Como foi o primeiro ano de turnê do Musical?Foi incrível. Ficamos quatro meses em cartaz em São Paulo, mais dois meses no Rio e depois fomos para outras capitais. Tivemos um reconhecimento grande dos fãs dos Mamonas, da família e da crítica. Eu fui premiado como melhor ator no teatro. É uma turnê abençoada. Além disso, foi carregado de emoções. A família dos Mamonas assistiu ao ensaio. A mãe do Dinho, a Célia Alves, falou para mim depois que ela assistiu ao espetáculo que viu o filho dela em mim.No musical, os Mamonas Dinho, Júlio, Bento, Samuel e Sérgio voltam do céu para contar a carreira deles?O musical se inicia no céu com uma missão do anjo Gabriel para que os Mamonas voltem ao Brasil porque o nosso País está passando por um momento muito careta e a missão deles é voltar e contar a história deles. A partir daí, eles contam toda a trajetória desde a banda Ponte Aérea, que depois se tornaria Utopia e mais tarde Mamonas Assassinas. O espetáculo não conta detalhes da vida pessoal dos integrantes, como namoradas ou família. Não falamos nada da tragédia. O foco é a banda.Como era sua relação com a banda?Eu tinha 6 anos de idade na época que eles estouraram no Brasil e eu não era muito de ficar acompanhando nada pela TV. Eu vi pouco porque eu gostava de ficar brincando na rua, mas conhecia algumas músicas e sabia fazer as coreografias. Uma coisa que me marcou foi que a tragédia com a banda foi o meu primeiro contato com a morte.No palco, o Dinho cantava, tinha performance, dublava e era engraçado. Foi difícil a preparação para vivê-lo no teatro?Sem dúvida. Foram dois meses de preparação. O Dinho me deu bastante trabalho porque ele não só cantava em uma banda de rock, ele era um artista performático, tinha presença de palco, era engraçado e imitava vários personagens. Eu assisti vários vídeos dele e por isso quando cheguei para fazer a audição eu estava pronto, mas o diretor falou que não queria ver um cover do Dinho, mas uma mistura do Ruy com a do vocalista do Mamonas.Você se acha parecido com o Dinho?Eu me olho no espelho e não me acho parecido, mas todo mundo fala que sou. Quando entrei na sala de audição e o diretor me falou que eu tinha todo o perfil e pediu para não decepcionar, me deu um frio na barriga e me senti até pressionado pela expectativa depositada na questão da aparência física. Antigamente, o pessoal falava que eu parecia o ator Patrick Swayze, o cantor Paulo Ricardo, do RPM, mais novo, e o Leandro do KLB.