Quer pegar um cineminha? Confira as estreias da semana em Goiânia e Aparecida

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Estreias

Para quem não abre mão de um bom cineminha, chegou uma das datas mais esperadas do ano. Começa nesta quinta-feira (28) e segue até 3 de setembro a Semana do Cinema, campanha nacional que oferece ingressos a apenas R$ 10 para todos os filmes em cartaz. A iniciativa é promovida pela Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec) e conta com a participação de redes de cinema em todo o Brasil. Além dos preços reduzidos, a ação também movimenta o setor exibidor, atrai novos públicos para as salas e reforça a experiência coletiva de assistir a um filme na telona.Na última edição, realizada em fevereiro, mais de 4,2 milhões de ingressos foram vendidos. A expectativa é superar essa marca. Em Goiânia e região metropolitana, já confirmaram participação as redes Cinemark (Flamboyant Shopping e Passeio das Águas Shopping), Cineflix (Aparecida Shopping), Cinemais (Shopping Bougainville, Portal Shopping e Portal Sul Shopping), Cinépolis (Shopping Cerrado), Kinoplex (Goiânia Shopping), Moviecom (Buriti Shopping) e Cinex (Centro Cultural Oscar Niemeyer). Pré-estreias e salas especiais não fazem parte da campanha.A programação dos cinemas goianos inclui filmes de comédia, ação, terror, animação e ficção científica. Estão em cartaz produções como Os Caras Malvados 2 (foto), Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, Corra Que a Polícia Vem Aí! e Faça Ela Voltar. A campanha também é uma oportunidade para quem perdeu estreias recentes e deseja assistir aos sucessos da temporada em tela grande por um preço acessível. Em sua sétima edição, a Semana do Cinema reforça o papel cultural das salas de exibição no Brasil. Realizada duas vezes por ano, a ação já levou mais de 20 milhões de pessoas ao cinema desde a estreia, em 2022, mostrando o apelo do projeto junto ao público. Para a Feneec e para as redes participantes, a iniciativa é vista como uma estratégia de aproximação com a plateia, incentivando novos hábitos de consumo e ajudando a consolidar o cinema como espaço de lazer, convivência e formação cultural.

Semana do Cinema 2025 começa com ingressos a R$ 10

Goiás

Imagine completar 75 anos e ser afastado da sua família por conta de uma política de exílio forçado do governo, destinada a enviar idosos para colônias onde devem passar os últimos dias de vida. Essa é a realidade projetada em O Último Azul, que estreia nesta quinta-feira (28) nas salas de cinema de Goiânia. Vencedor de três prêmios na 75ª edição do Festival de Berlim, incluindo o Urso de Prata - Grande Prêmio do Júri, e selecionado para disputar uma vaga no Oscar 2026, o longa acompanha Tereza (Denise Weinberg), que aos 77 anos embarca numa jornada em busca de liberdade.

A proposta do filme é justamente essa: retirar o espectador da zona de conforto, provocar reflexões e desconstruir certezas sobre o envelhecimento. Trabalhar com discursos potentes é uma marca que já acompanha a carreira do diretor Gabriel Mascaro. Em Boi Neon (2015), ele discutiu a estupidez sexista no universo do vaqueiro nordestino; em Divino Amor (2019), o cineasta escancarou as contradições de um fundamentalismo religioso que se confunde com política. Agora, ele debocha da incoerência do etarismo e ironiza os mecanismos do sistema capitalista.

“Aos 70 começa a crise do encosto, que eu chamo. As pessoas começam a te encostar. As mulheres são obrigadas a fazer procedimentos estéticos, porque não se aceita o envelhecimento natural na mulher como se aceita nos homens. Homem grisalho é charmoso. A gente virou escrava disso. Valorizo minhas rugas, e é muito difícil encontrar uma atriz da minha idade — estou chegando aos 70 — que não tenha feito algum procedimento estético. Quando você envelhece, há coisas interessantes para fazer depois”, comenta Denise, em entrevista por videochamada ao POPULAR.

