O cinema brasileiro perdeu um de seus grandes mestres e Goiás um amigo ilustre. Cacá Diegues, um dos fundadores do Cinema Novo, morreu aos 84 anos na madrugada de sexta-feira (14), após complicações de uma cirurgia na próstata no Rio de Janeiro. Ele deixa um legado que transcende o tempo. De Xica da Silva (1976) a Bye Bye Brasil (1980), sua câmera capturou a alma do País em cores, ritmos e histórias que seguem ecoando. Visionário, traduziu o Brasil em movimento, transformando a tela em poesia, crítica e sonho. Seu nome se eterniza na memória do cinema, onde sua obra continua a influenciar várias gerações. Carlos José Fontes Diegues nasceu em Maceió em 19 de maio de 1940, mas foi no Rio, para onde se mudou com a família aos 6 anos, que construiu sua trajetória. Ele estudou Direito na PUC, onde começaria sua aproximação com o cinema ao fundar um cineclube ao lado de nomes como Arnaldo Jabor e David Neves. Ao longo de mais de seis décadas, dirigiu mais de 20 longas-metragens, sempre com um olhar aguçado sobre a cultura, os contrastes e as contradições do Brasil. Também era um dos imortais da Academia Brasileira de Letras, para onde foi eleito em 2018, ocupando a cadeira 7.