Correção de textos, formatação de documentos, pesquisa em bancos de dados, dispositivos de busca, ordens rotineiras no ambiente doméstico. Essas e tantas outras funções do dia a dia não são mais novidade e muitas delas são possíveis graças a tecnologias que utilizam Inteligência Artificial, otimizando processos, economizando tempo e dinheiro em tarefas repetitivas. Mas a IA avança de forma exponencial e em 2024 o debate em torno dela firmou-se num outro patamar, o da criação de conteúdos ditos originais, uma vez que suas versões mais atuais, com aprendizado de máquinas e a chamada Inteligência Artificial Generativa, abriram novas perspectivas para seu emprego, por exemplo, no campo das artes. Essa é uma fronteira sensível, que suscita diversos debates éticos e legais. Com a capacidade, a partir de prompts – instruções que o usuário dá aos modelos de IA para a execução de uma tarefa específica –, de criação de roteiros de cinema, obras de ficção, vídeos, desenhos, partituras musicais, mixagens de som e outros produtos antes exclusivos da criatividade humana, temores ficaram mais intensos sobre até onde a IA poderá impactar, quando não transformar completamente, a arte tal qual a conhecemos. Há reações diferentes de artistas em relação a essa nova realidade. Alguns não veem riscos tão graves assim, considerando a IA uma tecnologia inovadora que pode contribuir em muitos aspectos. Outros temem consequências funestas na criação humana, chegando a discussões de cunho existencial. Todos concordam, porém, que é um processo irreversível.