A personagem da atriz, Tereza, trabalha como faxineira em uma indústria frigorífica de jacarés, em algum lugar na Amazônia. Ela leva uma vida simples e pacata até que é convocada antecipadamente para uma colônia habitacional de idosos. Anteriormente, o limite de idade para o envio era 80 anos; agora, a regra caiu para 75. Aos 77, numa corrida contra o tempo, a protagonista busca viver tudo que não viveu, como voar de avião — um grande sonho. Mas, para realizar essas experiências, precisa da autorização da filha, que sempre nega tudo para ela.

Do seu jeito, Tereza embarca numa missão para voar de ultraleve, já que em um voo comercial isso seria impossível. No início da jornada, conta com a ajuda do barqueiro Cadu, vivido por Rodrigo Santoro. Apesar da postura de “machão”, ele se revela sensível e constrói com a protagonista uma relação quase de mãe e filho. Cadu tem algo raro naquele universo em relação aos idosos: tempo. Tempo para ouvir, para acompanhar e até para ensiná-la a pilotar um barco, garantindo assim que ninguém trave seu caminho. Uma verdadeira lição de vida.

Durante a viagem, Cadu encontra um caracol baba-azul, bicho que expele uma gosma luminosa. A lenda diz que uma gota, pingada nos olhos, seria capaz de revelar o futuro. Tereza, num primeiro momento, não acredita, mas o episódio se transforma em metáfora e aprendizado. A jornada segue até o encontro com Ludemir (Adalino), dono de uma pequena aeronave que não consegue decolar. Movida pelo desejo de voar, Tereza investe quase todo o dinheiro no conserto do ultraleve — um sonho que insiste em não sair do chão.

Cansada da espera e das promessas não cumpridas, Tereza desiste do voo e retorna para casa, onde aguarda o momento de ser levada para a colônia. Antes do embarque, porém, decide fugir e cruza o caminho de Roberta, vivida pela atriz cubana Miriam Socarrás — uma vendedora de bíblias digitais. Dona de um barco herdado, Roberta comprou sua liberdade e navega por diversos lugares sem precisar se preocupar com o governo. Juntas, as duas personagens divertem e, ao mesmo tempo, se tornam uma afronta ao etarismo e aos estereótipos sobre o que significa envelhecer.

“É uma bela história. Quando o Gabriel me mandou o texto, disse que poderia contribuir e queria fazer essa viagem. Minha intuição dificilmente erra. Sobre a trama, a Tereza se transforma não por ela mesma, mas pelos conhecimentos que absorve dos outros. Ela vai entendendo que existem outras saídas na vida que não eram aquelas que tinha no início do filme — aquela vidinha, a casinha, o emprego, aquela rotina desgraçada. É uma saga quase épica. Adoro trabalhos que me tiram do conforto, dessa vida ordinária”, avalia Denise, que, em 2016, recebeu o Prêmio APCA de Melhor Atriz de Teatro com a peça Testamento de Maria.

A parceria entre as atrizes é poderosa em cena. Roberta vende fé, mas ironicamente não acredita em Deus. Tereza se torna um braço importante nesse negócio e uma grande amiga. O sonho de voar ficou para trás; a corrida agora é pela liberdade de envelhecer sendo útil. O Último Azul acerta em roteiro, direção, elenco e na fotografia, assinada por Guillermo Garza, tornando-o um forte candidato a representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2026, apesar de O Agente Secreto ser o grande favorito.

Sucesso

O Último Azul já foi selecionado para mais de 40 festivais ao redor do mundo e tem distribuição garantida em 65 países. No Festival de Berlim, destacou-se no “jury grid” do Screen International, com a maior média de notas dos críticos, além de conquistar o Prêmio do Júri Ecumênico e o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost. O longa mantém 100% de aprovação no Rotten Tomatoes.

Além disso, foi selecionado para a 50ª edição do Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF), que acontece de 4 a 14 de setembro, no Canadá, integrando o programa Centrepiece, voltado para obras de diretores contemporâneos aclamados. A carreira internacional também rendeu a Denise Weinberg o prêmio de Melhor Interpretação no Festival de Guadalajara, além do título de Melhor Filme Ibero-Americano de Ficção.

