmes já confirmados para a primeira semana de inauguração é o documentário Stop Making Sense, do diretor Jonathan Demme, que captura a energia visceral da banda Talking Heads durante um show no Hollywood Pantages Theatre, em Los Angeles. “É um clássico filme-concerto de 1984, muito único na história do cinema. A ideia é manter o compromisso com o público que tem um carinho com o cinema já há muitos anos e atrair novas pessoas para conhecer a sala”, completa Fabrício.

Vem aí o novo Cine Cultura&nbsp;

Confira cinco novidades da nova etapa do cinema público de Goiânia&nbsp;

Pagamento via Pix

Com entrada no valor de R$ 20 (inteira), sendo que sempre às segundas todo mundo paga meia-entrada, o pagamento agora pode ser realizado via Pix. Anteriormente, era apenas no dinheiro.

Pipoca e refrigerante

O cinema ganha uma bomboniere para chamar de sua. No hall, foi instalado um espaço para receber uma lojinha típica de cinema. Ainda está em fase de licitação.&nbsp;

Projetor DCP&nbsp;

Com sonorização e sistema de som 7.1 digital surround, o cinema ganhou um projetor DCP (Digital Cinema Package) com tecnologia 4K e tela Flat (widescreen). O antigo projetor segue ao lado do novo como uma espécie de tributo ao patrimônio audiovisual.&nbsp;

Mural art déco

&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3220413" attr-version="policy:1.3220413:1736983257" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3220413/cine cultura.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Uma pintura realizada pela artista visual Tchella decora a entrada do espaço (Wildes Barbosa)

&nbsp;

Uma pintura realizada pela artista visual Tchella (@tchella_q) decora a entrada do espaço. A profissional pintou alguns símbolos art déco da cidade, como o próprio Centro Cultural Marietta Telles.

Acessibilidade

As obras incluíram a restauração das alvenarias, pisos, lajes e esquadrias, reparos, além de toda uma estrutura moderna de acessibilidade.&nbsp;

Vem aí o novo Cine Cultura: confira como ficou o único cinema público de Goiânia após reforma

CENA ABERTA

Antigo cinema drive-in de Goiânia vira depósito de sucatas

FOTOS DO CINE CANOEIRO

<div attr-cid="policy:1.3123615" attr-version="policy:1.3123615:1711877047" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3123615" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3123615', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3123615">Antigo cinema drive-in de Goiânia vira depósito de sucatas (1.3123615)</a></div>

Milhares de filmes, dezenas de catálogos e inúmeros canais de streamings. Atualmente, grande parte do público apaixonado por cinema assiste as obras cinematográficas em casa ou em as salas disponíveis em shoppings.&nbsp;&nbsp;

No passado, a exibição de filmes começou em outros espaços, como o cinema de rua, igual o nostálgico Cine Ritz, no Centro de Goiânia, que continua de pé até hoje. Antes dele, havia mais de 10 distribuídos principalmente no Centro e Campinas, a partir de 1936, segundo o professor de Cinema da Universidade Federal de Goiás (UFG) Lisandro Nogueira.&nbsp;

Em 1973, uma nova modalidade de cinema foi inaugurada na capital, no setor Santa Genoveva: o Auto Cine Canoeiro. O formato era chamado ‘drive-in', cujo filme era assistido dentro dos carros em um pátio com uma tela branca gigante.&nbsp;

De acordo com o cineasta e pesquisador Eudaldo Guimarães, o espaço se tornou o grande atrativo da capital na época, assim como já fazia sucesso nos Estados Unidos e na Europa. Chegou no Brasil no final dos anos 60, mas em 70 que se expandiu em grande quantidade.&nbsp;

<cite>Era um espaço mais frequentado por casais de namorados. Entrava com o carro. Em volta do cinema tem uma plantação de bambu feito para tampar a tela para que ninguém de fora visse o filme. Tinha que sintonizar o rádio do carro na frequência do cinema para ouvir o som”, detalhou o cineasta.&nbsp;</cite>

<div attr-cid="policy:1.3117988" attr-version="policy:1.3117988:1710351346" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3117988" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3117988', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3117988">FOTOS DO CINE CANOEIRO (1.3117988)</a></div>

<cite>No local ainda há projetores de [película] 35mm, muito usado na época, onde era administrado pela Empresa Goiana de Cinema”, disse Guimarães.&nbsp;</cite>

<img attr-cid="policy:1.3120543" attr-version="policy:1.3120543:1711056163" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3120543/WhatsApp Image 2024-03-21 at 17.47.01.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Simulação simples de como seria a estrutura do antigo cinema drive-in quando estava em funcionamento (Arte O Popular / Reprodução)

Edgar de Oliveira ainda era adolescente quando o Canoeiro foi inaugurado. Por não ter idade para entrar, conseguia subir em um pequeno morro próximo, mas não ia sozinho.&nbsp;

