O Anjo da Morte, um dos principais médicos do maior campo de concentração nazista na Segunda Guerra Mundial, o de Auschwitz, Josef Mengele era considerado o mais sádico de todos. Não faltam relatos que o colocam no centro de acontecimentos atrozes. Primo Levi, um dos principais memorialistas do extermínio judeu, lembra-se dele em sua obra emblemática, É Isto Um Homem?, como um dos juízes que definiam, ainda nas plataformas onde desembarcavam os judeus naquele inferno, quem deveria morrer e quem teria a chance de continuar vivo. Ele também é citado em documentários, em filmes de ficção a respeito do tema e tem espaço de destaque entre os principais criminosos nazistas no Museu do Holocausto. Há 40 anos se descobriu que ele morreu no Brasil. O rastreamento de uma carta com um amigo de Mengele por parte de autoridades alemãs, que em 1985 ainda buscavam nazistas fugitivos da 2ª Guerra Mundial, lançou mais um alerta sobre o paradeiro do criminoso. Na correspondência havia a informação de que Mengele, usando a identidade de Wolfgang Gerhard, tinha morrido no Brasil em 1979. Essa pista levou a Polícia Federal, que entrou no caso, a encontrar a ossada em um túmulo no Cemitério de Embu, São Paulo, de um homem que se afogara numa praia de Bertioga. Os restos mortais foram exumados e levados para o IML, onde começou uma investigação forense que revolucionou a área. A partir de uma foto da juventude, marcas na ossada, sobretudo no crânio, foram confirmadas. Imagens dele mais velho referendaram o achado.