Entrevista / Rodrigo Santoro

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“Estamos vivendo um momento único”

Com mais de 30 anos de carreira, Rodrigo Santoro esteve em cerca de 70 projetos audiovisuais, sendo mais da metade produções internacionais. Sua atuação em longas como Bicho de Sete Cabeças (2000), de Laís Bodanzky, Abril Despedaçado (2001), de Walter Salles, e Carandiru (2003), de Hector Babenco, lhe rendeu diversas premiações em festivais pelo mundo e abriu espaço para estrelar projetos fora do país. Em 2004, foi laureado com o prêmio Trophée Chopard do Festival Cannes. Seus trabalhos recentes nacionais foram a série sucesso de público Bom Dia, Verônica (2024 na Netflix), os longas 7 Prisioneiros (2021), de Alexandre Moratto, que teve sua estreia mundial no Festival de Veneza; Turma da Mônica - Laços (2019), de Daniel Rezende e a animação Arca de Noé (2025), inspirada na canção de Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Em entrevista ao POPULAR, o ator falou sobre o momento do cinema brasileiro, a participação no longa O Último Azul e os próximos projetos da carreira. &nbsp;&nbsp;

O Último Azul retrata o envelhecimento, tema tão importante na atualidade. Como foi viver esse projeto? 
Pra mim foi uma experiência muito particular, porque eu também estou lidando com esse tabu, esse marco simbólico que são os 50 anos. Quando eu era moleque, olhava para essa idade e pensava como seria quando chegasse lá — e a referência que eu tinha eram meus pais. Eu nunca imaginava que estaria jogando bola, surfando, jogando tênis, inventando de ter uma filha nessa altura da vida. Hoje me sinto ótimo, e poder falar de um filme que justamente levanta essa reflexão — como nos relacionamos com o envelhecimento, como lidamos com os idosos — é algo universal. O Gabriel Mascaro foi feliz na forma como narra o filme, porque ele usa o humor e a poesia, o que envolve o espectador e, ao mesmo tempo, propõe uma reflexão muito contemporânea e muito forte. Vivemos num mundo em que as pessoas tentam não envelhecer, e o longa trata justamente disso. É uma obra sobre a vontade de viver, de sonhar, de mostrar que nunca é tarde para redescobrir a vida, ressignificar as coisas.

Qual foi sua percepção depois de assistir ao filme? 
A tristeza aparece quando a gente se reconhece na forma como tratamos os idosos, nós como sociedade. Não é um filme apenas sobre o Brasil, mas sobre os seres humanos e como lidamos com o envelhecimento. É uma trama apaixonada por sua protagonista, que apoia sua resistência e sua vontade de viver, de não aceitar aquilo que está sendo imposto a ela. Há uma grande metáfora aí: o que acontece quando alguém chega aos 70, 75 anos? Como encaramos esse ‘resto de vida’? Muitas vezes não é de uma forma saudável. O filme nos provoca justamente a pensar sobre isso.

O cinema nacional ganhou grande visibilidade em Hollywood, ainda mais depois do Oscar e do sucesso de Ainda Estou Aqui. Como você avalia esse momento? 
Estamos vivendo um momento muito peculiar, único. Não me lembro de outro ano em que fomos premiados nos três principais festivais do mundo: O Último Azul em Berlim; Ainda Estou Aqui ganhando o Oscar; e, em Cannes, O Agente Secreto sendo premiado com Kleber Mendonça Filho e Wagner Moura. É um período muito potente de reconhecimento mundial. Mas, para mim, o mais importante foi o que aconteceu com o longa do Walter Salles: todo mundo foi ao cinema assistir. Isso é o que realmente pode transformar a nossa indústria, porque quando o público ocupa as salas, ele participa ativamente do fomento do audiovisual. Nós contamos nossas histórias para os brasileiros e, nesses casos, elas acabam atravessando fronteiras. Por isso, é inspirador ver a onda que Ainda Estou Aqui gerou, com aquele público enorme, e torcer para que esse orgulho que o brasileiro está sentindo da nossa arte se converta ainda mais nas salas.