<cite>Eu assistia alguns filmes na parte de trás, do lado de fora, porque não tinha idade para entrar. Não escutava nada, mas o que passava na tela era muito bonito, uma novidade. Eu levava uma ‘namoradinha’ para assistir também”, contou o Edgar.&nbsp;</cite>

<img attr-cid="policy:1.3117978" attr-version="policy:1.3117978:1710349231" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3117978/WhatsApp Image 2024-03-13 at 13.57.48 (1).jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Edgar de Oliveira mora há 28 anos ao lado do antigo cinema drive-in (Rodrigo Melo / O Popular)

Apesar do sucesso no começo, o Auto Cine Canoeiro durou menos de 4 anos, segundo Lisandro Nogueira. Para ele, o público era mais jovem e a maioria dos filmes eram de baixo orçamento. Com o tempo, o formato deixou de ser novidade e as pessoas continuaram a visitar os cinemas de rua.&nbsp;

<cite>Era um cinema comum, com a diferença que você via o filme dentro do carro. Geralmente, os filmes lá exibidos não eram os melhores”, lamentou Nogueira.&nbsp;</cite>

<h2>Depósito de sucatas&nbsp;</h2>

O documentalista e professor de sociologia Vandimar Marques esteve no local, em 2019, para gravar cenas para o documentário "Cinema é isso que você está vendo", em que retratava a história das salas de cinema de rua de Goiânia. Ele lamentou que uma área que foi palco de tanta história terminou "reduzida" a um depósito de sucata.

<cite>Percebi a dimensão histórica das nossas salas de cinema. Mas agora esse passado está reduzido a um depósito de sucatas apreendidas pela prefeitura", disse Marques.</cite>

<cite>Os dois projetores e a tela continuam lá e sendo corroídos pelo tempo. O Cine Canoeiro é uma metáfora de como lidamos com a história das nossas salas de cinema. Abandonamos e deixamos que o tempo os destrua", concluiu o documentarista.</cite>

Edgar acabou não aproveitando o cinema na sua totalidade, pois quando atingiu idade para conseguir entrar, o Canoeiro já havia sido desativado. Contudo, nunca deixou de ter contato com ele. O aposentado mora há 28 anos ao lado da antiga estrutura, área que, atualmente, é administrada pela Secretaria Municipal de Administração (Semad) e se tornou um depósito de carros, motos e até ambulâncias.&nbsp;

No local é possível ver centenas de veículos sucateados e outros ainda seminovos, que são apreendidos pela Secretaria Municipal de Mobilidade. Edgar acredita que tenha mais de 900 veículos no local.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3118296" attr-version="policy:1.3118296:1710436433" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3118296/WhatsApp Image 2024-03-14 at 14.14.17.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Morador que mora ao lado do antigo cine drive-in acredita que há cerca de 900 veículos e sucatas no local (Rodrigo Melo / O Popular)

Segundo o aposentado, os moradores estão com medo de que o lugar seja um grande criadouro do mosquito da dengue, pela situação de alguns veículos que estão batidos e abertos, acumulando água parada.&nbsp;

<cite>Tem um rapaz que administra que vem tomando essas providências, mas sozinho não dá conta porque é muita coisa. São muitos carros, alguns amassados. As vezes dentro do painel, pega aquela água e fica escondida, não dá para ver”, descreveu.&nbsp;</cite>

O desejo dos moradores é que a área, que já pertence à Prefeitura de Goiânia, se tornasse uma praça.&nbsp;&nbsp;

Em nota, a Semad informou&nbsp;que os automóveis estacionados no local são veículos apreendidos e abandonados pelos proprietários e estão passíveis de regularização junto à Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM). Acrescentou que são feitas limpezas periódicas no local, além de ser inspecionado por órgãos de vigilância para evitar&nbsp;evitar a proliferação de focos do mosquito transmissor da dengue.

<h2>Veja a nota completa da Semad</h2>

A Secretaria Municipal de Administração (Semad) esclarece que os automóveis estacionados no local são veículos apreendidos e abandonados pelos proprietários e estão passíveis de regularização junto à Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM). É importante destacar que o local encontra-se desativado para novas apreensões, essas são destinadas à sede da Mobilidade localizada na Rua Recife com BR-153.&nbsp;

Vale ressaltar que a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) realiza limpezas periódicas no espaço e a Vigilância em Zoonoses, por meio de Agentes Comunitários de Endemias (ACEs), efetua inspeções em todo o espaço e bens para evitar a proliferação de focos do mosquito transmissor da dengue.&nbsp;

Além disso, a Mobilidade dispõe de uma empilhadeira que opera no levante dos veículos para auxiliar no trabalho das equipes.&nbsp;