Quais os próximos projetos da sua carreira? 
Tenho alguns trabalhos para estrear: Corrida dos Bichos, dirigido por Fernando Meirelles e Ernesto Solis, produção da Prime Video que deve ser lançada ainda em 2025 ou no início de 2026; O Filho de Mil Homens, com roteiro e direção de Daniel Rezende, para a Netflix, previsto também para 2025; e no momento estou gravando a série Brasil 70 — A Saga do Tri, que narra a história do título do Brasil na Copa do Mundo de 1970. Estou interpretando um personagem icônico e muito complexo, que está me desafiando bastante fazer, que é o João Saldanha, grande nome do jornalismo esportivo. É isso!

Protagonizado por Denise Weinberg e com Rodrigo Santoro no elenco, 'O Último Azul' chega aos cinemas goianos

Cinema

Ao abrir prazo de 24 horas para que os partidos e/ou vereadores apresentem blocos para formação da Comissão Especial e Investigação (CEI) da Limpa Gyn, o presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (PRD), ajuda o prefeito Sandro Mabel (UB) a tentar obter maioria na comissão. Com indicação dos membros apenas pelas bancadas, conforme ocorria até a decisão de Romário na manhã desta quarta-feira (27), a oposição e o grupo de 16 vereadores que propuseram a investigação já tinham indicado cinco dos sete membros titulares.

Os vereadores Luan Alves e Pedro Azulão, MDB, Cabo Senna (PRD), Lucas Kitão (UB), todos signatários da CEI, e Fabrício Rosa (PT) haviam sido indicados por suas bancadas. Agora essa composição será revista com a formação dos blocos de vereadores, prevista no regimento interno. Cada bloco deve ter quatro membros e concorre com os partidos nas indicações de membros das comissões de investigação.

Na sessão de hoje, quatro blocos foram formados, três com vereadores da base aliada e um com vereadores de partidos que não teriam espaço no formato anterior. São da base de Mabel os blocos Governança (Ronilson Reis, Wellington Bessa, Markim Goyá e Isaías Ribeiro); Parlamento Forte (Anselmo Pereira, Henrique Alves, Sargento Novandir e Thialu Guiotti); e o Bloco Parlamentar (Juarez Lopes, Tião Peixoto, Rose Cruvinel e Leia Klébia). O bloco Liderança é formado por Sanchez da Federal, William do Armazém, Heyler Leão e Dr. Gustavo.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/ccj-aprova-projeto-que-revoga-a-taxa-do-lixo-1.3305054" target="_self">CCJ aprova projeto que revoga a taxa do lixo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/pl-indica-willian-veloso-para-cei-do-limpa-gyn-1.3305009" target="_self">PL indica Willian Veloso para CEI do Limpa Gyn</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/exonerac-es-causam-reac-o-e-vereadores-acusam-chantagem-1.3304894" target="_self">Exonerações causam reação e vereadores acusam 'chantagem'</a></div>

Na quarta-feira (20) Sandro Mabel fez uma visita surpresa à Câmara de Goiânia e conversou reservadamente com Romário Policarpo, e os vereadores Henrique Alves e Thialu Guiotti. O prefeito pediu ajuda ao presidente para reconstruir sua base na Câmara depois do atrito com os 16 vereadores que assinaram a CEI, entre eles seu próprio líder, Igor Franco (MDB). Mabel disse que poderia ter uma base mais enxuta, com 23 a 25 membros. A abertura de prazo para formação de blocos foi um gesto de Romário neste sentido.

As articulações vão continuar até a reabertura dos trabalhos na manhã desta quinta-feira, quando se encerra o prazo de 24 horas. Vereadores da oposição (PT, PSDB) que não assinaram a CEI agora se articulam com o grupo dos 16 para manter a maioria oposicionista na CEI, ao mesmo tempo em que a base também tentará fechar o grupo de fato fiel ao prefeito.

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Base manobra para ajudar Mabel a ter maioria na CEI da Limpa Gyn

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CHEGA PRA CÁ

<img attr-cid="policy:1.3301970" attr-version="policy:1.3301970:1755653254" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3301970/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Hospital e Maternidade Dona Iris será administrada pelo Instituto Patris (Wesley Costa / O Popular)

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) negou um pedido de liminar para barrar a contratação de Organizações Sociais (OSs) para <a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-cria-comiss-o-de-transic-o-para-oss-substituirem-fundahc-1.3292322" target="_blank">gerenciar as maternidades municipais</a> de Goiânia, protocolada pelos parlamentares petistas, os vereadores Fabrício Rosa e Edward Madureira, e o deputado estadual Mauro Rubem.

A ação buscava a suspensão imediata da Portaria 140/2025 e do Edital de Chamamento Público nº 001/2025, alegando que representavam um risco de precarização da saúde pública municipal. Contudo, a Justiça entendeu que não houve irregularidades por parte da prefeitura, e que o caso não demonstrava urgência que justificasse o imediato cancelamento.&nbsp;A decisão foi assinada na terça-feira (26) pelo juiz William Fabian da 4ª Vara de Fazenda Pública Municipal e de Registros Públicos.&nbsp;&nbsp;

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A ação popular foi apresentada no dia 12 de agosto deste ano, após a prefeitura anunciar o rompimento do contrato com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que geria o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI) e a Maternidade Nascer Cidadão (MNC).&nbsp;

Os parlamentares pediram à Justiça a anulação da portaria e do edital, que, segundo eles, descumprem a Resolução nº 208/2025 do Conselho Municipal de Saúde (CMS), publicada em junho, “que exigiu a revogação imediata da Portaria 140/2025 e a suspensão total do edital de terceirização”.&nbsp;

Para os autores, também houve “graves falhas” no edital de chamamento público da SMS, que não especifica quantas unidades serão terceirizadas, quais serviços serão entregues às OSs, se haveria fornecimento de medicamentos ou quantos funcionários deverão ser contratados.&nbsp;&nbsp;

Também houve o destaque de que há aprovados no concurso público de 2020 que aguardam convocação. Para os parlamentares, o processo permite “escolha subjetiva” de empresas pelo prefeito, sem critérios técnicos objetivos.&nbsp;

Além da suspensão, a ação propunha a fixação de multa diária em caso de descumprimento, e a determinação para que a Secretaria Municipal de Saúde cumpra integralmente a Resolução nº 208/2025.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-de-goiania-antecipa-entrada-de-oss-nas-maternidades-1.3303477" target="_blank">Prefeitura de Goiânia antecipa entrada de OSs nas maternidades</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/saude-define-oss-que-v-o-assumir-maternidades-municipais-em-goiania-1.3294772" target="_blank">Saúde define OSs que vão assumir maternidades municipais em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/fundahc-deixara-gest-o-das-maternidades-em-29-de-agosto-1.3301971" target="_blank">Fundahc deixará gestão das maternidades em 29 de agosto</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/fundahc-pressiona-prefeitura-por-r-50-4-mi-para-rescis-es-1.3304438" target="_blank">Fundahc pressiona Prefeitura por R$ 50,4 mi para rescisões</a></div>

<h2>Alegações</h2>

Em nota enviada pela assessoria,&nbsp;Mauro Rubem&nbsp;informou que a decisão cabe recurso e que irá recorrer. Ele lamentou pela razão do juiz entender que não é caso de urgência: “Sabemos que a situação é insustentável, e quem precisa de atendimento não está tendo o seu direito à saúde respeitado, como tem ocorrido nas maternidades, por exemplo”&nbsp;(veja nota completa no final da matéria).&nbsp;

Já Fabrício Rosa afirmou, em nota, que respeita a decisão, mas não concorda com ela. Justificou que a entrega das unidades de saúde para as OSs “é um retrocesso, pois fragiliza o SUS, precariza o trabalho dos profissionais e transforma um direito em mercadoria”&nbsp;(veja nota completa no final da matéria).&nbsp;

O vereador Edward Madureira respondeu, em nota, que&nbsp;o fato de o juízo não ter identificado as irregularidades não é o mesmo que dizer que o mérito da ação foi desconsiderado. Ele alegou estar convicto de que&nbsp;"a terceirização da saúde municipal, já em curso, compromete a qualidade do atendimento à população, ameaça a transparência na gestão dos recursos públicos e esvazia a função constitucional do Estado na prestação direta de serviços essenciais"&nbsp;(veja nota completa no final da matéria).

Em nota ao POPULAR,&nbsp;a&nbsp;Secretaria Municipal de Saúde disse que&nbsp;a gestão das maternidades municipais já é terceirizada e que realiza apenas a troca da instituição gestora das unidades de saúde. "A mudança é necessária para assegurar a continuidade e qualidade da assistência à saúde materno-infantil, diante de constantes paralisações de serviços pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc)". A pasta pontuou ainda que os convênios firmados entre a secretaria e a Fundahc preveem que a rescisão pode ser realizada de forma unilateral, por qualquer uma das partes&nbsp;(veja nota completa no final da matéria).

<h2>Decisão&nbsp;</h2>

Ao decidir sobre a liminar, o juiz William Fabian descreveu que, para o pedido de tutela de urgência, é preciso demonstrar “a probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo”, o que, segundo ele, não foi apresentado.&nbsp;&nbsp;

Também destacou que o modelo de gestão por OSs já foi considerado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para o juiz, esse tipo de gerência não se trata de “privatização ou delegação indevida de serviços públicos, mas de parceria nos moldes constitucionalmente admitidos”.&nbsp;

O magistrado justificou que o edital seguiu “rigorosamente” as diretrizes impostas na lei federal e municipal, e que ele estabelece requisitos claros de qualificação e remete à publicação de critérios específicos em edital posterior.

<cite>A Lei Federal nº 9.637/98 e a Lei Municipal nº 8.411/06 autorizam expressamente a qualificação de OS's na área da saúde, e a Resolução nº 208/25, ao vedar de forma genérica qualquer processo de qualificação, extrapola a competência do Conselho, invadindo atribuição reservada ao Poder Executivo”, afirmou.&nbsp;</cite>

Para ele, a suspensão imediata poderia prejudicar a continuidade dos serviços de saúde municipal, afetando o atendimento à população, e não há demonstração de dano iminente ao patrimônio público ou à moralidade administrativa que justifique a concessão da medida liminar.&nbsp;

<cite>Ante o exposto, por não vislumbrar a presença dos requisitos autorizadores da tutela de urgência, especialmente a probabilidade do direito e o perigo de dano, indefiro o pedido liminar”, concluiu.</cite>

<h2>Novas gerências</h2>

No fim de julho, a gestão <a href="https://opopular.com.br/cidades/fundahc-e-notificada-sobre-fim-do-contrato-com-maternidades-1.3293594" target="_blank">notificou a Fundahc sobre o fim dos contratos</a>, após meses de desgaste com a Prefeitura. No dia 31, O POPULAR <a href="http://opopular.com.br/cidades/saude-define-oss-que-v-o-assumir-maternidades-municipais-em-goiania-1.3294772" target="_blank">revelou quais OSs vão gerir as maternidades da capital</a>.&nbsp;

O Instituto Patris receberá R$ 5,5 milhões mensais para administrar o HMDI; a Sociedade Beneficente São José (SBSJ) terá R$ 5,1 milhões para gerir o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara (HMMCC); já a Associação Hospital Beneficente do Brasil (AHBB), R$1,9 milhão mensal para cuidar da Maternidade Nascer Cidadão (MNC).

Devido a piora do cenário, situação em que as maternidades&nbsp;Célia Câmara e Nascer Cidadão ficaram com partos paralisados, e Dona Iris enfrentou problemas com falta de insumos, a Prefeitura <a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-de-goiania-antecipa-entrada-de-oss-nas-maternidades-1.3303477" target="_blank">antecipou a entrada das OSs</a>, ainda na última sexta-feira (22).&nbsp;

Estava previsto que a Fundahc entregaria a gestão nesta sexta-feira (29), mas o Instituto Patris assumiu de forma plena a Dona Iris neste sábado (23), e a Associação Hospital Beneficente do Brasil (AHBB) tomará frente integralmente da Nascer Cidadão nesta quinta-feira (28).&nbsp;

No entanto, a Fundahc&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/cidades/fundahc-pressiona-prefeitura-por-r-50-4-mi-para-rescis-es-1.3304438" target="_blank">pressiona a SMS para que ela repasse</a> o recurso necessário para que a fundação pague as rescisões trabalhistas dos seus colaboradores. A Fundahc alega que, por conta dos repasses insuficientes por parte da Prefeitura, utilizou valores do fundo rescisório para cobrir despesas e pede R$ 50,4 milhões para arcar com os encargos.

<img attr-cid="policy:1.3304437" attr-version="policy:1.3304437:1756172043" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3304437/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Diretora da Fundahc, Lucilene de Sousa: “Tudo está documentado” (Wesley Costa / O Popular)

<h2>Nota do vereador Fabrício Rosa (PT)</h2>

A Justiça negou nosso pedido de liminar para suspender a terceirização da saúde em Goiânia. Respeitamos a decisão, mas não concordamos com ela. A entrega das unidades de saúde para Organizações Sociais é um retrocesso, pois fragiliza o SUS, precariza o trabalho dos profissionais e transforma um direito em mercadoria.

A experiência em Goiás e em todo o Brasil já mostrou que as OSs têm sido um escoadouro de recursos públicos e um verdadeiro antro de corrupção.&nbsp;

Em vez de resolver os problemas da saúde, abrem brechas para desvios, superfaturamento e má gestão, enquanto a população sofre com falta de médicos, exames e atendimento digno.

Seguiremos lutando na política, na militância, na Justica para que a saúde pública seja fortalecida e não entregue aos interesses privados. Saúde é direito, não negócio.

<h2>Nota do deputado estadual Mauro Rubem (PT)</h2>

Cabe recurso sim.&nbsp;O juiz entendeu que não é caso de urgência, entretanto, a gente sabe que a situação é insustentável, e quem precisa de atendimento não está tendo o seu direito à saúde respeitado, como tem ocorrido nas maternidades, por exemplo.

<h2>Nota do vereador Edward Madureira (PT)</h2>

Respeito a decisão proferida pela 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal de Goiânia, que indeferiu o pedido liminar formulado em nossa Ação Popular conjunta. No entanto, nunca é demais pontuar que o fato de o juízo não ter identificado a presença de elementos ensejadores de uma cautelar não é o mesmo que dizer que o mérito da ação fora desconsiderado. O processo ainda não se debruçou sobre as inequívocas ilegalidades apontadas, tampouco sobre os riscos iminentes que a terceirização representa para a saúde pública em Goiânia. Neste particular, tenho muito otimismo de que a justiça acatará nossas alegações.&nbsp;

Trata-se de um processo marcado por ambiguidades e pela ausência de mecanismos de fiscalização adequados, o que abre espaço para a precarização da gestão e do trabalho na rede municipal de saúde.

Reafirmo a convicção de que a terceirização da saúde municipal, já em curso, compromete a qualidade do atendimento à população, ameaça a transparência na gestão dos recursos públicos e esvazia a função constitucional do Estado na prestação direta de serviços essenciais. Prosseguirei na defesa do cumprimento integral da Resolução do Conselho Municipal de Saúde e da valorização da rede pública, com servidores concursados e sob controle social democrático.

Vereador Professor Edward (PT)

<h2>Nota da SMS</h2>

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) ressalta que a gestão das maternidades municipais já é terceirizada e que realiza apenas a troca da instituição gestora das unidades de saúde. A mudança é necessária para assegurar a continuidade e qualidade da assistência à saúde materno-infantil, diante de constantes paralisações de serviços pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). 
 
A SMS destaca que o modelo de gestão por organizações sociais sem fins lucrativos no Sistema Único de Saúde (SUS) é previsto por lei desde 1998 (Lei 9.637/98) e que a iniciativa da pasta visa ampliar a eficiência operacional das unidades, qualificar o cuidado oferecido aos pacientes e trazer economicidade. 
 
A SMS pontua ainda que os convênios firmados entre a secretaria e a Fundahc preveem que a rescisão pode ser realizada de forma unilateral, por qualquer uma das partes.

Justiça nega pedido para barrar contratação de OSs para gerir as maternidades de Goiânia